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sábado, 5 de agosto de 2023

Sunshine: Alerta Solar (Sunshine, 2007)

Sunshine: Alerta Solar (Sunshine, 2007). Dir: Danny Boyle. Star+. Muito curioso rever este filme depois de ter assistido "Oppenheimer". Cillian Murphy, na época com 30 anos (mas parecendo ter 22), interpreta o físico de uma nave que está a caminho do Sol. A carga é uma bomba atômica "do tamanho de Manhattan", como diz uma narração. Cillian é o cientista responsável pela bomba e o único que sabe ativá-la, quando chegaram ao Sol. O objetivo é dar um "restart" na estrela, que está morrendo e ameaça matar a todos na Terra. Não sei se Christopher Nolan gosta deste filme, mas há várias cenas que me lembraram "Oppenheimer".
Eu vi "Sunshine" nos cinemas, há mais de 15 anos. Eu me lembro de ter achado o filme intrigante, mas pesado e exagerado. Ele melhorou muito nesta revisão. O elenco, além de Murphy, é ótimo e tem futuras estrelas da Marvel como Chris Evans e Benedict Wong, além de Michelle Yeoh, Mark Strong, Hiroyuki Sanada e Rose Byrne. O roteiro é de Alex Garland, que depois faria o ótimo "Ex-Machina". O filme tem um visual deslumbrante, cheio de vermelhos e laranjas, conforme a nave vai se aproximando do Sol. Há todo um lado filosófico e psicológico sobre os efeitos da luz na mente das pessoas. O psicólogo da nave (Cliff Curtis), passa horas no observatório observando a estrela.

O terço final fica cada vez mais inacreditável, mas me parece que Garland e Boyle estão mais interessados no lado poético/filosófico do que no verossímil. Há, claro, influências de "2001", de Kubrick, e "Solaris", de Tarkovski. Conforme a nave se aproxima do Sol, mais a luz aumenta e o filme toma ares de pesadelo ou delírio. Como disse, várias cenas do Sol e/ou atividade atômica que, somadas à imagem de Cillian Murphy, lembram muito "Oppenheimer", e "Sunshine" pode fazer uma interessante sessão dupla com ele. Disponível na Star+. 

domingo, 24 de julho de 2022

Agente Oculto (The Gray Man, 2022)

 
Agente Oculto (The Gray Man, 2022). Dir: Joe e Anthony Russo. Netflix. Este é supostamente o filme mais caro produzido pela Netflix, coisa de 200 milhões de dólares. O elenco é bom, Ryan Gosling, Ana de Armas, Chris Evans, Alfre Woodard, Billy Bob Thornton... até nosso Wagner Moura aparece em uma sequência. Se gastaram 200 milhões de dólares mesmo não sei, só sei que o resultado parece muito mais barato. Este é daqueles filmes em que, de dez em dez minutos, aparece um título na tela dizendo coisas como "Bangkok", "Langley", "Praga", "Croácia", e assim por diante, dando a impressão de ser mais um filme de turismo do que de espionagem. A direção é dos irmãos Russo, responsáveis por vários filmes da Marvel como "Capitão América: Guerra Civil" e os últimos dos "Vingadores". O problema é que, naqueles filmes, eles eram só uma pequena engrenagem em um grande universo da Marvel, controlado a mão de ferro pelo produtor Kevin Feige. Sozinhos, eles não são grande coisa.


Então "Agente Oculto" é ruim? Não exatamente, o elenco é bom e carismático o suficiente para manter a atenção e há algumas boas cenas de ação mas, no geral, é aquela correria de sempre. Há vários daqueles clichês como uma luta no compartimento de carga de um avião militar, em pleno voo, resultando em explosões e queda de pressão da aeronave. Há também a obrigatória sequência em um trem, com direito a ver Ryan Gosling correndo em cima dos vagões e saltando para uma Ferrari em movimento. Ana de Armas, que recentemente esteve em um filme de James Bond, faz o que pode aqui em uma versão B deste tipo de filme. Há diversos planos feitos por um drone que voa a toda velocidade, circulando em volta dos atores ou cenas de explosões. A trama? Bom, não importa muito, é só algo que acontece entre uma cena de ação e outra. A Netflix tem enfrentado perdas constantes no número de assinantes e está apelando para fiscalizar (e cobrar) compartilhamento de senhas e até estuda colocar propagandas na programação. Poderia, talvez, parar de gastar 200 milhões de dólares em filmes clichês como este. Tá na Netflix.

domingo, 13 de abril de 2014

Capitão América 2 - O Soldado Invernal

Eis que o Capitão América, que teve um primeiro filme simpático e bastante tranquilo, retorna em uma aventura de ação de tirar o fôlego. Steve Rogers (Chris Evans), o soldado americano que ficou congelado desde a 2ª Guerra Mundial e é o protótipo do "bom moço", volta nesta continuação quase como um Jason Bourne vestido de vermelho, azul e branco. Rogers se tornou soldado durante a última guerra "justa" da Humanidade, a 2ª Guerra Mundial, em que derrotar os nazistas era sinônimo de integridade e luta pela liberdade. Já este segundo filme embarca de cabeça na mentalidade pós guerras do Iraque e atentado de 11 de setembro. Nada é preto e branco e os interesses militares dos americanos no mundo são bastante discutíveis.

