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quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

Duna: Parte 2 (Dune: Part 2, 2024)

 
Duna: Parte 2 (Dune: Part 2, 2024). Dir: Denis Villeneuve. Três anos depois da primeira parte, chega aos cinemas a continuação do épico de Denis Villeneuve, Duna. O primeiro filme, apesar de muito bom, tinha o problema de parar no meio da trama. Este começa praticamente na cena seguinte do filme anterior e imagino o dia em que vai ser possível assistir tudo, de uma vez, em um filmão de mais de quatro horas.

O roteiro traz algumas adaptações e mudanças na trama do livro que são interessantes. Stilgar (Javier Bardem), é mostrado como um fanático religioso, diferentemente do livro. Chani (Zendaya), ao contrário, é vista como uma pessoa cética que acha que profecias servem apenas para prender seu povo. Esses temas, presentes nos livros de Frank Herbert, são colocados mais em evidência no roteiro de Villeneuve e Jon Spaihts. Paul Atreides (Timothée Chalamet) não acredita que ele seja o "Lisan al Gaib", o profeta que o povo Fremen acredita que veio para salvá-los. Já Lady Jessica (Rebeca Ferguson), sua mãe, acha que ele deve abraçar as profecias para ganhar mais poder.

Todos estes temas, fanatismo, misticismo, dependência química e expansão da mente convivem em um cenário de ficção-científica, com suas naves espaciais, lasers, explosões e batalhas épicas entre casas rivais do Império. O estilo grandioso de Villeneuve, acompanhado pela música de Hans Zimmer e incríveis efeitos especiais, por vezes, beiram o exagero. Uma vez que se "abrace" o estilo, no entanto, o resultado é impressionante. Eu, que já li o livro original várias vezes, fico impressionado como a visão de Villeneuve é parecida com o que eu havia imaginado. Já foi anunciado que um terceiro filme, baseado em "O Messias de Duna" (o segundo livro), será feito por Villeneuve e equipe (o que explica porque Anya Taylor-Joy aparece só por alguns segundos neste filme... sua personagem será explorado no próximo capítulo).

O resto do elenco conta com Josh Brolin, Austin Butler, Léa Seydoux, Charlote Rampling, Florence Pugh, entre outros. O grande Christopher Walken, que eu adoro, infelizmente foi uma escolha errada para encarnar o Imperador. Walken é ótimo, mas está fora de lugar aqui. Não sei como estes filmes são encarados por quem não leu os livros (estou curioso), mas achei um épico grandioso. Nos cinemas.

terça-feira, 11 de janeiro de 2022

Apresentando os Ricardos (Being the Ricardos, 2021)

Apresentando os Ricardos (Being the Ricardos, 2021). Dir: Aaron Sorkin. Amazon Prime. O roteirista e diretor Aaron Sorkin conta uma semana na história de um dos maiores sucessos da TV americana de todos os tempos, a série "I Love Lucy" (1951-1957). Estrelada por Lucille Ball (Nicole Kidman) e o marido cubano, Desi Arnaz (Javier Bardem), "I Love Lucy" tinha 60 milhões de espectadores por semana (um sucesso tem hoje, no máximo, 15 milhões). Sorkin fez muito sucesso como roteirista de TV (Newsroom, The West Wing) e cinema (A Rede Social, Steve Jobs) e recentemente se tornou diretor também (Os 7 de Chicago).

"Apresentando os Ricardos", de forma proposital ou não, tem um visual bastante televisivo. Nicole Kidman, que geralmente é boa atriz, tenta aqui passar alguns dos maneirismos de Lucille Ball, mas seu rosto parece uma máscara. Javier Barden, ótimo ator, não se parece em nada com Desi Arnaz, embora consiga passar o carisma e o lado mulherengo. O roteiro lida com várias tramas: Lucy é acusada por um jornalista de ser comunista; na época, isso era o equivalente a ser "cancelado". Em uma trama paralela, uma revista de fofocas publica uma matéria sobre a suposta infidelidade de Desi Arnaz, o que deixa Lucy ainda mais nervosa. Para completar, Lucy revela que está grávida, o que também pode complicar o futuro da série.

Todas estas tramas são interpretadas com os diálogos rápidos de Sorkin e ilustradas com vários flashbacks. O lado de "making off" é bem interessante; vemos como cada dia da semana era dedicado a uma atividade (leitura do roteiro, marcação de atores, ensaio técnico, etc) que finalizava com a filmagem do episódio na sexta feira. Kidman interpreta Lucille Ball como uma mulher extremamente detalhista e que lutava por cada palavra e ação do roteiro. Não sei como ela era na vida real mas, para o retrato de uma das mulheres mais engraçadas da TV americana, achei a interpretação pesada. Vale para quem é fã dos bastidores de uma produção, pela recriação de época e outros detalhes técnicos. O elenco ainda conta com J.K. Simmons, no segundo filme com ele que assisto em seguida. Disponível na Amazon Prime.

domingo, 2 de janeiro de 2022

Duna (Dune, 2021)

Duna (Dune, 2021). Dir: Denis Villeneuve. Não ia ao cinema desde janeiro de 2020. Em pandemia, havia prometido a mim mesmo que só "Duna" me faria arriscar uma sala de cinema, e isso no ano passado; o filme foi adiado em um ano e chegou finalmente às salas de todo mundo. Nos EUA, "Duna" estreou simultaneamente na HBO Max (o que causou protestos de Denis Villeneuve e de vários outros diretores). Mas é definitivamente para ser visto no cinema, e troquei a TV de casa por um IMAX maravilhoso.

