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quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

True Detective Terra Noturna (True Detective Night Country, 2024)

True Detective Terra Noturna (True Detective Night Country, 2024). Criada por Issa López. HBO Max. "Terra Noturna" começa muito bem em uma pequena cidade no Alasca. É o final do ano e o Sol está se pondo pela última vez por semanas, deixando tudo e todos na escuridão e frio extremos. Um acontecimento bizarro desafia a chefe de polícia local, Liz Danvers (Jodie Foster); um grupo de pesquisadores de uma estação científica desapareceram em pleno ar. Há muitos mistérios envolvendo o caso, assim como um ar meio sobrenatural. Os homens são finalmente encontrados, nus e com expressões desesperadas, congelados como estátuas. Para uma outra policial, Evangeline Navarro (Kali Reis), o caso estaria ligado à morte violenta de uma ativista, anos antes. POSSÍVEIS SPOILERS ADIANTE.


O clima da série, assim como o local, é frio e escuro. Há muito suspense no ar, a premissa é intrigante e o elenco, ótimo. Por que, então, a série chega ao final dos seus seis capítulos como uma grande decepção? É uma pena, mas os roteiristas acabam levantando muito mais perguntas do que respostas. A personagem de Liz, por melhor que seja interpretada por Jodie Foster, acaba caindo naquele clichê de mulher solteirona, chata e mandona, que deixa todos a sua volta malucos. Lembra muito a personagem de Kate Winslet em outra série da HBO, "Mare of Easttown" (que também tinha uma filha lésbica e carregava um trauma do passado, envolvendo um filho). O suspense envolvendo os corpos congelados, que dura os primeiros três episódios, de repente some no ar. Personagens são criados, aparentemente, só para morrer de repente, causando uns dez minutos de drama, para depois também serem esquecidos.

John Hawkes, que é um grande ator, tem toda uma trama envolvendo solidão, problemas com o filho e o envolvimento com os vilões da série para, de repente, chegar a um fim forçado. Outros que "desaparecem" nos últimos capítulos são o superior de Jodie Foster, com quem ela tem um caso e sabe um "podre" do passado dela, e a diretora da mineradora. A série chega ao final com um monte de pontas soltas e mesmo sem saber o destino de personagens importantes. Uma coisa é criar ambiguidade, outra é não saber terminar uma história. Disponível na HBO Max.

domingo, 26 de novembro de 2023

Albert Brooks: Rindo da Vida (Albert Brooks: Defending My Life, 2023)

Albert Brooks: Rindo da Vida (Albert Brooks: Defending My Life, 2023). Dir: Rob Reiner. HBO Max. Albert Brooks talvez não seja muito conhecido no Brasil, a não ser por fãs de cinema. Começou como comediante nos anos 1970, em aparições lendárias em vários talk shows, se enveredou pelo cinema, onde foi escritor, diretor, ator e produtor de vários bons filmes, como "Romance Moderno" (1981) ou "Um visto para o Céu" (1991). Foi também um dos idealizadores do programa de TV "Saturday Night Life".

Neste documentário, o amigo e também diretor Rob Reiner (Conta Comigo, Questão de Honra) senta com ele em uma mesa de restaurante e eles têm uma conversa franca sobre como se conheceram na escola e sobre a carreira de Brooks, família, amor e filmes. Como cinema, é meio "quadradinho" e seguro. Há vários depoimentos de pessoas como Chris Rock, Judd Apatow, Sarah Silverman, Larry David, James L. Brooks e até Steven Spielberg que, eu não sabia, era amigo de Albert Brooks e, juntos, fizeram alguns curtas em Super 8 nos anos 1970.

Há várias cenas dos filmes de Brooks, claro, e aparições em TV. Filho de um comediante que morreu no palco, após uma apresentação e uma mãe atriz e cantora, o nome real de Brooks era Albert Einstein, piada que ele atribui à mãe. O documentário é curto, uma hora e vinte minutos, e vale para quem quiser conhecer sobre a carreira dele. Fiquei com vontade de rever alguns de seus filmes. Disponível na HBO Max.

domingo, 22 de outubro de 2023

Assassinas (Assassins, 2020)

 
Assassinas (Assassins, 2020). Dir: Ryan White. HBO Max. Ótimo documentário sobre uma história bizarra. Em 2017, Kim Jong-nam, o meio-irmão do presidente da Coréia do Norte, Kim Jong-un, foi assassinado em plena luz do diz no aeroporto de Kuala Lampur, Malásia. Duas jovens mulheres foram presas pelo crime; as duas foram filmadas pelo sistema de segurança do aeroporto claramente abraçando e passando alguma coisa no rosto do coreano. Alguns minutos depois, ele morreu envenenado.

AVISO DE SPOILERS . O bizarro é que as duas, quando presas, alegavam não saber o que estava acontecendo. Elas não conheciam a identidade da vítima e tinham uma história estranha para contar: elas acreditavam que faziam parte de um programa de "pegadinhas" online. Por semanas antes do crime elas teriam sido contratadas por homens que diziam ser de um programa de pegadinhas japonesas, e teriam feito a mesma brincadeira com vários homens antes.