A aventura abre com uma operação de resgate em que o Capitão América e um grupo de soldados especiais retomam o controle de um navio da agência SHIELD invadido por piratas. Rogers desce primeiro e, armado apenas com seu escudo inviolável e as habilidades de um ninja, neutraliza uma dúzia de piratas com golpes de artes marciais. Ele e os companheiros conseguem salvar os reféns, mas a Viúva Negra/Natasha Romanoff (Scarlett Johansson, que já interpretou o papel em "Homem de Ferro 2" e "Os Vingadores") quase põe tudo a perder durante uma operação de transferência de dados dos computadores do navio. O Capitão América tem uma grande discussão com o líder da SHIELD, Nick Fury (Samuel L. Jackson), sobre um plano fascista da agência de colocar em órbita grandes naves armadas que assassinariam qualquer pessoa considerada uma "possível ameaça" à Humanidade. "Antigamente a pena capital era aplicada somente depois do crime", diz o Capitão América. É então que tudo começa a acontecer muito rápido. Fury (em uma cena de ação espetacular) sofre um atentado e o Capitão América é considerado fugitivo depois de um "acontecimento" (que não vou revelar para não estregar a surpresa). O grande ator veterano Robert Redford (de "Até o fim") interpreta um conselheiro da SHIELD chamado Alexander Pierce, que tem um passado com Nick Fury e motivações discutíveis. (leia mais abaixo)



E o tal "Soldado Invernal"? Para quem tem o nome no título do filme, ele aparece bastante pouco. É um assassino profissional que usa uma máscara, tem um dos braços mecânicos e um passado que envolve o Capitão América. Para um filme supostamente infanto-juvenil, "Capitão América 2 - O Soldado Invernal" é bastante violento, com provavelmente a maior quantidade de mortes mostradas na tela de todos os filmes da Marvel. Há uma cena em que Robert Redford mata uma pessoa desarmada à queima roupa, e mesmo heroínas como a Viúva Negra tem uma quantidade de mortes impressionante. O grande problema do filme, a meu ver, é comum a todos os filmes de super heróis: quão vulnerável (ou invulnerável) é o herói? Steve Rogers é visto caindo de prédios altos, atravessando paredes e redomas de vidro e sobrevivendo a explosões. No entanto, em vários momentos os inimigos tentam matá-lo com armas comuns e até mesmo facas. Ele pode realmente morrer com uma simples facada ou tiro? A qualidade da maioria das cenas de ação e luta é bastante alta, o que é incomum nos filmes do gênero. Outro problema é a pergunta que não quer calar: onde estão os outros Vingadores enquanto tudo isso está acontecendo?

É o melhor filme da Marvel até o momento? É uma pergunta válida. É melhor que as continuações desnecessárias do "Homem de Ferro" e que qualquer filme de "Thor" e "Hulk". É menos divertido, no entanto, que "Os Vingadores". "Capitão América 2 - O Soldado Invernal" surpreende favoravelmente e termina com várias questões em aberto a serem resolvidas nos próximos filmes da franquia.

Câmera Escura

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Os Vingadores

Há uma linha tênue entre a seriedade "nerd" e a paródia total neste filme dos Vingadores. Ele vem coroar o projeto dos estúdios Marvel de juntar seu cartel de super-heróis após tê-los apresentado, um a um, em filmes individuais. Homem de Ferro (Robert Downey Jr), Thor (Chris Hemsworth), Capitão América (Chris Evans) e Hulk (Mark Ruffalo) tiveram filmes dirigidos por Jon Favreu, Kenneth Branagh, Joe Johnston e Louis Leterrier (sem falar na versão que Ang Lee fez em 2003), respectivamente. A Viúva Negra (Scarlett Johansson) apareceu no segundo filme do Homem de Ferro e o Gavião Arqueiro (Jeremy Renner) teve uma ponta no filme do Thor.

É também de Thor o vilão de "Os Vingadores", Loki (Tom Hiddleston, divertido), que vem para a Terra após abrir um portal do outro lado do Universo. Como todo bom vilão, ele quer conquistar o planeta. A única coisa capaz de detê-lo é o time montado por Nick Fury (Samuel L. Jackson) e a organização S.H.I.E.L.D., Os Vingadores. O filme é longo, duas horas e vinte minutos, e o roteiro é, surpreendentemente, cheio de diálogos entre os Vingadores antes que a ação realmente comece. Tony Stark, o Homem de Ferro, ainda é o mais carismático de todos e os roteiristas o mantém abastecido com uma série ininterrupta de piadas e trocadilhos. Robert Downey está à vontade no papel e serve de líder não oficial do grupo, composto por bons atores que tentam não parecer ridículos em seus uniformes coloridos. É bom também ressaltar a entrada de Mark Ruffalo, sempre competente, no elenco, no lugar que já foi de Eric Bana e Edward Norton como o Hulk. Pode-se perceber que, ao contrário dos outros heróis, ele está sempre no limite de se transformar em algo que não deseja. A trama é, dentro dos limites do gênero, bem escrita e é interessante ver como o vilão Loki consegue manipular o ego dos super heróis para que, em dado momento, estejam todos brigando um com o outro, ao invés de se unirem contra ele. Tecnicamente, "Os Vingadores" se beneficia da extraordinária capacidade dos efeitos especiais de hoje de criarem (e destruírem) qualquer coisa que se possa imaginar, até um porta-aviões que se transforma em uma fortaleza voadora.

