No final dos anos 60, um jovem francês chamado Philippe Petit estava na recepção do dentista, quando viu o desenho de duas torres no jornal: era a concepção artística do que viriam a ser as Torres Gêmeas do World Trade Center. Um idéia "maluca" surgiu na cabeça do francês, que desenhou uma linha entre as torres. Seis anos depois, ele atravessaria o vão de 450 metros de altura entre as torres a pé, equilibrando-se sobre um cabo de aço. Preso pela polícia de Nova York, ele foi levado para uma avaliação psiquiátrica e questionado sobre porquê ele havia feito aquilo. Em seu boletim de ocorrência, havia simplesmente as palavras: MAN ON WIRE. Esta é a extraordinária história do documentário de James March, vencedor do Oscar de Melhor Documentário de Longa Metragem no último domingo.quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
Man on wire
No final dos anos 60, um jovem francês chamado Philippe Petit estava na recepção do dentista, quando viu o desenho de duas torres no jornal: era a concepção artística do que viriam a ser as Torres Gêmeas do World Trade Center. Um idéia "maluca" surgiu na cabeça do francês, que desenhou uma linha entre as torres. Seis anos depois, ele atravessaria o vão de 450 metros de altura entre as torres a pé, equilibrando-se sobre um cabo de aço. Preso pela polícia de Nova York, ele foi levado para uma avaliação psiquiátrica e questionado sobre porquê ele havia feito aquilo. Em seu boletim de ocorrência, havia simplesmente as palavras: MAN ON WIRE. Esta é a extraordinária história do documentário de James March, vencedor do Oscar de Melhor Documentário de Longa Metragem no último domingo.segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009
Milk - A Voz da Igualdade
Indicado ao Oscar de Melhor Filme e vencedor de Melhor Ator (uma surpresa, o favorito era Mickey Rourke por "O Lutador")) para Sean Penn, "Milk" é uma biografia bem feita dirigida por Gus Van Sant. Harvey Milk se mudou com o namorado para São Francisco no início dos anos 70. A cidade era mais acolhedora aos homossexuais, particularmente em um bairro chamado Castro, para onde chegavam gays de todo o país. Milk abriu uma loja de fotografia na Rua Castro e, aos poucos, foi crescendo politicamente. Gays andavam pelo bairro de forma mais livre que no resto do país, embora ainda fossem vítimas de violência por parte da polícia. Harvey Milk se candidatou por anos seguidos ao conselho da cidade, mas só conseguiu ser eleito quando as leis de voto distrital foram aprovadas. Em seu breve mandato conseguiu aprovar uma lei que impedia que homossexuais fossem demitidos sem justa causa de seus empregos e lutou bravamente contra uma cantora chamada Anita Bryant, que usava a fama para fazer discursos anti-homossexuais. Com a ajuda de um Senador, Bryant tentou aprovar uma lei chamada Proposição 6, que propunha que todos os professores homossexuais, e pessoas ligadas a eles, fossem demitidos. A tese do senador era que já que homossexuais não podem reproduzir eles usariam da posição de professor para "recrutar" novos gays. Não é preciso ser pró ou anti gay para perceber que não havia muita lógica por trás da idéia.
O filme usa muitas imagens de arquivo para recriar a São Francisco dos anos 70 e é bastante genuíno. Gus Van Sant, que é gay assumido, está à vontade com o material e faz o filme de forma sincera, sem endeusar Milk ou demonizar seus adversários. O elenco, encabeçado por um Sean Penn extraordinário, conta com Emile Hirsch, Diego Luna, James Franco e Josh Brolin, também indicado ao Oscar. Ele interpreta o personagem mais enigmático do filme, o conselheiro de São Francisco, Dan White. A relação entre Milk e White é complicada. Milk é convidado para o batismo do filho de White, uma cerimônia católica, e é o único conselheiro a aparecer. Os colegas de Milk pedem para que ele tenha cuidado com White, mas Milk acha que ele pode ser um gay enrustido e estar do lado deles. A História provou que não foi bem assim. O verdadeiro Dan White acabaria assassinando tanto Milk como o prefeito de São Francisco.
Minha única reclamação com a parte técnica é o formato em que o filme foi feito. "Milk" é extremamente televisivo, com a imagem "quadrada" ao invés do widescreen da tela do cinema (ou ao menos foi assim na sala em que assisti). No resto é uma boa produção, com música de Danny Elfman e fotografia de Harry Savides.
domingo, 22 de fevereiro de 2009
O vencedores do Oscar, ao vivo
Hugh Jackman é o apresentador da noite. Ele acabou de fazer uma apresentação musical que lembrou os tempos de Billy Crystal, com referências aos filmes indicados.
Vou atualizando o blog conforme os prêmios forem sendo apresentados.
Melhor Atriz Coadjuvante:
Penelope Cruz, por Vicky Cristina Barcelona
Melhor Roteiro Original:
Dustin Lance Black, Milk - A Voz da Igualdade
Melhor Roteiro Adaptado:
Simon Beaufoy, Quem quer ser um milionário?
Melhor Animação:
Wall-E, Andrew Stanton, PIXAR
Melhor Curta de Animação:
La Maison en Petits Cubes, de Kunio Kato
Melhor Direção de Arte:
O Curioso Caso de Benjamim Button
Melhor Figurino:
A Duquesa
Melhor Maquiagem:
O Curioso Caso de Benjamim Button
Melhor Direção de Fotografia:
Anthony Dod Mantle, por Quem quer ser um milionário?