O documentário é dirigido por Ryan White, o mesmo da série "The Keepers", da Netflix (em que a morte de uma freira revelava coisas ainda piores sobre uma escola americana). White e sua editora, Helen Kearns, montam um incrível quebra-cabeças formado por imagens de segurança do aeroporto, postagens em redes sociais e depoimentos para tentar provar se a história das moças é real ou não. Há imagens gravadas na Malásia, Indonésia, Vietman e Coréia do Norte e é curioso ver como a globalização tornou todos os países (menos a Coréia do Norte) parecidos. As cenas no aeroporto em em shopping centers poderiam ser em qualquer lugar do mundo; vemos as mesmas lojas, fast food e pessoa tirando selfies nas escada rolantes. O documentário também mostra como as redes sociais também podem ser usadas em uma investigação, através de fotos, postagens e da localização das pessoas. Disponível na HBO Max.

Que horas eu te pego? (No hard feelings, 2023)

 
Que horas eu te pego? (No hard feelings, 2023). Dir: Gene Stupnitsky. HBO Max. O marketing deste filme prometia um retorno às comédias escrachadas dos anos 80/90, com censura 18 anos, sexo, nudez e outros ingredientes que fizeram o sucesso de filmes como "American Pie". "Que horas eu te pego?", no entanto, é curiosamente tradicional, com vários dos clichês de comédias românticas; a única cena de nudez, curiosamente, não tem nada a ver com sexo (ou sensualidade) e parece estar lá só para justificar o "Rated R" da censura americana.

Jennifer Lawrence é uma motorista de Uber chamada Maddie que perde o carro por falta de pagamento de impostos. Ela precisa pagar a dívida ou vai perder a casa em que morou a vida toda. Em uma daquelas coincidências que só acontecem em filmes, ela vê um anúncio na internet que promete um carro à mulher que tirar a virgindade do filho de um casal de ricaços. O rapaz é Percy (Andrew Barth Feldman), um adolescente de 19 anos que não sai de casa, não sabe dirigir, nunca esteve com ninguém e está para entrar em Princeton. Os pais querem que ele "saia do casulo" antes de enfrentar o mundo lá fora.

A trama se parece bastante com "Armações do Amor" (2006), em que os pais de Matthew McConaughey contratam Sarah Jessica Parker para tirar o filho de casa. Jeniffer Lawrence está bem como Maddie; ela é despojada e boca suja, mas o roteiro é difícil de engolir, além de contraditório. O rapaz é descrito como solitário e tímido, mas há uma cena em que ele está jantando com Maddie e uma garota bonita não só o reconhece como o abraça em público, o convida para uma festa e ainda diz que "mal pode esperar para estudar com ele em Princeton". Oi? A suposta ousadia dá lugar à uma segunda parte quase piegas e formulaica. Lawrence é uma das produtoras do filme e é válido que tenha tentado fazer uma personagem diferente, mas poderia ter rendido muito mais. Disponível na HBO Max.

sábado, 14 de outubro de 2023

The Flash (2023).

The Flash (2023). Dir: Andy Muschietti. HBO Max. Com a saturação de filmes de heróis dos últimos anos, confesso que nem sei porque apertei "PLAY" neste... mas não é que foi uma boa surpresa? "The Flash" tem vários dos problemas dos filmes de herói recentes.... tela visualmente poluída, vilões sem sentido, duração muito longa e (a mais nova mania), a presença de um "multiverso". Mas "The Flash", por boa parte de sua duração, tem algo bem raro em filmes de herói (principalmente da DC), que é um "coração".


Atenção, AVISO DE SPOILERS DAQUI PRA FRENTE. Ezra Miller fez uma bagunça gigante em sua vida pessoal e há quem diga que sua carreira esteja acabada, mas é necessário dizer que ele carrega este filme nas costas. O "coração" a que me referi é a parte da trama que envolve a mãe de Barry Allen, Nora, interpretada pela ótima Maribel Verdú (atriz espanhola de "O Labirinto do Fauno" e "E tua mãe também"). Barry descobre que consegue correr tão rápido que pode voltar no tempo. E se ele mudasse o passado e impedisse a morte da sua mãe, quando ele era criança? Claro que ele não deixa a oportunidade passar; quando ele volta, porém, acaba encontrando com uma versão dele mesmo bem diferente. O Barry Allen que ele encontra é um rapaz irresponsável e bem irritante, e as cenas em que os dois Barry contracenam juntos têm alguns dos melhores efeitos especiais que já vi (o que é irônico, porque "The Flash" também tem alguns dos piores efeitos em CGI de todos os tempos, mais tarde na trama).

Do meio para o final, no entanto, o filme fica cada vez pior. Há uma ótima participação de Michael Keaton reprisando a versão do Batman de Tim Burton dos anos 1980. Não há como não se emocionar quando o tema de Danny Elfman toca na trilha sonora. O surgimento de uma versão feminina do Superman (interpretada por Sasha Calle) e o retorno de Michael Shannon como o General Zod funcionam bem menos. E, claro, há a obrigatória cena mostrando o "multiverso" em que (SPOILERS) aparecem várias versões diferentes dos heróis da DC... e o resultado é difícil de definir; os efeitos em CGI são horrendos, mas não deixa de ser emocionante rever Christopher Reeve como Superman ou ver como seria a estranha escolha de Nicolas Cage para o papel.

