domingo, 25 de setembro de 2016
Truman (2015)
sexta-feira, 18 de janeiro de 2013
Amor
sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
Inquietos
sábado, 20 de agosto de 2011
A Árvore da Vida

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
Além da Vida

segunda-feira, 15 de novembro de 2010
Senna

sexta-feira, 2 de abril de 2010
Hanami - Cerejeiras em Flor

domingo, 3 de maio de 2009
A Janela

A Janela é dirigido por Carlos Sorin. É um filme pequeno, curto, que é uma contemplação sobre a chegada da morte. Com poucos atores e feito todo em uma locação, Sorin se baseia em um elenco sólido, na bela fotografia de Julián Apezteguia e em um som impressionante. Como praticamente não há música (a não ser na cena do sonho), o som tem uma importância fundamental em nos transportar para aquele mundo privado e instrospectivo do escritor. Há uma cena muito bonita em que Antonio foge de seu quarto para dar uma volta pela fazenda e quase podemos sentir o cheiro do mato, da pequena horta e das flores por onde Antonio anda, tal a perfeição das imagens e da recriação sonora. A figura de um velho piano também é importante para a trama e para o estado de espírito do filme. Como o filho está vindo da Europa, Antonio contrata um afinador para olhar o instrumento, e há um paralelo interessante entre a visita do médico, com suas agulhas e instrumentos, para examinar Antonio, e a figura do afinador tentando trazer o piano à velha forma.
O filho chega ao final do dia, trazendo uma namorada que não se conforma com o fato de seu celular não ter sinal. Os sons da natureza, grilos, sapos, pássaros noturnos e do vento, vão se tornando cada vez mais fortes enquanto a noite cai, trazendo com ela uma escuridão que nós, habitantes do mundo moderno, já nos desacostumamos. Sorin, com seu filme, nos reapresenta a certas verdades esquecidas pelo mundo moderno. O dia é claro, a noite é escura e a morte chega a todos um dia. Aos seres humanos resta saber transformar o tempo entre o nascer e o pôr do sol em algo útil e belo, através do trabalho, da cultura e da arte.
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
Última Parada 174

quarta-feira, 22 de outubro de 2008
O Açougueiro (1970)

O Açougueiro (Le Boucher, 1970) tem vários dos elementos hitchcockianos do suspense. Em uma pequena cidade do interior da França, uma bela mulher (loira e fria como as de Hitchcock), chamada Helene (Stéphane Audran) é professora e diretora de uma escola para crianças.
Um ex-soldado, o açougueiro Popaul (Jean Yanne) a conhece em uma festa de casamento que abre o filme. É curioso como a festa é filmada de modo quase documental, com muito uso de "zoom" e enquadramentos "desleixados". Quando Popaul e Helene saem da festa, o filme se torna meticulosamente filmado e enquadrado. Um longo plano contínuo acompanha o casal da festa até a casa da moça, que fica na própria escola. O suspense vai sendo criado aos poucos, nem tanto pelo que acontece na tela, mas sim fora dela. Uma garota é brutalmente assassinada em um bosque da cidade, mas Chabrol não mostra nem o crime nem o corpo. Apenas ficamos sabendo do fato por causa de uma conversa entre duas crianças, alunos de Helene, e pela presença da polícia correndo pela cidade.
Não é muito difícil saber quem é o assassino, mas esta não é a questão. Hitchcock já ensinava que suspense é diferente de surpresa. Em um filme em que se tem que descobrir o assassino geralmente há uma surpresa, algum acontecimento que ninguém esperava e que acaba revelando a identidade do criminoso. Suspense se cria quando o espectador já sabe de alguma coisa, mas não pode fazer nada. Uma bomba que explode de repente é surpresa. Saber que há uma bomba em um quarto, e imaginar se ela vai explodir ou não, é suspense. A relação entre a professora Helene e o açougueiro Popaul é claramente uma bomba esperando para explodir. Os dois passam a se ver com frequência, mas o caso não passa de amizade por causa de Helene. Em uma conversa no bosque (o mesmo em que foi encontrado o corpo, provavelmente) ela lhe diz que teve um grande amor no passado e que não quer sofrer novamente. Isso não impede que ela o convide para jantar, ou ao cinema.
É a própria Helene quem encontra o segundo corpo, durante uma excursão com suas crianças. Ela também encontra algo que pode indicar a identidade do assassino mas, curiosamente, ela não passa a informação para a polícia. As cenas finais são do mais puro suspense. Sozinha na escola, à noite, Helene vai fechando todas as portas e janelas do lugar em um ótimo jogo de luz e sombra, até o confronto final. A única coisa a se lamentar no filme é a trilha sonora, composta por uma série de sons dissonantes e claramente datados, típicos do final dos anos 1960. De resto, um belo trabalho do diretor francês, fazendo grande suspense e ótimo cinema.
domingo, 19 de outubro de 2008
Caos Calmo

quinta-feira, 8 de maio de 2008
Vênus

Mas Maurice sente uma inesperada atração pela atitude da garota e começa a usar do seu velho charme para conquistá-la. Ian pergunta a Maurice, indignado: “o que você faz com ela, na sua idade?”. E Maurice responde simplesmente “algo muito difícil... eu a trato bem”. De fato, a relação entre Maurice e Jessie não é inteiramente platônica... há um subtexto sexual ocorrendo o tempo todo, mas é fato que a idade avançada de Maurice não permite que nada muito físico ocorra. Assim, Maurice passa as tardes levando Jessie ao teatro e a jantares, onde Jessie descobre que ele é razoavelmente famoso. Ele também lhe arruma um emprego como modelo (nua) em uma classe de desenho, mas ela não permite que ele a veja. Maurice começa a chamá-la de “Vênus” depois de levá-la ao museu de arte para ver o quadro de mesmo nome de Diego Velázquez. A garota não tem maturidade para entender os motivos do interesse de Maurice, mas claro que gosta da atenção e, em alguns momentos, permite certas liberdades da parte dele, como deixar que ele beije seu pescoço ou segure suas mãos. Estas cenas (um velho de 74 anos e uma garota de 19) podem soar “impróprias” mas são feitas com muita sensibilidade. Maurice claramente foi um ator belo e desejado na juventude (assim como Peter O´Toole), e a figura de Jessie lhe trás de volta velhos desejos. Jessie (que teve um filho abortado recentemente) não está acostumada a ser bem tratada por ninguém, muito menos por homens.
Vale notar também a presença de Vanessa Redgrave, maravilhosamente “real” e idosa, como a ex-esposa de Maurice. Eles ainda cultivam uma amizade antiga, mas ela guarda certo ressentimento pelas aventuras amorosas que Maurice teve nos tempos de juventude. Há uma bela cena entre os dois em que Maurice demonstra arrependimento pelo que fez. Peter O´Toole está magnífico nos pequenos detalhes de seu personagem e em seu claro declínio físico. O filme não tem ilusões com relação à velhice e também mostra o lado “ruim” (ainda que natural) da idade, como embaraçosas consultas a médicos, problemas físicos e a presença inevitável da morte. O filme está em DVD.