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segunda-feira, 1 de abril de 2024

Matador de Aluguel (Road House, 2024)

Matador de Aluguel (Road House, 2024). Dir: Doug Liman. Amazon Prime Video. Em sua crítica ao original "Matador de Aluguel", de 1989, Roger Ebert disse que o filme estava no limite entre o "filme ruim" e o "filme tão ruim que era bom". O mesmo pode ser aplicado aqui, embora este tenda mais a ser só ruim mesmo. Difícil competir com o "charme" anos 80 do original, interpretado por Patrick Swayze, Sam Elliott e Ben Gazzara. Gosto de Jake Gyllenhaal, mas ultimamente ele tem feito alguns filmes bem inferiores ao seu talento (como "Ambulância", por exemplo).

Gyllenhaal é Dalton, um ex-lutador de UFC que é famoso e carrega um trauma do passado. Ele é contratado por uma mulher da Flórida para ser o segurança de um bar que tem música ao vivo e brigas constantes. Para complicar, um chefão criminoso local quer fechar o lugar para instalar um hotel de luxo. Jake Gyllenhaal está todo "sarado", cheio de músculos definidos e um sorriso sádico no rosto. Quando uns capangas aparecem para aterrorizar o bar, ele não só quebra os ossos de cada um como se oferece para levá-los ao hospital. Lá ele conhece uma médica bonita, Ellie (a portuguesa Daniela Melchior), por quem se interessa.

O resto do filme é feito por cenas que intercalam a calma dos dias com as porradas das brigas noturnas. O filme se torna cada vez mais parecido com um desenho animado, principalmente com a chegada de um brutamontes chamado Knox (Conor McGregor), que geme e urra como um cachorro em Tom & Jerry. "Matador de Aluguel" tenta humanizar a trama com a amizade entre Dalton e uma garota que trabalha em uma livraria local, que até parece parte de outro filme. Há diversas referências óbvias (até ditas pelos personagens) a Westerns e o mito do herói solitário que aparece em uma cidade, se livra dos capangas e desaparece no pôr-do-sol. É ruim, mas se for encarado como passatempo, pode ser divertido. Disponível na Amazon Prime Video. 

sábado, 5 de fevereiro de 2022

Mundo em Caos (Chaos Walking, 2021)

Mundo em Caos (Chaos Walking, 2021). Dir: Doug Liman. Amazon Prime Video. Uma bomba que nem consegue ser aquele tipo de filme que é "tão ruim que é bom". Considerando os nomes envolvidos, é uma pena; Tom Holland, Daisy Ridley, Mads Mikkelsen, David Oyelowo, Cynthia Erivo, Nick Jonas estão perdidos em um filme dirigido por Doug Liman, que já fez filmes muito melhores (como o primeiro Jason Bourne e "No Limite do Amanha", por exemplo). A produção passou por uma série de problemas, tendo sido iniciada em 2017, passado por várias refilmagens, mudanças de roteiro e, dizem, foi terminado pelo diretor Fede Alvarez. Até Charlie Kaufman teria escrito uma versão.

O filme se passa no século 23 em um mundo distante colonizado por humanos. Todos os habitantes são homens, sobreviventes da primeira onda de colonização, e eles são capazes de escutar os pensamentos uns dos outros. A premissa, no papel, até é interessante, mas isso se manifesta em uma espécie de "nuvem" colorida que aparece acima da cabeça dos atores, às vezes acompanhadas por imagens (sim, é meio ridículo). Todas as mulheres teriam sido mortas pelos nativos locais (uma clara referência aos índios americanos). Não fica claro o que é que eles esperam do futuro, já que sem mulheres... não há futuro. O caso é que, do espaço, cai uma nave trazendo Rey Skywalker (risos), ou Daisy Ridley, em pessoa. Tom Holland, que nunca havia visto uma mulher antes, fica olhando para ela, com cara de tonto, enquanto que escutamos seus pensamentos o tempo todo ("ela vai me beijar agora"?).

E é isso. Soube que o roteiro é baseado em uma série de livros escritos por Patrick Ness, que eram considerados "infilmáveis". Deveriam tê-los deixado só no papel. Disponível na Amazon Prime Video.  

sábado, 14 de junho de 2014

No limite do amanhã

"No Limite do Amanhã" usa uma variação da mesma premissa da comédia "Feitiço do Tempo" (Harold Ramis, 1993) e a transporta para uma aventura de ficção-científica. O que aconteceria se uma pessoa, ao morrer, voltasse sempre para o mesmo momento no tempo? Ela poderia fazer algo diferente ou estaria fadada a repetir tudo? Esta é a situação em que se encontra o Major Cage (Tom Cruise, do inferior "Oblivion"), um assessor de imprensa do exército que é enviado para a linha de frente por um general cruel. Cage não tem treinamento militar e, bem ao estilo "Dia D" (a invasão da Normandia, no final da 2ª Guerra Mundial), é despejado em uma praia vestindo uma armadura robótica tendo que combater centenas de aliens que vieram conquistar o planeta. Despreparado, Cage morre em poucos minutos, apenas para se ver vivo novamente no dia anterior à invasão; o ciclo se repete infinitamente, para desespero do Major, que Tom Cruise interpreta muito bem.