Assim, "The Flash" consegue ser, ao mesmo tempo, bom e ruim. Não se sabe o futuro do personagem porque, aparentemente, a DC vai sofrer um "reset" sob a nova direção de James Gun. Sinceramente, não ligo muito para isso mas, confesso, me diverti com este "The Flash". Disponível na HBO Max. 

Desaparecida (Missing, 2023)

 
Desaparecida (Missing, 2023). Dir: Nicholas D. Johnson e Will Merrick. HBO Max. Não dá para dizer que é uma continuação de "Buscando" (2018), mas é passado "no mesmo Universo", digamos assim, rs. "Desaparecida" é um bom filme de suspense passado o tempo todo do ponto de vista das redes sociais e computadores. Ou seja, não há câmeras e planos tradicionais do cinema... todas as imagens na tela existem a partir de webcams, câmeras de segurança, janelas de aplicativos, celulares, etc. Às vezes o conceito é forçado um pouco (há um plano do ponto de vista de uma câmera de ré de um carro, por exemplo... outro de um smart watch), mas está valendo.

A trama gira ao redor do desaparecimento de uma mulher chamada Grace Allen (Nia Long). Ela foi viajar com o novo namorado, Kevin (Ken Leung) para a Colômbia e simplesmente sumiu. O filme se passa a partir do ponto de vista da filha de Grace, June (Storm Reid), uma adolescente típica que aproveita a viagem da mãe para dar uma festa na casa. Quando a mãe não volta, no entanto, ela usa de todas as ferramentas possíveis da internet para encontrá-la. O interessante é que tudo parece plausível. Coisas comuns da vida online como tentar recuperar uma senha ou bancar o detetive para decifrar algumas mensagens é algo que quase todo mundo já fez. O grande ator português Joaquim de Almeida aparece no filme como um colombiano que June contrata para procurar pela mãe (ela tem que baixar o Whatsapp, aplicativo pouco usado nos EUA, para se comunicar com ele).

É de se imaginar que a Apple e o Google, de alguma forma, patrocinaram o filme, porque a garota é vista usando os produtos deles o tempo todo (mas, de novo, tudo soa real e orgânico). Achei que "Desaparecida" ia acabar se tornando repetitivo, mas é boa diversão. Disponível na HBO Max. 

O Sacrifício do Cervo Sagrado (The Killing of a Sacred Deer, 2017)

 
O Sacrifício do Cervo Sagrado (The Killing of a Sacred Deer, 2017). Dir: Yorgos Lanthimos. HBO Max. Difícil classificar este filme... terror psicológico? O grego Yorgos Lanthimos é especialista em filmes estranhos, como "O Lagosta" ou "A Favorita" (este mais normalzinho), e "O Sacrifício do Cervo Sagrado" não é exceção.

Colin Farrell é um cirurgião renomado, bem casado com uma oftalmologista (Nicole Kidman) e pai de um casal de adolescentes; mas algo está errado. Ele tem encontros frequentes com um rapaz (Barry Keoghan), a quem dá presentes caros e passeia pela cidade. É filho de outro casamento? Filho ilegítimo? O quê? O rapaz vai visitar a família de Farrell e é muito polido e educado mas, novamente, algo parece fora de lugar. Ele aparece sem avisar no hospital; é visto fora da casa de Farrell, observando quieto. Uma noite, ele leva Farrell para jantar em sua casa e a mãe dele (Alicia Silverstone), fica bastante interessada no médico. Farrell tenta cortar relações mas o rapaz continua ligando e aparecendo sem avisar.

Contar mais pode estragar o filme (ou não). Esta é daquelas produções que você assiste desconfortável, inquieto. Lembra um pouco "Caché" (2005), do austríaco Michael Haneke. Visualmente, Lanthimos empresta as lentes grande angular e os movimentos de câmera de Stanley Kubrick (há ecos de "Laranja Mecânica" e "O Iluminado"), além da trilha sonora composta por clássicos. A trama é bastante simbólica (o personagem de Keoghan chega a dizer isso abertamente). O médico interpretado por Farrell vai ter que enfrentar erros do passado e tomar decisões terríveis no presente. Racionalmente, nada faz muito sentido, mas Lanthimos está lidando com fábulas e mitologia aqui. Estranho. Disponível na HBO Max. PS: curioso que tanto Farrell quanto Keoghan atuariam juntos em "Os Banshees de Inisherin" alguns anos depois, um filme também metafórico, embora completamente diferente.

O Homem das Novidades (The Cameraman, 1928)

 
O Homem das Novidades (The Cameraman, 1928). Dir: Edward Sedgwick e Buster Keaton. A HBO Max tem umas joias escondidas no catálogo, como este filme mudo de Buster Keaton de 1928. Curioso que um filme com 95 anos esteja ao lado de "Euphoria" ou "Game of Thrones", mas... (também achei o filme inteiro no YouTube
).

