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sábado, 17 de dezembro de 2022

Pinóquio (Guillermo del Toro's Pinocchio, 2022)

Pinóquio (Guillermo del Toro's Pinocchio, 2022). Dir: Guilllermo Del Toro e Mark Gustafson. Netflix. Belíssima animação em stop motion que é mais uma versão da história de Pinóquio (sendo a mais famosa a feita por Walt Disney em 1940). A versão de Del Toro é, à primeira vista, mais infantil do que eu esperava; quando se pensa sobre o filme, no entanto, você percebe que ele é bastante profundo. "É um filme sobre a Morte", teria dito Del Toro. De fato, uma história sobre um boneco de madeira que ganha vida acaba sendo, também, sobre o oposto (tanto que Tilda Swinton faz a voz tanto da Vida quanto da Morte no filme).

A animação é brilhante, feita com bonecos articulados e todo tipo de técnica, como substituição de rostos (as expressões de Pinóquio são todas "duras", apropriado para um boneco de madeira) ou bonecos articulados nos mínimos detalhes, como Gepeto. Há também cenários belíssimos e algumas cenas complementadas com elementos em computação gráfica, mas o "coração" do filme é todo feito à mão (com mostra um "making of" na mesma Netflix).

O roteiro mistura elementos infantis e até cenas musicais com temas mais pesados como o crescimento do fascismo na Itália e os efeitos das duas guerras mundiais no Século XX (Gepeto perde o filho Carlo, de 10 anos, em um bombardeio na I Guerra Mundial). O trabalho de vozes também é muito bom. Gepeto é interpretado por David Bradley e o vilão Volpe é feito por Christoph Waltz. Ewan McGregor faz um Grilo tão bom que Del Toro aumentou a importância do personagem durante a produção. O resto do elenco ainda conta com as vozes de John Turturro, Ron Perlman, Finn Wolfhard e até a grande Cate Blanchett fazendo um macaco. A trilha é de Alexandre Desplat.

Não é uma obra prima como "O Labirinto do Fauno" (2006), mas trata de vários dos mesmos temas e tem um visual de encher os olhos. Tá na Netflix.

terça-feira, 7 de junho de 2022

Stranger Things 4 (2022)

Stranger Things 4 (2022). Dir: Irmãos Duffer. Netflix. A criançada cresceu. Millie Bobby Brown, que interpreta 11, já está com dezoito anos. Os garotos, provavelmente, fazem a barba antes de subir nas bicicletas. Da escala hollywoodiana à longa duração dos episódios, tudo soa meio exagerado; mas é inegável que "Stranger Things" ainda tem aquele charme nostálgico que conquistou o mundo desde a primeira temporada, em 2016.

Esta quarta temporada (que foi dividida em duas partes) volta bem mais violenta e assume de vez o cinema de terror como influência. Como diria o Heath Ledger, "Why so serious?". Ao contrário da terceira temporada, talvez a mais leve e divertida, a série volta às origens de 11 (Millie Bobby Brown) em longas sequências de flashbacks sangrentos. Também são bastante violentas as mortes provocadas por um monstro chamado "Vecna", que ataca jovens que têm alguma culpa no passado e os destroça de forma bastante gráfica.

O garoto Will (Noah Schnapp) não é mais a vítima da vez. Aliás, ele pouco aparece nesta temporada, que separou os vários personagens em diversos "núcleos" (como nas novelas) distribuídos em cidades, estados e até países diferentes. Alguns desses núcleos são divertidos (as cenas passadas na cidade de Hawkins são as melhores); outros, porém, não funcionam direito. O coitado do David Harbour (que interpreta Jim Hopper) apanha a temporada inteira em uma prisão na antiga União Soviética. Quem ganhou destaque é a personagem Max (a ótima Sadie Sink), que protagoniza o melhor episódio da temporada, o quarto. Há um lance de ter uma "música favorita" que trouxe Kate Bush de volta às paradas de sucesso com a faixa "Running up that Hill", de 1985 (procurem no YouTube a versão ao vivo em que ela é acompanhada por David Gilmour, é sensacional).

Como veredito, diria que a série ainda é boa, mas talvez tenha crescido demais. Os episódios têm mais de uma hora de duração, alguns são como longa metragens, e nem sempre isso é necessário. Tecnicamente, é incrível a recriação fiel dos anos 1980, seja pelo figurino ou pela trilha sonora. A série volta em julho (e espero que termine de vez). Tá na Netflix.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

Ghostbusters: Mais Além (Ghostbusters: Afterlife, 2021)

 

Ghostbusters: Mais Além (Ghostbusters: Afterlife, 2021). Dir: Jason Reitman. Claro que este filme está calcado na nostalgia. Isso pode ser encarado de forma cínica ("estamos aqui só para ganhar o dinheiro dos fãs") ou não. Jason Reitman, o diretor e co-roteirista, é filho do diretor do original, Ivan Reitman, e declarou que o filme era uma homenagem ao trabalho do pai. Acho que há um pouco dos dois. O fato é que eu me diverti mais do que estava esperando, o que é ótimo.


Primeira surpresa... Carrie Coon? Ok, se o filme original tinha Sigourney Weaver, este também tem uma atriz e tanto no elenco; Coon faz o papel de Callie, uma mãe divorciada com dois filhos adolescentes que tem que se mudar para uma fazenda no meio do nada porque ela está falida. O pai dela, aos poucos ficamos sabendo, era Egon Spengler (Harold Ramis), um dos "caça-fantasmas" originais. Um dos acertos desta versão foi mudar o cenário urbano de Nova York dos outros filmes para uma paisagem rural. Finn Wolfhard (de Stranger Things) e Mckenna Grace são os adolescentes. Grace interpreta Phoebe, uma precoce garota de 12 anos que é nerd e acha ciência o máximo. O elenco ainda tem o garotão (de 52 anos) Paul Rudd como um sismólogo que está estudando estranhos terremotos que acontecem por ali.

Acho que a nostalgia de Reitman tem mais a ver com os filmes de Spielberg do que com "Ghostbusters", na verdade. Os garotos investigando fenômenos paranormais pela cidadezinha me lembraram filmes como "Os Goonies" ou mesmo "E.T." (recentemente, "Stranger Things" surfou na mesma onda). De vez em quando a gente é lembrado que esta é uma continuação de "Ghostbusters" e alguma referência é jogada na tela... armadilhas para fantasmas, o carro original, "mochilas de protons", etc. Apesar de gostar bastante do filme original de 1984, é fato que o roteiro era uma bagunça e a parte final, que envolvia cães "demoníacos" enviados por um deus sumério e referências "bíblicas" ao fim do mundo, cá entre nós, era uma grande bobagem; isso acontece exatamente igual aqui.

O ato final é praticamente uma recriação do final de "Ghostbusters" e, estranhamente, é o mais fraco. O filme é melhor quando foca nas relações familiares. É até uma surpresa quando os atores originais finalmente dão as caras e até me pergunto se eles eram necessários (há, porém, uma boa homenagem a Harold Ramis, que morreu em 2014). Há duas cenas pós créditos que prometem continuações desnecessárias, mas que você sabe que vão acontecer. Nos cinemas.