Spiderhead (2022). Dir: Joseph Kosinski. Bom elenco e competência técnica desperdiçados em um roteiro preguiçoso típico de "filme da Netflix". Chris Hemsworth é o dono de uma empresa farmacêutica que administra uma espécie de prisão laboratório. Com óculos no rosto (hey, não se engane pelos meus músculos, eu sou um cientista) e um gosto por músicas pop dos anos 1980, Hemsworth usa prisioneiros como cobaias para testar uma droga nova. Miles Teller é um deles. A partir de um app no celular, Hemsworth injeta a quantidade certa de drogas que causam excitação, fobia, pânico e até a habilidade de se expressar melhor. Para quê? Algum objetivo genérico do tipo "vamos salvar muitas vidas", diz ele o tempo todo.
O filme vai bem até a metade. O diretor, Joseph Kosinski, já fez coisas melhores como "Tron: O Legado", "Obliviom" e o mega blockbuster "Top Gun: Maverick". O design de produção e a trilha sonora são bons, assim como o elenco. Logo, porém, fica nítido que a trama não tem para onde ir. O orçamento não deve ser muito alto (quase tudo se passa dentro de um laboratório) e a motivação dos personagens é confusa; se Hemsworth é claramente um vilão, por que exigir que as cobaias deem consentimento antes de cada aplicação da droga? Ao final, fica aquela sensação de ideia (e tempo) desperdiçados. Tá na Netflix.