Confesso que demorei uns minutos para me "aclimatar" a um filme mudo, com trilha de órgão e legendas explicativas mas, passando por isso, "The Cameraman" é até bastante moderno. Buster Keaton, famoso comediante que nunca sorria, interpreta um fotógrafo que tira retratos pelas ruas. Um dia ele se apaixona por uma moça, Sally (Marceline Day) e a segue até o setor de cinejornalismo da MGM. Lá ele vê os cinegrafistas chegando da rua com as imagens do dia e, para impressionar a moça, resolve comprar uma câmera de cinema (daquelas ainda com manivela). É quase uma versão cômica de "O Abutre", hehe. Keaton sai pela cidade à procura de imagens que possam ser vendidas à MGM. Eu poderia jurar que este filme foi baseado no clássico russo "Um Homem com uma Câmera", de Dziga Vertov, mas o filme de Keaton foi lançado um ano antes.

Há algumas piadas simples misturadas com sequências interessantes, como quando Keaton leva a garota até uma piscina pública, ou quando ele joga baseball sozinho no estádio dos Yanks. Famoso pela comédia física, Keaton corre pelas ruas de Nova York, pula de um ônibus em movimento e, quase 25 anos antes que Gene Kelly, sai feliz pelas ruas, na chuva, depois de receber um beijo da garota. Há um movimento de câmera em um cenário bem impressionante quando vemos Keaton descer e subir as escadas de um prédio, cortado lateralmente, para atender ao telefone.

O filme é curto (uma hora e quinze) e bastante movimentado. O final é engraçado e tem um "plot twist" envolvendo um macaco amestrado (sim). Disponível na HBO Max.

domingo, 6 de agosto de 2023

A Vida Depois (The Fallout, 2021).

A Vida Depois (The Fallout, 2021). Dir: Megan Park. HBO Max. Filme bonito e muito sensível sobre um assunto bastante comum nos últimos anos (infelizmente). Duas adolescentes estão no banheiro de uma escola de ensino médios dos EUA quando escutam tiros vindos do corredor. As duas se escondem em um box e a câmera nunca sai delas; ouvimos os tiros continuando no corredor, os gritos de desespero e, minutos depois, a polícia, tudo do ponto de vista das garotas (e de um rapaz, que entra no meio do tiroteio).
É mais um dia nas escolas dos Estados Unidos, mas este filme foca nos sobreviventes e como eles enfrentam as semanas seguintes. Jenna Ortega (famosa por "Wandinha") está excelente como uma das garotas, Vada. Ela é esperta, natural e completamente a vontade na pele da adolescente (Ortega já tinha quase 20 anos quando fez o filme, mas a personagem dela tem 16 e, francamente, ela parece ter uns 13). A outra garota da cena inicial é completamente diferente de Vada; Mia (Maddie Ziegler) é alta, bonita e uma "influencer" com milhares de seguidores no Instagram. Enquanto Vada tem família, com pai, mãe e uma irmã mais nova para lhe darem suporte (embora eles não saibam exatamente como agir), Mia parece popular mas é solitária e mora em uma casa grande, cheia de objetos de arte, mas os pais estão sempre viajando pela Europa (e não voltam nem depois do tiroteio).

Vada e Mia acabam engatando uma amizade gerada pelo trauma e pela necessidade de apoio. Há cenas inocentes delas vendo TV e dançando juntas, mas há também álcool e drogas envolvidas (e confesso que é meio estranho ver Ortega, com o rosto de uma criança, fazendo essas coisas). A personagem dela tenta lidar com o trauma como pode, inclusive ficando confusa sobre seus sentimentos tanto por Mia quanto por Quinton (Niles Fitch), um garoto que também sobreviveu ao ataque. Shailene Woodley (da série "Divergente"), que até um tempo atrás fazia papéis de adolescente, faz uma participação aqui como uma psicóloga. Um bom filme, bem interpretado e dirigido com sensibilidade. Disponível na HBO Max. 

terça-feira, 18 de julho de 2023

Minha Nova Vida (How I Live Now, 2013)

Minha Nova Vida (How I Live Now, 2013). Dir: Kevin MacDonald. HBO Max. Baseado em um livro do gênero "YA" (young adult), "Minha Nova Vida" tinha tudo para ser um romance bobinho mas MacDonald (de "O Último Rei da Escócia") eleva a trama para algo melhor. Lançado há dez anos, o filme tem a curiosidade de trazer novatos (para a época) como Tom Holland (o Homem-Aranha) e George MacKay (de "1917"), além da ótima Saoirse Ronan. Ela é Daisy, uma americana que vai visitar os primos em um sítio no interior da Inglaterra. O mundo está às vésperas de uma nova Guerra Mundial, mas os adolescentes estão alheios a tudo. A mãe dos garotos (e tia de Daisy), que é "do governo", está sempre ocupada em reuniões online e, um dia, deixa todos sob os cuidados do filho mais velho, Edmond (George MacKay) e parte para a Suíça.

