Val (2021). Dir: Ting Poo e Leo Scott. Amazon Prime. Bom documentário sobre a vida do ator Val Kilmer. O filme apareceu sem nenhuma propaganda na Amazon Prime, mas eu o aguardava há algum tempo. Val Kilmer nunca chegou ao status de "astro" como Tom Cruise ou Harrison Ford, longe disso, mas foi sempre um ator marcante mesmo nas produções "B" que fizeram parte de seu currículo nos últimos anos. Recentemente foi atacado por um câncer de garganta que acabou com sua voz forte e debilitou sua aparência. Ele sobreviveu, mas é triste ver o que a doença fez com sua figura.
Sem poder falar (a não ser tampando um buraco na garganta com os dedos), Val Kilmer resolveu contar a própria história, usando centenas de horas de filmagens feitas por ele mesmo desde criança. Sim, é um projeto cheio de vaidade, mas Kilmer é um ator, acostumado à própria imagem a vida inteira. Ele e os irmãos brincavam de fazer filmes amadores em um rancho na Califórnia e Kilmer continuou gravando a própria vida; bastidores de filmes, testes para diretores como Scorsese (ele tentou o papel de Ray Liotta em "Os Bons Companheiros") e Stanley Kubrick, ensaios, conversas com a família, etc. Há cenas curiosas dos bastidores de "Top Gun", "Batman", "The Doors", "Fogo contra Fogo", "Tombstone" e o caos que foram as filmagens de "A Ilha do Dr. Moreau", com Marlon Brando.
Todo o "glamour" do passado contrasta com a situação presente de Kilmer. Há uma sequência bem desconfortável em que o vemos assinando centenas de autógrafos para fãs em uma convenção qualquer; Kilmer passa mal e tem que interromper a sessão de autógrafos. Sem poder fazer mais filmes, ele agora depende de aparições públicas para ganhar algum dinheiro. O documentário é narrado pelo filho de Kilmer, Jack, que tem a voz bem parecida com a do pai. O trabalho de edição é muito bem feito, misturando centenas de imagens de várias décadas diferentes para contar a história de um grande ator. Disponível na Amazon Prime.
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terça-feira, 10 de agosto de 2021
Val (2021)
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quinta-feira, 15 de abril de 2021
Radioactive (2019)
Radioactive (2019). Dir: Marjane Satrapi. Netflix. Biografia da cientista Marie Curie (Rosamund Pike), a primeira mulher a ganhar não só um, mas dois prêmios Nobel. Pena que o filme seja tão quadradinho. A Marie Curie interpretada por Rosamund Pike tem só dois humores: combativa ou sorridente, não há meio termo. Na tentativa de ser didático, o filme se transforma em um "especial de TV" em momentos em que uma arte em computação gráfica aparece na tela para ilustrar algum conceito científico. Vemos representações de átomos e reações físico-químicas como em algum documentário da BBC, por exemplo, enquanto Marie Curie explica para alguém o que ela está estudando.
Mais estranho ainda são cenas que aparecem do nada mostrando acontecimentos no futuro, envolvendo radiação. O problema é que estas cenas são entrecortadas com os acontecimentos no começo do século XX, e para um desavisado vai parecer que o discurso que Pierre Curie fez ao receber o Prêmio Nobel em 1903 aconteceu ao mesmo tempo que o lançamento da bomba de Hiroshima em 1945, por exemplo. Isso é repetido em outros momentos, aleatoriamente, com recriações de testes nucleares em Nevada nos anos 1950 ou mesmo o desastre nuclear de Chernobyl, em 1986.
Por fim, para uma biografia, há vários problemas históricos. No filme, apenas o marido de Marie, Pierre, vai receber o prêmio Nobel, o que causa uma cena de revolta e ciúmes em Marie. Tenho certeza que Marie Curie sofreu muito preconceito por ser uma mulher, mas por que inventar uma situação que não aconteceu, justamente com o prêmio Nobel? Rosamund Pike faz o que pode com o papel, que é mal escrito. A direção é de Marjane Satrapi, que fez a ótima animação "Persépolis" (2007). Tá na Netflix.
