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sábado, 14 de outubro de 2023

A Máquina Infernal (The Infernal Machine, 2022)

 
A Máquina Infernal (The Infernal Machine, 2022). Dir: Andrew Hunt. Paramount+. Guy Pearce já viu dias melhores. Ele é a única coisa interessante neste filme lento, longo e perdido na Paramount+. Pearce é um escritor chamado Bruce Cogburn, que vive em uma cidadezinha isolada por causa de um trauma do passado. Ele havia escrito um livro chamado "A Máquina Infernal", pelo qual ganhou muito dinheiro e prêmios. O problema é que ele serviu de inspiração para um assassino cometer um massacre em uma universidade dos EUA. Horrorizado, o escritor resolveu se isolar da sociedade e nunca mais escrever outro livro.

O caso é que ele começa a receber uma série de cartas de um desconhecido, lhe pedindo uma entrevista e perguntando sobre um livro novo. Cogburn deixa longos recados em uma secretária eletrônica dizendo que não tem interesse em voltar a escrever, mas as cartas continuam chegando e ele se sente incomodado. Guy Pearce faz o que pode para dar vida a um clichê ambulante, o escritor alcoólatra que vive pela sua "arte". Alice Eve interpreta uma policial que tenta ajudar o escritor. Jeremy Davies, que também já viu dias bem melhores (ele esteve em "O Resgate do Soldado Ryan", de Spielberg), faz um personagem bizarro, que demora a dar as caras. O filme até começa bem, mas não sai da mesmice e dos mistérios sem sentido. Visto na Paramount+ (da Amazon Prime).

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

The Rover - A Caçada (Netflix)

Ele parece constantemente angustiado. Seco. Fechado. Um morto ambulante. Os olhos fundos e a barba por fazer completam o retrato de Eric (Guy Pearce), um homem vagando pela Austrália em um mundo pós-apocalíptico. "Já vi este filme antes", você pode pensar. "A Estrada" (John Hillcoat, 2009); "O Livro de Eli" (dos irmãos Hughes, 2010); "Mad Max" (George Miller, 1979); estes filmes são, de fato, invocados por "The Rover", mas há um desespero seco e cru neste filme que o faz ainda mais pungente. Nada parece ter sentido ou propósito, vamos todos morrer um dia.

Escrito e dirigido por David Michôd, "The Rover" ainda pode ser lembrado por apresentar uma bela interpretação de Robert Pattinson, bem distante de seu trabalho em sagas adolescentes de vampiros. O filme, porém, pertence a Guy Pearce. Ele é um homem sem nome que, no fantástico começo do filme, tem o carro roubado por três homens armados. Pearce sobe em uma van e sai no encalço deles, determinado a recuperar seu veículo. Por que? Não importa, na verdade. Pouco se sabe sobre o que aconteceu ao resto do mundo, mas claramente a civilização como a conhecemos acabou. Há apenas vastas paisagens desérticas habitadas por farrapos de homens e mulheres.


Pearce acaba cruzando com Rey (Robert Pattinson), um rapaz que foi abandonado para morrer pelo irmão depois de um tiroteio. Pattinson, como disse, está muito bem como um homem que parece uma criança grande. Ele não é muito inteligente e tem uma carência tão grande que acaba formando um laço com o personagem de Guy Pearce, que só quer encontrar seu carro e, provavelmente, matar o irmão de Pattinson. Vemos apenas relances do que sobrou de alguma civilização, como um trem que cruza o deserto, vozes chinesas tocando na rádio do carro e alguns soldados em uma missão inútil.

Destaque para a brilhante direção de fotografia de Natasha Braier. Nesta era digital, "The Rover" foi filmado em bom e velho filme Kodak, com imagem cristalina sob o sol escaldante do sul da Austrália. Repare também no ótimo contraste nas cenas noturnas. A trilha sonora dissonante de Antony Partos também é dos pontos altos do filme. "The Rover", pesado, cruel e marcante, está disponível pela Netflix.

João Solimeo