Tudo muda quando ele interage com uma heroína de guerra chamada Rita (Emily Blunt, de "Looper"), que lhe revela que ela também havia passado por isso. Cruise passa a se encontrar com Rita a cada reset e, aos poucos, vai treinando para se transformar em um soldado experiente. Eles têm que descobrir onde é que o "cérebro" dos aliens está escondido, para destruí-lo e vencer a guerra. Assistir a "No limite do amanhã" acaba se tornando muito similar a se jogar videogame. Os personagens conseguem chegar até certo ponto da história, quando morrem e voltam na "jogada" seguinte, mais experientes e sabendo o que vão encontrar pela frente. O diretor Doug Liman (especialista em filmes de ação como "A Identidade Bourne") faz um bom trabalho em explicar a trama e em conseguir filmar as mesmas situações, repetidas dia após dia, de forma ligeiramente diferente. (leia mais abaixo)


Há momentos em que você acha que Cage está passando por uma experiência pela primeira vez, até que ele acaba revelando que já passou por aquilo antes. A relação dele com a personagem de Emily Blunt é delicada, porque ele passa a conhecê-la intimamente e querer protegê-la, enquanto que, para ela, Cage é um estranho a cada vez que ele volta. Outro filme de ficção-científica recente, "Contra o Tempo" (de Duncan Jones) também explorava esta situação.

Uma pena que as sequências finais sejam pouco inspiradas e, francamente, não fazem muito sentido. Um ataque final ao esconderijo dos aliens seria muito mais inteligente se fosse feito de surpresa; ao invés disso, preferiram fazer uma explosiva (e impossível) cena de ação. Apesar de tudo, "No limite do amanhã" é inventivo e inteligente. Tom Cruise, apesar de já aparentar ser um cinquentão, ainda consegue levar um filme de ação nas costas sem problemas.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Jumper

Para uma segunda feira à noite, chovendo e com cinema em promoção, "Jumper" não é de todo ruim. Claro que não dá pra levar a sério o roteiro, e a interpretação do elenco está sofrível. O diretor é Doug Liman, do celebrado "A Identidade Bourne", um dos melhores filmes de espião dos últimos tempos.

Mas, repito, o filme não é assim tão ruim. A premissa me lembrou muito um filme "B" dos anos 80 que acabou se tornando "cult" (e gerou péssimas continuações), "Highlander, O Guerreiro Imortal", dirigido em 1986 por Russel Mulcahy. "Highlander" tratava da história absurda de que havia no mundo uma classe especial de "guerreiros" que seriam imortais (a não ser que tivessem as cabeças cortadas), e cujo objetivo na vida seria se tornar o último Highlander vivo. O roteiro era bem ruinzinho, mas a direção criativa e o ótimo uso da edição de imagens (com algumas das melhores transições do cinema) e da trilha sonora do Queen garantiram a longevidade da fita.

A trama de "Jumper" me pareceu semelhante. O filme acompanha a história de David Rice (Hayden Christensen, bonitinho mas sofrível como seu Anakin Skywalker da série Star Wars), um garoto que era o "nerd" na escola e que descobre, um dia, que pode se teletransportar. No início ele não tem muito controle. O dom salva sua vida quando ele cai acidentalmente dentro de um rio congelado, e em seguida o livra de um confronto com o pai, mas David não sabe direito quais os limites do seu poder. Aos poucos ele vai pegando o jeito e começa a usar do teletransporte para invadir cofres de bancos e roubar dinheiro. Mas há um limite para seu dom: ele só pode se teletransportar para um lugar onde já esteve antes, o que não faz o menor sentido. Ele certamente nunca esteve dentro do cofre do banco, por exemplo... embora ele tenha estado perto dele, o que eu não acho que sirva.

O tempo passa e David se transforma em uma espécie de "playboy" cheio da grana, que pode tomar café no Rio de Janeiro, almoçar em Londres e dormir em Nova York em seu apartamento enorme. Com boa pinta e a carteira cheia de dinheiro ele consegue mulheres facilmente, mas seu coração pertence a uma antiga colega da escola, Millie Harris (Rachel Bilson, igualmente sofrível). Ele volta à sua cidade natal e tenta conquistar a garota levando-a para passear em Roma.

Tudo seria uma lua-de-mel se não fosse um porém: os "jumpers" têm um inimigo na forma de Samuel L. Jackson, desperdiçando seu talento interpretando um "paladino", o inimigo número um dos "jumpers". Os paladinos estariam em guerra com os jumpers desde a Idade Média.... certo? Conseguiu entender? Claro que não faz o menor sentido mas, pensando bem, não se poderia esperar muita lógica em um filme como este.

Há bons momentos. O filme se passa em vários países do mundo como Estados Unidos, Itália, China, Japão e Egito. Falando nisso, o filme repete diversas vezes o plano que mostra David em cima da Esfinge, com as pirâmides ao fundo. A cena se repete tantas vezes que vira uma espécie de piada. O diretor Liman, aparentemente, gostou das viagens que podia fazer com Jason Bourne e resolveu repetir a dose neste filme. Em alguns momentos parece que você está assistindo a algum documentário turístico. Hayden Christensen fica fazendo caras e bocas que se fazem passar por uma "interpretação", mas não convence. Há a participação enigmática de Diane Lane como a mãe de David, e Samuel L. Jackson tem seus momentos. Mas no geral o filme é uma sucessão de perseguições cheias de "pulos" de um ponto a outro do mundo.

Para uma segunda feira chuvosa, é um bom programa. Talvez seja até uma boa pedida em DVD. Mas não passa disso.