Mais estranho ainda são cenas que aparecem do nada mostrando acontecimentos no futuro, envolvendo radiação. O problema é que estas cenas são entrecortadas com os acontecimentos no começo do século XX, e para um desavisado vai parecer que o discurso que Pierre Curie fez ao receber o Prêmio Nobel em 1903 aconteceu ao mesmo tempo que o lançamento da bomba de Hiroshima em 1945, por exemplo. Isso é repetido em outros momentos, aleatoriamente, com recriações de testes nucleares em Nevada nos anos 1950 ou mesmo o desastre nuclear de Chernobyl, em 1986.
Por fim, para uma biografia, há vários problemas históricos. No filme, apenas o marido de Marie, Pierre, vai receber o prêmio Nobel, o que causa uma cena de revolta e ciúmes em Marie. Tenho certeza que Marie Curie sofreu muito preconceito por ser uma mulher, mas por que inventar uma situação que não aconteceu, justamente com o prêmio Nobel? Rosamund Pike faz o que pode com o papel, que é mal escrito. A direção é de Marjane Satrapi, que fez a ótima animação "Persépolis" (2007). Tá na Netflix.
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sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
Inquietos
Não há nada romântico a respeito do câncer, e este é o maior problema com "Inquietos", de Gus van Sant. Com produção de Ron Howard e Brian Grazer (de blockbusters como "Apolo 13" e "Cowboys e Aliens" ) o filme de Van Sant tem "alma" de filme independente. Atores relativamente desconhecidos, trilha sonora "alternativa" e assuntos considerados tabu no cinema americano, como morte e suicídio. O filme é "bonitinho" demais, o que compromete.
Enoch Brae (Henry Hopper, filho de Dennis Hopper) é um rapaz depressivo que gosta de entrar de penetra em velórios. Ele perdeu os pais em um acidente de carro e esteve à beira da morte por meses. Ele mora com uma tia em uma casa que é o protótipo da casa mal assombrada, grande e escura, e tem um amigo imaginário chamado Hiroshi (Ryo Kase), que diz ser o fantasma de um piloto kamikaze japonês. Enoch conhece Annabel (Mia Wasikowska, pense na garota mais gracinha que se pode imaginar) em um destes velórios e os dois se tornam amigos. Tudo no casal lembra a morte; Enoch apresenta seus pais a Annabel no cemitério, claro, e ela é interessada em insetos que se acasalam na carcaça de animais mortos. Annabel está morrendo; ela é paciente teminal de câncer e os médicos lhe deram três meses de vida. Junta-se um rapaz apaixonado por morte com uma moça que está para morrer e o resultado é difícil de classificar (uma "comédia romântica mórbida"?).
O elenco deve ser elogiado. O filho de Dennis Hopper é bom e sua interpretação ao lado de Wasikowska funciona bem. A amizade entre os dois logo se transforma em amor e, com três meses de vida, não há tempo a perder e o casal passa a maior parte do tempo juntos, seja em transfusões de sangue ou visitando o necrotério do hospital de Annabel. Nem tudo funciona no filme, no entanto. Sim, o casal é uma gracinha e há muita "nobreza" por parte de Enoch em aceitar o amor de Annabel nessas condições, mas se a "mensagem" do filme é contra o preconceito, o rapaz tinha que ser um suicida que tem conversas com pilotos kamikaze? Fica aparente também a tentativa de Gus Van Sant (ou dos produtores) em deixar tudo sempre o mais leve possível. Não há problema algum em encarar a morte com bom humor, mas o filme sofre de um excesso de "gracinha" que chega a incomodar. A trilha sonora de Danny Elfman (que já viu dias melhores em sua parceria com Tim Burton) e as canções "alternativas" tocam alegremente em qualquer situação que poderia ser mais dramática, como se o espectador tivesse que ser pego pela mão e não enfrentar o que, repito, não tem graça alguma: Annabel está morrendo de câncer.