Melhor Curta Metragem:
Spielzeugland (Toyland), de Jochen Freydank
Melhor Ator Coadjuvante:
Heath Ledger, por Batman, O Cavaleiro das Trevas
Melhor Documentário de Longa Metragem:
Man on Wire, de James March e Simon Chinn
Melhor Documentário de Curta Metragem:
Smile Pinki, de Megan Mylan
Melhores Efeitos Especiais:
O Curioso Caso de Benjamim Button
Melhor Edição de Som:
Batman, O Cavaleiro das Trevas
Melhor Mixagem de Som:
Quem quer ser um milionário?
Melhor Edição (Montagem)
Chris Dickens, Quem quer ser um milionário?
Prêmio Humanitário Especial:
Jerry Lewis
Melhor Trilha Sonora:
A.R. Rahman, Quem quer ser um milionário?
Melhor Canção Original:
Quem quer ser um milionário?
Melhor Filme Estrangeiro:
Departures, de Yojiro Takita (Japão)
Melhor Diretor:
Danny Boyle, por Quem quer ser um milionário
Melhor Atriz
Kate Winslet, por O Leitor
Melhor Ator
Sean Penn, por Milk - A voz da igualdade
Melhor Filme:
Quem quer ser um milionário?
O Lutador
Um filme honesto, quase um documentário, "O Lutador" ainda traz como trunfo uma história cara à fábrica de sonhos hollywoodiana: o tema do retorno. Não há nada mais atraente no cinema americano do que a história de alguém que volta à cena depois de um tempo de obscuridade. O detalhe em "O Lutador", no entanto, é que o retorno se dá mais nos bastidores do que na tela. O filme não é só sobre os personagens, mas sobre a volta por cima do seu protagonista, o ex-galã "bad boy" dos anos 80, Mickey Rourke. Astro de filmes adultos como "9 1/2 Semanas de amor" (de Adrian Lyne), "Coração Satânico" (de Alan Parker) e de "O Selvagem da Motocicleta" (de Francis Ford Coppola), entre outros, Rourke provocou polêmica em cenas de sexo em "Orquídea Selvagem" (de Zalman King, rodado no Brasil), afundou nas drogas e até embarcou em uma carreira como boxeador profissional. E ninguém sabe direito, até agora, o que deu errado na cirurgia plástica que distorceu seu rosto completamente. Em 2005 fez bonito em "Sin City", coberto por maquiagem e efeitos especiais, mas a volta por cima, definitivamente, é mesmo neste "O Lutador".segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
O Leitor
Um aviso ao leitor: é praticamente impossível comentar sobre o filme sem revelar alguns pontos importantes da trama. Assim, deixo avisado: caso não tenha visto o filme ainda, evite ler o texto. Há dois ou três "filmes" dentro de "O Leitor". A primeira parte se passa alguns anos depois do final da II Guerra Mundial, na Alemanha, e acompanha um romance entre um rapaz de 15 anos e uma mulher mais velha. Ele é Michael Berg (David Kross), um rapaz que passa mal dentro de um ônibus e é ajudado pela cobradora, Hanna Schmitz (Kate Winslet), que cuida dele e o leva para casa. Após passar três meses de cama, o rapaz volta para a casa de Hanna e os dois começam um romance que, no início, parece ser apenas carnal. Kate Winslet, além de ter se tornado uma grande atriz com o passar dos anos, é sem dúvida uma das atrizes mais corajosas e naturais quando se trata de cenas de nudez e sexo no "púdico" cinema americano atual. Seu retrato de Hanna é interessante e misterioso. Hanna é uma mulher aparentemente fria e prática, mas há algo de maternal e amoroso em seu interesse por Michael. Os dois se relacionam sexualmente praticamente todos os dias, mas um outro "ritual" se cria: Hanna gosta que Michael leia para ela os livros que estuda na escola. É interessante ver, no mundo de hoje, um filme que se preste a homenagear os livros desta forma. Hanna e Michael formam um laço que mistura literatura com sexualidade, um dando ao outro novos horizontes com o passar dos dias. Há uma cena muito boa entre David Kross e Kate Winslet quando, após uma briga, o rapaz faz a ela uma série de perguntas simples, mas importantes. Winslet não fala nada, mas vejam com que sutileza ela responde com pequenos movimentos da cabeça fazendo "sim" e "não".domingo, 8 de fevereiro de 2009
Dúvida
A Irmã Aloysius (Meryl Streep) vê "monstros" em todo lugar. Diretora do colégio católico St. Nicholas, no Bronx, Nova York, ela vigia a todos com olhar de falcão, em busca de "irregularidades". Uma menina é punida por usar uma presilha no cabelo; um garoto é castigado por ter simplesmente tocado no braço de uma freira. Ela é contra uma canção de natal sobre um homem de neve que ganha vida sob a alegação que se trata de "bruxaria". É o ano de 1964 e os Estados Unidos e o mundo estão passando pelas mudanças culturais dos anos sessenta. Não na opinião da Irmã Aloysius, que diz que "não há nada de novo sob o Sol". O filme "Dúvida" levanta a questão: poderia uma mulher como ela, propensa a ver pecado em todo lugar, estar certa a respeito do Padre Flynn?segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
Foi apenas um sonho
Frank Wheeler (Leonardo DiCaprio) trabalha como um executivo em uma empresa em Nova York. É 1955 e os americanos vivem o pós-guerra. Frank não gosta do emprego, mas é o que mantém a ele, sua esposa April (Kate Winslet) e um casal de filhos em uma bela casa no subúrbio. No dia do seu aniversário de 30 anos, ele leva uma secretária para almoçar, desabafa seus problemas e, depois de beberem muito, transam no apartamento dela. Ao chegar em casa, a esposa e os filhos o aguardam para uma festa surpresa de aniversário. A cena do parabéns, aliás, é uma das poucas em que as crianças são vistas. Pelo resto do filme, muito se fala mas pouco se vê dos filhos.