Qualquer um que me conheceu desde os quatorze anos de idade já me viu com "Duna" debaixo do braço. A versão que David Lynch cometeu em 1984 é bem ruim e nunca vi inteira. Ai o grande diretor canadense Denis Villeneuve ("A Chegada", "Sicario", "Blade Runner 2049") assumiu o projeto e o filme que chega às telas agora é, com ressalvas, bastante bom. É daqueles filmes com visual impressionante (tudo em uma ESCALA gigantesca) ótimos figurinos, fotografia, trilha sonora, etc. Não faço ideia de como o filme é recebido por alguém que não leu o livro mas, do meu ponto de vista, o roteiro (de Villeneuve, Erik Roth e Jon Spaihts) fez um bom trabalho de adaptação do "tijolo" que é a obra original de Frank Herbert.

O elenco é de primeira; Timothée Chalamet, Oscar Isaac, Rebeca Ferguson, Josh Brolin, Stellan Skarsgård, Jason Momoa, Zendaya, Javier Bardem, Charlote Rampling, entre outros. Chalamet está bastante bem como Paul Atreides, o herdeiro da Casa Atreides que descobre que também foi criado para ser uma espécie de "messias" pelas Bene Gesserit, uma ordem de mulheres da qual a mãe de Paul, Jessica (Rebeca Ferguson) faz parte. Tudo isso está ligado à uma trama complicada envolvendo política imperial, maquinações da corte, traições, golpes de estado, etc. Apesar de algumas mudanças, Villeneuve conduz algumas sequências de forma bem próxima ao livro original, e foi emocionante ver como as imagens dele eram parecidas com as que imaginei na cabeça durante todos esses anos.

Uma crítica que se pode fazer é que, por questão de tempo, o filme simplesmente termina lá pelo meio do livro. Toda a promessa épica do começo do filme termina com um final que, apesar de fiel a um trecho do livro, me pareceu meio apressado. Nessa época de séries épicas de TV como "Game of Thrones", "Fundação", etc, é de se perguntar se um livro longo e complicado como este não funcionaria melhor como uma minissérie, mas (grande) parte de mim está feliz que não tenham ido por este caminho. O futuro de Duna no cinema, porém, é incerto. Ao contrário de "O Senhor dos Anéis", que foi produzido como uma trilogia desde o início, Villeneuve não filmou a segunda parte do livro ainda. "Duna" foi bem recebido pelos críticos, mas ainda não se sabe se a bilheteria justificaria o investimento de uma continuação. Ironicamente, talvez a continuação seja "salva" justamente pela HBO Max, que provavelmente gostaria de tê-lo no catálogo. Enquanto isso não acontece, eu pretendo rever este aqui.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

007 - Operação Skyfall

O espião 007 completa 50 anos de vida nos cinemas e volta em um filme que faz um mergulho na história do personagem. Daniel Craig, o sexto ator a encarnar o espião, está mais maduro e à vontade com o papel que já interpretou em "Cassino Royale" (2006) e em "Quantum of Solace" (2008). "Operação Skyfall" é dirigido pelo competente Sam Mendes (de "Beleza Americana", de 1999) e tem os ingredientes comuns à franquia, como locações exóticas, mulheres bonitas e muita ação.

Como o filme pretende explorar mais o caráter de James Bond, nada melhor do que "matá-lo". Após uma grande cena de ação pelos prédios de Istambul, Bond é alvejado acidentalmente pelo tiro de uma agente que seguia as ordens de M (Judy Dench, ótima como sempre). Ele é dado como morto e tem até o obituário publicado. Na verdade, Bond, abalado pela suposta traição de M, resolveu tirar umas férias (em cenas que, a bem da verdade, lembram muito "A Identidade Bourne"; estaria o criador seguindo os passos da criatura?). Enquanto isso, na Inglaterra, a organização MI-6 é alvo de um atentado terrorista engendrado por um hacker internacional chamado Silva, interpretado por Javier Bardem (de "Onde os fracos não têm vez" e "Mar Adentro"). Silva tem um passado em comum com Bond e, principalmente, com M, de quem quer se vingar. Bond volta do exílio um homem diferente, cheio de dúvidas quanto a seu papel e desconfiado que M esteja escondendo alguma coisa.

Roger Deakins é o diretor de fotografia de "Operação Skyfall" e, visualmente, o filme é um dos mais belos da série. Deakins é um mestre da luz e há uma sequência passada em Shangai que impressiona. Logo em seguida, as lentes de Deakins e a direção de arte de Dennis Gasner criam um cassino flutuante em Macau, com centenas de lanternas vermelhas iluminando a noite que é de encher os olhos. Falando em beleza, Bond tem seus tradicionais affairs com duas mulheres neste filme; Eve (Naomie Harris) é uma companheira de trabalho e Severine (a francesa Bérénice Marlohe) é a namorada do vilão, Bardem. Ralph Fiennes também está no elenco, como o novo diretor da MI-6 e Albert Finney é um antigo empregado da família de Bond. O filme homenageia a série com citações aos outros filmes de 007, que inclusive usa um dos carros antigos do espião. Javier Bardem faz um vilão que, desta vez, não quer conquistar (ou destruir) o mundo, mas sim resolver pendências pessoais. Há sequências difíceis de acreditar, como esperado, e o final é um  tanto anticlimático. "Operação Skyfall", no entanto, é um bom episódio para comemorar os 50 anos da série que começou com "O Satânico Dr. No", em 1962, em que Bond era interpretado pelo eterno Sean Connery. Visto no Kinoplex Campinas.