As brincadeiras em paisagens verdes e rios gelados são interrompidas por uma ótima cena em que os jovens percebem os efeitos de uma bomba nuclear que estourou em Londres, a centenas de quilômetros de distância. As árvores são sacudidas por um forte vento e, do céu, cinzas começam a cair. Nos dias que se seguem, as pessoas são evacuadas de suas casas e encaminhadas para campos, mas os primos se escondem em um galpão na floresta e tentam permanecer juntos. É lá que um romance se inicia entre Daisy e Edmond. O filme fica bem mais sério e pesado quando Daisy e uma prima mais nova, Piper (Harley Bird) são separadas dos garotos e levadas para uma casa distante. O inimigo (que nunca é identificado) passa a atacar e as meninas têm que fugir por florestas cheias de corpos e estupradores. Kevin MacDonald mostra cenas mais pesadas do que eu esperava em um "romance adolescente". Gostei mais do que estava esperando. Disponível na HBO Max. 

quarta-feira, 12 de julho de 2023

Caçada (Hunter Hunter, 2020)

Caçada (Hunter Hunter, 2020). Dir: Shawn Linden. HBO Max. Suspense psicológico com mais de uma pitada de terror (e uma cena brutalmente violenta), "Caçada" é dos bons. Em um floresta do Canadá mora uma família de caçadores; pai (Devon Sawa), mãe (Camille Sullivan) e filha (Summer H. Howell) vivem de caçar pequenos animais para comer e vender a pele. Só que o mercado está em baixa e o que eles caçam mal dá para eles sobreviverem. Para piorar, um grande lobo está rondando pela região, atacando as presas e ameaçando a família. O pai decide que vai dar um fim nele e sai para caça-lo pela floresta. É então que ele acha "alguma coisa" que o assusta mais do que qualquer lobo.

O filme é escrito e dirigido por Shawn Linden, que é muito competente em criar suspense. Scorsese costuma dizer que "cinema é o que está ou não está dentro do quadro", e Linden cria boas cenas de suspense ao mostrar os atores olhando para alguma coisa que você não sabe o que é... e só depois revelar o quadro geral. O filme também é bom em mostrar os detalhes nada fáceis de se morar na floresta. Há várias cenas em que se mostram animais sendo caçados e limpos, para se obter a carne e a pele. O pai é orgulhoso e diz que esta é a vida que ele escolheu. Mãe e filha fazem o que podem, mas estão cada vez mais com fome (literalmente). A ameaça do lobo, aos poucos, dá lugar a algo muito mais sinistro e aterrorizante. Há uma cena de arrepiar. Disponível na HBO Max. 

domingo, 9 de julho de 2023

A Extorsão (La extorsión, 2023)

A Extorsão (La extorsión, 2023). Dir: Martino Zaidelis. HBO Max. Guillermo Francella é Alejandro, um piloto baseado em Buenos Aires. Ele faz voos internacionais, é bem casado e adora a profissão. Uma manhã ele é convocado a prestar depoimento a pessoas que se dizem do serviço de inteligência argentina. Um homem chamado Saavedra (Pablo Rago) mostra a Alejandro uma série de fotos dele com a amante, uma médica (que também adulterou relatórios que poderiam forçar sua aposentadoria). Saavedra pode acabar com a carreira e o casamento de Alejandro, mas lhe oferece uma proposta: se ele levar para Madrid uma mala, como se fosse sua, sua carreira estaria protegida.

É um bom suspense, embora a gente imagina que, sendo um filme argentino, ele seria melhor com Ricardo Darín, rs; mas Guillermo Francella não faz feio. Claro que a situação dele fica cada vez mais complicada, ainda mais quando um chefe de polícia começa a observá-lo de perto, tentando fazer com que ele entregue o esquema de extorsão do qual é vítima. O que haveria nas malas que ele leva à Europa? Quem mais estaria envolvido? Disponível na HBO Max. 

sexta-feira, 23 de junho de 2023

65 Ameaça Pré-Histórica (65, 2022)

65 Ameaça Pré-Histórica (65, 2022). Dir: Scott Beck e Bryan Woods. HBO Max. A Crítica desse filme foi tão ruim que eu estava com a expectativa lá embaixo; não sei se foi por isso, mas não é que achei o filme bom? É curto, enxutos 90 minutos, tem o sempre competente Adam Driver e a premissa é simples e direta.

Driver é um piloto de uma espaçonave que está transportando vários passageiros em estado de hibernação. A nave acaba entrando em um campo de asteroides e sofre um acidente. Por sorte, há um planeta bem perto e Driver cai nele. Todos a bordo estão mortos, a não ser Driver e uma garota de uns nove anos, Koa (Ariana Greenblatt). Ela não fala inglês e os dois têm que se comunicar por gestos e algumas palavras em comum. A nave se partiu em dois e o "bote salva vidas" está na outra metade da nave, a 15 km de distância, e os dois têm que fazer esse trajeto se quiserem escapar do planeta. Ah sim, um detalhe: o planeta é a Terra, só que há 65 milhões de anos, com dinossauros famintos vagando pelas paisagens.

