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sexta-feira, 14 de junho de 2024

Maratona da Morte (Marathon Man, 1976)

Maratona da Morte (Marathon Man, 1976). Dir: John Schlesinger. Antes tarde do que nunca? Eu com certeza vi partes deste filme na TV em algum "Corujão" da Globo, mas só hoje posso dizer que o assisti "de verdade". Filmão anos 1970 clássico, cru, bem filmado e editado, com crédito extra a Garrett Brown, o inventor da "steadycam", que deve ter corrido um bocado para acompanhar Dustin Hoffman por Nova York. O grande Laurence Olivier está ótimo, claro, como um nazista fugido que vota à "big apple" atrás de uma fortuna em diamantes. E o que dizer do sempre competentíssimo Roy Scheider, que fez nos anos 70 filmes como "Operação França", "Tubarão", "Marathon Man", "Comboio do Medo" e "All that Jazz", entre outros?


O roteiro de William Goldman tem cenas como a clássica sessão de tortura usando instrumentos de dentista e a ótima sequência em que Olivier, um nazista em Nova York, se vê em pleno bairro judeu tentando avaliar uns diamantes. Onde assistir: tem uma cópia porca no canal Looke, da Amazon, mas achei uma muito mais decente na internet.

quarta-feira, 7 de setembro de 2022

A Luz é para Todos (Gentleman´s Agreement, 1947)

 
A Luz é para Todos (Gentleman´s Agreement, 1947). Dir: Elia Kazan. Star+. De vez em quando gosto de ver algum filme antigo, principalmente quando está escondido em um serviço de streaming. Este é de 1947 e venceu os Oscars de "Melhor Filme", "Diretor" (Kazan) e "Melhor Atriz Coadjuvante" (Celeste Holm). Gregory Peck é um jornalista da Costa Oeste que se muda para Nova York para escrever um artigo sobre antissemitismo para uma revista. Cristão, ele passa algumas semanas sem saber como abordar o tema quando... eureka! Ele decide que vai se apresentar como judeu a todos que encontrar, incluindo companheiros de trabalho e os familiares da nova namorada, Kathy (Dorothy McGuire). O roteiro, escrito por Moss Hart e adaptado de um livro de Laura Z. Hobson, é cheio daqueles "discursos" que você escuta de personagens em filmes mais antigos (ou alguns filmes brasileiros, hoje, rs). Não é uma reclamação, é só um fato... interpretação, diálogos e a própria cadência das falas eram mais teatrais naquela época (Hollywood havia saído dos filmes mudos há duas décadas).

Gregory Peck nasceu para fazer personagens íntegros e ele está muito bem no papel. O filme causou certa polêmica na época por expor o "acordo de cavalheiros" (título original do filme) que havia entre as pessoas de discriminar judeus no mercado de trabalho, nas escolas ou em contratos imobiliários. O personagem de Peck começa a ter problemas com a namorada porque, apesar dela apoiar a ideia, a coisa muda de figura quando ela tem que fingir que está se relacionando com um judeu.

É um bom filme, embora, visto hoje, pareça um pouco ingênuo. Como disse o crítico Peter Bradshaw no "The Guardian", simplesmente dizer que é judeu não torna uma pessoa um. Em nenhum momento Gregory Peck enfrenta problemas com a cultura judaica, a comida, religião, costumes, etc. Um judeu de verdade provavelmente perceberia que ele estava fingindo, mas ele interage com vários e ninguém percebe. O filme, hoje, provavelmente seria acusado de "lacração". A propósito: a cópia no Star+ está ótima, provavelmente passou por uma restauração.

sábado, 28 de maio de 2022

Top Gun: Maverick (2022)

Top Gun: Maverick (2022). Dir: Joseph Kosinski. "Tom Cruise: Maverick" talvez fosse um título mais apropriado. Digam o que quiserem sobre Cruise, seu egocentrismo, perfeccionismo em fazer cenas de ação e, provavelmente, um pacto para parecer jovem eternamente. O fato é que ele construiu seu lugar como o último astro de cinema. Mais de 30 anos depois do sucesso dos anos 1980, Top Gun, Cruise volta parecendo quase o mesmo, embora mais maduro, seguro e determinado em entregar um filme anti-Netflix, um espetáculo audiovisual para ser visto no telão do cinema.

