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quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

Glass Onion: Um Mistério Knives Out (Glass Onion: A Knives Out Mystery, 2022)

Glass Onion: Um Mistério Knives Out (Glass Onion: A Knives Out Mystery, 2022). Dir: Ryan Johnson. Netflix. Não é uma continuação, mas uma nova aventura do mesmo detetive de "Entre facas e segredos", sucesso surpreendente de 2019 escrito e dirigido por Ryan Johnson. O filme foi tão popular que a Netflix teria pago mais de 400 milhões de dólares pelos direito de duas novas "continuações", sendo que Daniel Craig e o diretor ficaram 100 milhões de dólares mais ricos.

Assim, "Glass Onion" é maior em absolutamente tudo quando comparado ao pequeno e charmoso filme anterior. Como diz o ditado popular, porém, tamanho não é documento. Enquanto "Entre facas e segredos" se passava em uma casa, em um ambiente mais "íntimo", "Glass Onion" exibe o orçamento inflado em tudo; a ação agora se passa em uma luxuosa ilha privada na Grécia, propriedade de um bilionário interpretado por Edward Norton. Ele convida para sua mega mansão um grupo de amigos compostos por uma política (Kathryn Hahn), um cientista (Leslie Odom Jr.), um youtuber (Dave Bautista), uma influencer da moda (Kate Hudson) e uma ex-sócia (Janelle Monáe). Claro que o detetive Benoit Blanc, interpretado por Daniel Craig de forma ainda mais afetada, também aparece para a festa.

A influência ainda é a escritora Agatha Christie, que escreveu o clássico "O Caso dos Dez Negrinhos", livro de 1939 em que um grupo de pessoas é convidado por um homem misterioso para passar um final de semana em uma ilha. "Glass Onion" é divertido, tem bom elenco e é muito bem filmado, mas acho que algo se perdeu no meio do caminho. Como disse, o charme inglês do filme de suspense anterior dá lugar a um cenário ensolarado, personagens histéricos e uma mansão digna de um vilão de James Bond (olá, Daniel Craig). A personagem mais interessante é a interpretada por Janelle Monáe, que está ótima. Daniel Craig está claramente se divertindo no papel, bem diferente do seu 007. Tecnicamente, direção de fotografia e direção de arte são ótimos, e há uma sequência passada no claro/escuro da mansão que é muito bem feita. Só que o filme tem 30 minutos além do necessário (coisa comum hoje em dia) e o roteiro substitui suspense por histeria e muita pirotecnia. Tá na Netflix.


domingo, 29 de agosto de 2021

Antebellum (2020)

107 - Antebellum (2020). Dir: Gerard Bush e Christopher Renz. HBO Max. Não sabia NADA sobre este filme quando fui assistir (que é como geralmente eu gosto de ver um filme), o que resultou em uma experiência no mínimo curiosa. Ruim mas, ao menos, curiosa. Ao dar uma lida a respeito depois, porém, fiquei pasmo sobre como toda e qualquer surpresa que existe no roteiro foi revelada em trailers, sinopses e praticamente qualquer mídia sobre o filme. "Antebellum" (que significa "antes da guerra", geralmente ao se referir ao período antes da Guerra Civil Americana), foi vendido como um filme na mesma linha de "Corra" e "Us", de Jordan Peele, que conseguiram a façanha de misturar filmes de terror com discussão racial. Vamos por partes.

"Antebellum" começa com um belo plano sequência em uma fazenda no Sul dos EUA, mostrando uma daquelas mansões brancas e lentamente indo até os fundos, onde ficavam os escravos. O plano termina com o assassinato de uma escrava que havia tentado fugir. Acompanhamos então, por uns 40 minutos, um filme na linha de "12 Anos de Escravidão", com toda a crueldade da época. Janelle Monáe é uma escrava chamada Eve, que sofre junto com os companheiros os abusos dos capatazes brancos, quase todos soldados do exército confederado, que lutava pelo Sul escravocrata dos EUA na Guerra Civil.

O filme então dá uma guinada para o presente, e a mesma Janelle Monáe é Veronica, uma ativista e escritora famosa, rica e bem casada. Todo o horror visto na primeira parte dá lugar a uma mulher empoderada, dona do nariz e do seu destino. Tudo muito bem, mas esta segunda parte é muito mal escrita e, a bem da verdade, chata. Acompanhamos Veronica hospedada em um hotel cinco estrelas e, depois, saindo para uma noitada com as amigas. Mas há algo errado, uma mulher que claramente é uma vilã caricata está rondando Veronica e você sabe que alguma coisa vai acontecer. O "presente vai repetir o passado", ou algum clichê do tipo. E eu não posso falar mais nada. A parte da escravidão é desagradável, claro, pelos abusos mostrados na tela. A parte moderna é simplesmente chata. E todo filme depende de algumas "surpresas" que, repito, estão reveladas nos trailers e até na sinopse da HBO Max. Enfim, veja por sua conta e risco. Uma coisa é certa, "Antebellum" está muito longe de "Corra". Disponível na HBO Max.