Não é das ideias mais originais. Em muitos aspectos, lembra muito "Depois da Terra" ("After Earth", M. Night Shyamalan, 2013), em que o filho do Will Smith também tem que achar a outra metade de uma nave acidentada para chamar por socorro. O roteiro e direção de "65" é da mesma dupla que escreveu o ótimo "Um Lugar Silencioso" (John Krasinski, 2018). Quase ninguém foi ver o filme e crítica reclamou que ele é parado demais. Ele até poderia ser mais agitado para um filme de dinossauros estrelado por um Adam Driver empunhando um rifle espacial; mas há boas cenas de suspense provocadas por diversas ameaças à dupla de humanos. Há um lado mais "emocional" provocado pelo fato de que Driver perdeu uma filha, que obviamente vai ser "substituída" emocionalmente por esta nova garota que ele tem que cuidar ("The Last of Us" mandou lembranças). O final é bastante absurdo mas, ei, é um filme de dinossauros e Adam Driver. Disponível na HBO Max. 

quinta-feira, 25 de maio de 2023

Amor e Morte (Love and Death, 2023)

 
Amor e Morte (Love and Death, 2023). Dir: David E. Kelley. HBO Max. Candy Montgomery (Elizabeth Olden) é uma cidadã modelo. Ela é mãe de dois filhos e esposa ideal. Candy canta no coral da igreja e é ativa na comunidade em uma pequena cidade do Texas. Um dia, durante um jogo de vôlei com a congregação, ela se sente estranhamente atraída por um colega da igreja, Allan (Jesse Plemons). Decidida e sem rodeios, ela se aproxima dele e pergunta se ele estaria interessado em ter um caso com ela.

Mais para frente, "Amor e Morte" vai se tornar uma série criminal mas, para mim, a parte mais intrigante é este começo. A minissérie da HBO está mais interessada, aparentemente, em pintar um retrato dessa comunidade americana no final dos anos 1970 do que com o crime e julgamento que vão tomar conta dos capítulos finais. Elisabeth Olsen e Jesse Plemons estão ótimos como pessoas comuns que resolvem ter um caso; o modo como eles lidam com isso é quase científico. Ao invés de partirem direto para a cama, Candy e Allan têm vários encontros que servem para eles pesarem os "prós e contras" de um relacionamento extraconjugal. Eles fazem listas (no topo de uma, está a regra de que eles não podem se apaixonar). Eles conversam sobre como o caso não pode causar sofrimento aos seus respectivos cônjuges. Candy se responsabiliza não só por reservar os quartos de hotel como em preparar o almoço deles. Quando eles finalmente acabam na cama, até a HBO, famosa por cenas de sexo quase explícitas, resolve se comportar e mostra o casal de forma respeitosa.

Há um ditado que diz que quando um homem faz um plano, o Universo dá risada, e claro que todo o planejamento de Candy e Allan acaba dando errado. A coisa se complica de vez quando um machado entra na equação e a série entra para o terreno criminal; os fãs de séries de crime podem então assistir às cenas esperadas de tribunal, advogados gritando "protesto!", provas sendo apresentadas e, no final, um veredito, mas acho que isso é o de menos. A minissérie tem sete capítulos e o último foi disponibilizado hoje na HBO Max.

PU-239 (The Half Life of Timofey Berezin, 2006)

 
PU-239 (The Half Life of Timofey Berezin, 2006). Dir: Scott Z. Burns. HBO Max. Filme estranho, que encontrei sem querer zapeando pelo menu da HBO. Imagine uma mistura da seriedade de "Chernobyl" com a comédia dark de um filme de Guy Ritchie.

Timofey (Paddy Considine) trabalha em uma usina nuclear na União Soviética quando acontece um acidente. Ele tenta fechar uma válvula, é exposto a uma quantidade letal de radiação e, para piorar, os burocratas ainda querem por a culpa nele. Timofey é afastado da usina, sem pagamento, com esposa e filho pequeno para sustentar. Com a ajuda de um amigo, ele então rouba material nuclear da usina e parte para Moscou, na esperança de conseguir dinheiro para a família.

Enquanto isso, em Moscou, Oscar Isaac é um gângster chamado Shiv. Como em um filme de Guy Ritchie, ele faz parte de uma gangue atrapalhada que coloca fogo em uma loja, sem saber que ela pertence a um chefão inimigo. Eles têm 72 horas para pagar seis mil dólares a ele ou, então...

As duas histórias se intercalam aos trancos e barrancos. A parte com Paddy Considine, o operário morrendo rapidamente pelos efeitos da radiação, é séria e tem uma narração poética falando sobre os perigos da energia nuclear. A outra parte, com Oscar Isaac, é violenta, nonsense e, às vezes, engraçada. Como um todo, o filme não funciona direito. A produção é da HBO Filmes, com produção executiva de Steven Soderbergh e George Clooney. Estranho. Disponível na HBO Max.

sábado, 4 de fevereiro de 2023

The White Lotus - 2ª Temporada (2022)

 

The White Lotus - 2ª Temporada (2022). Dir: Mike White. HBO Max. "The White Lotus" retorna à HBO com sua mistura de paisagens maravilhosas, hotéis de luxo e pessoas podres. Enquanto a primeira temporada se passava no Havaí, esta segunda acontece no "velho mundo", a Europa, em um hotel paradisíaco na costa da Sicília, Itália.