"Top Gun: Maverick" não tem nada de memorável e bebe abertamente da fonte da nostalgia de onde tantos buscam "inspiração" hoje. Mas, caramba, como é eficiente. É também um filme "para meninos", não espere grandes mensagens inclusivas ou coisas do gênero; no máximo, entre os garotões cheios de testosterona que aparecem na tela há também uma mulher no cockpit de um dos caças. É tecnicamente bonito de se ver, com bela fotografia e uma edição que consegue o feito de não deixar o espectador perdido entre tantos aviões passando pela tela.

O roteiro? Bom, há uma missão que lembra muito o clímax de Star Wars (que já havia copiado filmes de aviação da 2ª Guerra Mundial); um inimigo não identificado está para colocar uma usina nuclear clandestina em funcionamento em poucas semanas. Maverick tem que treinar uma equipe de pilotos para voar por um desfiladeiro estreito, desviando de baterias antiaéreas e acertar um alvo com apenas três metros. "Use a Força, Cruise". As cenas aéreas são brilhantes e foram feitas dentro de caças de combate de verdade. Fica nítida a sensação de realidade na expressão dos atores quando enfrentam altas "forças G" e tem o rosto distorcido pela velocidade.

Há também o lado humano da trama, representado pela presença de Miles Teller interpretando o filho de "Goose", parceiro de Maverick que morreu no primeiro filme. Jennifer Connelly não tem muito o que fazer além de ser Jennifer Connelly como o "interesse amoroso" de Cruise (no lugar de Kelly McGillis que, aos 64 anos, está sendo vítima de várias postagens maldosas na internet). Jon Hamn, ainda tentando se encontrar pós Mad Men, é um almirante. O grande Val Kilmer, que interpretou o antagonista de Maverick em 1986, tem uma participação especial em uma cena realmente comovente com Cruise. Ao final, não tem como não se empolgar pelas cenas de batalhas e pela "vibe" geral do filme. Não sei se vai ter o status de "clássico", mas é bastante bom. Nos cinemas.

terça-feira, 7 de setembro de 2021

20.000 Léguas Submarinas (20,000 Leagues Under the Sea, 1954)

20.000 Léguas Submarinas (20,000 Leagues Under the Sea, 1954). Dir: Richard Fleischer. Disney+. Sempre bom rever este clássico da Disney, baseado no livro de Júlio Verne. O roteiro de Earl Felton não é muito fiel ao livro, mas este é dos raros exemplos em que o filme é até melhor que o original. James Mason está inspirado como o Capitão Nemo, um homem que se rebela contra a sociedade e vai para o mar em um submarino que é uma maravilha tecnológica. O Nemo do livro era bem menos obcecado e vingativo que o do filme, mas a mudança é boa. O grande Kirk Douglas interpreta o marinheiro Ned Land, que é contratado para matar o "monstro marinho" que estaria atacando navios no final do século 19. O monstro acaba se revelando ser o submarino Nautilus, do Capitão Nemo; Ned Land (Douglas), o Professor Aronnax (Paul Lukas) e seu assistente (Peter Lorre) se tornam seus prisioneiros.

Os efeitos especiais, feitos com miniaturas e pinturas, ainda impressionam, mesmo para um filme feito em 1954. Um dos pontos altos é o combate com uma lula gigante que ataca o Nautilus. Nunca havia percebido como algumas cenas podem ter servido de inspiração para "Caçadores da Arca Perdida" (1981); quando um homem do governo americano vem recrutar o Professor Aronnax para uma expedição, a cena lembra o momento em que os agentes americanos recrutam Indiana Jones para achar a Arca Perdida antes dos nazistas. Outra cena parecida é quando Kirk Douglas sai correndo de uma floresta, perseguido por dezenas de índios, assim como Harrison Ford no começo de "Caçadores". E o clímax de "20 mil Léguas Submarinas" se dá em uma ilha remota, assim como o final de "Caçadores da Arca Perdida" (Indiana Jones vai até a ilha em um submarino, falando nisso). Destaque para as belas cenas submarinas e para a trilha sonora de Paul Smith. O filme está na Disney+ e continua ótimo.