Mia Wasikowska carrega o filme nas costas, mas sua personagem, que deveria ser o centro de atenção, é colocada de lado em sequências em que Enoch está brigando com seu fantasma imaginário ou agindo como um garoto mimado. E por que um filme que fala tanto sobre morte evita encará-la de frente no final? "Inquietos" é cheio de boas intenções, tem bom elenco e várias cenas interessantes, mas acaba se afogando no próprio açúcar. Visto no Topázio Cinemas.
domingo, 30 de outubro de 2011
A criança da meia-noite
Romain (Quentin Challal) é uma "criança astronauta", assim chamado por ter que andar protegido dos pés à cabeça, durante o dia, por uma roupa especial. Ele sofre de um tipo raro de câncer que o impede de se expor aos raios do Sol ou qualquer outra fonte de raios ultra-violeta. Seu médico, o doutor David (o ótimo Vincent Lindon, de "Mademoiselle Chambon") é um homem obstinado que tenta encontrar a cura para a doença há anos. Ele cuida do garoto desde que ele tinha dois anos de idade; o pai verdadeiro, ao receber a notícia de que a doença era incurável, abandonou o garoto e sua mãe. Assim, há naturalmente uma ligação afetiva entre o médico e o paciente, embora o filme de Delphine Gleize esteja longe do dramalhão americano associado a estes filmes sobre doenças terminais.
A figura do médico David, por exemplo, é extremamente contraditória. Após atender por 20 anos e dedicar sua vida a cuidar de pacientes com câncer, ele é chamado pela Organização Mundial da Saúde para um trabalho burocrático. Sua substituta, Carlotta (Emmanuelle Devos, de "Coco antes de Chanel"), aos poucos, descobre que David está relutante em largar seu posto. David sequer consegue contar a Romain sobre sua saída do hospital, o que certamente traz problemas ao relacionamento dos dois. A vida familiar de David também está longe da perfeição. Apesar de ser um médico renomado e prover materialmente uma boa vida para a família, ele não conhece os próprios filhos e tem uma relação distante da esposa. Há uma cena muito breve, e reveladora, em que Romain cruza com um rapaz que nunca havia sido mostrado no filme, e descobrimos se tratar do filho de David.
Quentin Challal, que interpreta Romain, está muito bem. Seu personagem, como um vampiro, só pode circular livremente durante a noite; e é fantasiado como um que Romain vai à uma festa em que conhece a garota com quem vai experimentar o amor pela primeira vez. O filme tem um tom agridoce e trata de forma franca a doença terminal. Em uma cena passada em um restaurante, quando a mãe de Romain lhe permite experimentar uma bebida alcoólica, ele retruca: "por que você não me diz que só posso beber quando crescer?". O espectro da morte paira sobre os personagens o tempo todo mas, apesar de bons momentos de emoção, o filme nunca escorrega para o melodramático. Em cartaz no "Topázio Cinemas".
terça-feira, 15 de setembro de 2009
Patrick Swayze

O ápice da fama de Swayze no final dos anos 80 e início dos anos 90. Seu porte atlético e rosto de galã derretia o coração das garotas e atraia a admiração dos rapazes.
Um de seus melhores filmes foi logo no começo de carreira, com "Vidas sem Rumo" (1983), com direção de Francis Ford Coppola. O elenco contava com as grandes promessas de novos talentos do cinema americano, como Tom Cruise, Matt Dillon, Ralph Macchio, C. Thomas Howell, Rob Lowe e Emilio Esteves.
Ele fez de tudo, de lutador de artes marciais (como em "Matador de Aluguel", de 1989), dançarino ("Dirty Dancing", 1987) ou, no que talvez tenha sido seu papel mais famoso, como o fantasma romântico de "Ghost" (1990). Em 1986, estrelou um dos melhores episódios da série de fantasia e ficção científica "Amasing Stories", produção de Steven Spielberg, chamado "Vida no corredor da morte" (Life on the Death Row). Também contracenou com Keany Reeves no filme de ação "Caçadores de Emoção" (Point Break, 1991).
O ator faleceu em Los Angeles, aos 57 anos, de câncer no pâncreas.
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