Apenas uma personagem principal retorna da temporada anterior, a milionária sem noção Tanya (Jennifer Coolidge). O resto dos personagens inclui um trio de Los Angeles que está à procura de sua raízes, interpretados por um patriarca mulherengo (o grande F. Murray Abraham), seu filho produtor de cinema (Michael Imperioli, o Christopher da série "The Sopranos") e o neto, Albie (Adam DiMarco). Há também dois casais (Meghann Fahy e Theo James; Aubrey Plaza e Will Sharpe), novos ricos do ramo da tecnologia e finanças que vieram passar uma semana na Itália. Jennifer Coolidge traz junto sua assistente, Portia (Haley Lu Richardson), que quer viver "uma grande aventura" na Itália (ela consegue).

São sete episódios mostrando a relação dessas pessoas entre si, com um complicador: duas jovens prostitutas italianas (Simona Tabasco e Beatrice Grannò) que estão à caça de um(a) estrangeiro(a) rico(a) e se envolvem com vários dos hóspedes do hotel. Os roteiros e direção são de Mike White, que não se cansa de mostrar o lado "sombrio" de cada personagem. Assim como na primeira temporada, há um contraste interessante entre as paisagens belíssimas e a constante falta de noção destes personagens ricos, egocêntricos e perdidos. Aybrey Plaza, que geralmente interpreta personagens soltas e desencanadas, surpreende aqui como uma mulher reprimida que é ótima em achar o problema dos outros, mas não nela mesma. O trio de Los Angeles não consegue quebrar um padrão de comportamento misógino que envolve traições e problemas conjugais. O rapaz mais novo tenta ser diferente e ser "bonzinho", mas todo mundo sabe o que acontece com pessoas "boazinhas".

Há também um núcleo italiano representado, além das jovens prostitutas, pela gerente do hotel, Valentina (Sabrina Impacciatore, ótima), e outros empregados. É tudo muito bem filmado nas paisagens da Sicília, com suas belas praias e palacetes centenários. Há um bocado de cenas de nudez tanto masculina quanto feminina. E, claro, várias referências a "O Poderoso Chefão". Disponível na HBO Max.

sábado, 31 de dezembro de 2022

Trem Bala (Bullet Train 2022)

Trem Bala (Bullet Train 2022). Dir: David Leitch. HBO Max. Filme de (ultra) ação que lembra aquelas produções estilizadas e cheias de piadinhas de Guy Ritchie, tipo "Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes" ou "Snatch: Porcos e Diamantes". Múltiplos personagens cheios de manias e frases de efeito mais ação ininterrupta colocados dentro de um trem bala (também estilizado) entre Tóquio e Kyoto, no Japão. O diretor é David Leitch, de filmes como "Deadpool 2" e "Atômica".

O elenco é grande, mas Brad Pitt (por ser Brad Pitt) é o personagem principal, um matador de aluguel que resolveu pegar um "serviço fácil": entrar em um trem bala, roubar uma mala cheia de dinheiro e descer na primeira estação. Claro que não vai ser tão tranquilo. Dentro do mesmo trem estão uma dupla de assassinos (Aaron Taylor Johnson e Brian Tyree Henry), um gângster japonês (Andrew Koji), o pai dele (Hiroyuki Sanada) e uma garota aparentemente inocente (Joey King). Todos estão interligados em uma trama complicada que envolve a tal mala de dinheiro, o sequestro do filho de um chefão do crime e várias pessoas querendo vingança.

Parênteses: eu queria saber o que aconteceu com os editores de cinema. Pelo jeito nenhum deles têm poder para chegar para o diretor e dizer: "Hey, menos é mais". "Trem Bala", como vários filmes recentes, tem aqueles vinte minutos a mais que são desnecessários... o que aconteceu com aqueles filmes de ação de 90 minutos? Enfim, "Trem Bala" é bem feito, estilizado e tem personagens interessantes, embora não seja nenhuma novidade. Se você quiser bons 90 minutos (e desnecessários 30 minutos) de ação desenfreada e diálogos sarcásticos, vai se divertir. Se não... Disponível na HBO Max.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

Eles não envelhecerão (They Shall Never Grow Old, 2018)

Eles não envelhecerão (They Shall Never Grow Old, 2018). Dir: Peter Jackson. HBO Max. Documentário de Peter Jackson em comemoração aos 100 anos do fim da I Guerra Mundial (1914-1918). Jackson teve acesso a 600 horas de entrevistas e 100 horas de imagens feitas durante a guerra; usando a tecnologia de sua produtora de efeitos especiais, Jackson recuperou, colorizou e sonorizou imagens com mais de 100 anos de idade para apresentar a vida de soldados comuns em uma guerra bárbara e insana.

O documentário costura depoimentos de soldados que sobreviveram à guerra e as ilustra, no início, com as tradicionais imagens em preto e branco filmadas na época. Quando os soldados ingleses chegam ao front, no entanto, a imagem se aproxima, fica mais limpa e se torna colorida. Som ambiente e falas foram acrescentados na pós-produção e trazem à vida cenas dos soldados se acotovelando nas trincheiras ou correndo nos campos de batalha. Há depoimentos nada românticos sobre o dia a dia dos soldados, fazendo as necessidades em valas abertas, lidando com piolhos e ratos e usando o mesmo uniforme por anos seguidos. Ao final, a constatação de que os soldados alemães, do outro lado do campo de batalha, não são tão diferente e que todos, no fim das contas, são apenas peões em um jogo que eles não entendem. Disponível na HBO Max. 

domingo, 13 de novembro de 2022

Um lugar bem longe daqui (Where the Crawdads Sing, 2022).

Um lugar bem longe daqui (Where the Crawdads Sing, 2022). Dir: Olivia Newman. HBO Max. Típico "filme de Supercine", rs, "Um lugar bem longe daqui" é baseado em um bestseller de Delia Owens. Kya Clark (Daisy Edgar-Jones) é uma garota que mora em uma cabana no pântano, na Carolina do Norte. Ela é chamada de "Menina do Brejo" pelos habitantes da cidade vizinha, que sempre a trataram mal. Garotos de bicicleta descobrem o corpo de um rapaz no brejo e, claro, a garota é acusada de matá-lo. Nem fica muito claro se houve um crime ou se o rapaz simplesmente sofreu um acidente, mas a garota é presa e a trama se torna um filme de tribunal.

Longos flashbacks mostram como Kya, quando criança, sofreu nas mãos de um pai abusivo. A mãe, as irmãs e o irmão vão embora, um a um (sem nem se preocupar com a irmã mais nova?) e a criança, sozinha, aprende a se manter vendendo mariscos, que caça todas as manhãs. Quando adulta, Kya é interpretada pela inglesa Daisy Edgar-Jones, que mais parece uma boneca de porcelana do que com uma mulher que passou a vida inteira trabalhando sob o Sol. Com a ajuda de um rapaz, Tate (Taylor John Smith), ela não só aprende a ler e a escrever como consegue, nos anos 1960, publicar um livro sobre os animais e plantas da região (com ilustrações em aquarela e nome em latim e tudo). Detalhe: ela faz isso tudo por correspondência (home office?), sem nunca encontrar os editores. De uma cabana. No pântano.

Ah, sim, o filme de tribunal. O grande David Strathairn se oferece para ser o advogado na moça, mas o caso era tão sem fundamento, desde o início, que fica difícil se importar muito com o resultado. Uma das produtoras é a atriz Reese Whiterspoon, que comprou os direitos do livro (que vendeu 12 milhões de cópias). A adaptação para o roteiro foi escrita por Lucy Alibar, que escreveu outro livro sobre uma garota crescendo no brejo, "Indomável Sonhadora" (2012). Para passar o tempo. Disponível na HBO Max.

terça-feira, 8 de novembro de 2022

Não se Preocupe, Querida (Don´t Worry Darling. 2022)


Não se Preocupe, Querida (Don´t Worry Darling. 2022). Dir: Olivia Wilde. HBO Max. Alice (Florence Pugh) vive a vida perfeita. Ela mora em uma comunidade planejada em algum lugar ensolarado do oeste americano. Tem uma casa enorme, que ela mantém sempre limpa e arrumada. Ela é casada com Jack (Harry Styles), um rapaz bonito que a ama e, todas as manhãs, sai para trabalhar em seu carrão colorido. Todos os maridos da vizinhança saem para trabalhar na mesma hora, se despedindo das esposas perfeitas e sorridentes. Eles trabalham em um "projeto secreto" em um lugar chamado "Victory". É o sonho americano concretizado. Claro que alguma coisa está errada.

"Não se preocupe, querida" chega à HBO Max depois de um tempo nos cinemas e uma campanha publicitária mais preocupada com as fofocas de bastidores do que com o roteiro. Talvez porque as fofocas fossem melhores. Não que o filme seja ruim, pelo contrário. Tecnicamente, é lindo. Os cenários, figurinos e fotografia parecem uma versão para cinema da série Mad Men (Don Draper se sentiria em casa naqueles cenários). Florence Pugh está excelente. O problema é que, em pleno 2022, nós já vimos episódios de Black Mirror e filmes de Shyamalan o suficiente para adivinhar o que está acontecendo. Quando o final chega, ao invés de "uau", nós apenas dizemos "ah...ok". O roteiro abre, sim, discussões sobre o patriarcado e a visão masculina do mundo (os anos 60 mandaram lembrança). É tudo tão bem feito e interpretado que você não deixa de prestar atenção. Mas... é só isso.

Infelizmente, fica difícil competir com as semanas de intrigas de bastidores que estavam na internet o tempo todo. Se Harry Styles tinha ou não cuspido em Chris Pine em uma exibição do filme. Se Florence Pugh odiava a diretora Olivia Wilde ou só decidiu se afastar das entrevistas. Se Shia LaBeouf havia sido demitido mesmo do filme (como afirmava Wilde) ou não (como os áudios dele provavam). Se Olivia Wilde estava ou não tendo um caso com Harry Styles. E assim por diante. Para quem estiver interessado no filme, está disponível na HBO Max.