Em meio a vilões intergalácticos, heróis e até mesmo deuses, só mesmo o humor para impedir que o filme se transforme em um épico auto-importante. Há um sem número de piadas, algumas até infantis, colocadas em meio às explosões. Em alguns momentos fica difícil entender qual o limite da invulnerabilidade tanto dos heróis quanto do vilão. Eles são eternos? O Homem de Ferro é um homem comum colocado em uma armadura high tech, mas quais os poderes da Viúva Negra e do Gavião Arqueiro? O Hulk é realmente imbatível? E por que é sempre Nova York que tem que pagar o preço? O filme é escrito e dirigido por Joss Whedon, com apenas algumas séries de televisão e alguns roteiros em seu nome. Em "Os Vingadores" ele consegue um bom trabalho em manter o interesse e em conseguir dar a cada personagem seu momento, embora a sequencia da guerra seja um pouco longa. Continuações, claro, são esperadas. Esperemos que a Marvel consiga manter o bom nível.

Câmera Escura


sexta-feira, 29 de julho de 2011

Capitão América: O primeiro vingador

O mais novo exemplar dos filmes da Marvel, "Capitão América: O Primeiro Vingador" é um dos mais divertidos, nostálgicos e bem feitos da série. A direção é de Joe Johnston, veterano que começou no cinema fazendo maquetes e efeitos especiais para George Lucas em uma "pequena" ficção científica chamada "Guerra nas Estrelas" (1977). Sua experiência com efeitos o levou a dirigir filmes como "Querida, Encolhi as Crianças" (1989) e "Jumanji" (1995), mas seu filme de 1991, "Rocketeer", com seu ar nostálgico e citações aos nazistas e à II Guerra Mundial, é o que mais lembra "Capitão América".

Steve Rogers (Chris Evans) é um garoto baixo e magro que quer entrar para o exército americano em 1943, na II Guerra Mundial. Ele tem uma integridade inabalável mas já foi rejeitado por cinco centros de recrutamento devido à baixa estatura e várias doenças. É extraordinário, do ponto de vista dos efeitos especiais, que o Steve Rogers magricelo seja interpretado pelo mesmo Chris Evans que, mais tarde, será o alto e musculoso Capitão América. Ele é escolhido por um cientista do exército, Dr. Erskine (um ótimo Stanley Tucci) para participar de uma experiência arriscada: um soro que transformaria Rogers de um rapaz fraco em um super-homem. O Dr. Erskine é um alemão que já havia aplicado esta experiência em um oficial nazista chamado Johan Schmidt (Hugo Weaving, da série "Matrix" e "O Senhor dos Anéis"), quando o soro ainda não estava plenamente desenvolvido. Schmidt é daqueles vilões nazistas tipicamente malucos e megalomaníacos, lembrando muito os da série Indiana Jones (que, por sua vez, foram baseados em histórias em quadrinhos, então o ciclo está completo). O soro, ao invés de transformar Schidt em um herói, o transformou em um monstro que, como todo bom vilão, quer dominar o mundo.

A II Guerra Mundial é às vezes chamada de a última guerra "justa", por ter colocado frente a frente o "bem" (os aliados) contra um "mal" bastante definido, os nazistas do "Eixo". É uma forma simplista de ver o conflito, mas é possível fazer uma fantasia como a do Capitão América, com sua integridade e bondade, contra a organização Hydra, comandada por Schmidt, sem lidar com os problemas ideológicos das guerras do Vietnã ou do Iraque, por exemplo. A época também foi pintada com tons heróicos pela própria Hollywood, que acostumou as platéias a ver os soldados americanos como os defensores da liberdade e libertadores da Europa (o que é questionável, os britânicos e os russoos sofreram muito mais com o conflito). O roteiro de Christopher Marcus e Stephen McFeely levam isso tudo em consideração e o filme de Johnston tem um ar extremamente nostálgico. Quando Rogers passa pelo experimento do Dr. Erskine e se transforma no Capitão América, ao invés de ir lutar nos campos de batalha ele é convocado a fazer uma série de apresentações de propaganda para vender bônus de guerra. A trilha do veterano Alan Silvestri (da trilhogia "De Volta para o Futuro") lembra os sucessos de jazz e big band da época e a direção de fotografia de Shelly Johnson tenta emular a cor dos filmes da II Guerra e dos quadrinhos.

O filme também faz uma ligação interessante com os outros da série ao apresentar o inventor milionário Howard Stark (Dominic Cooper), pai do personagem Tony Stark, já visto pelas platéias como o Homem de Ferro. Stark é obviamente baseado em Howard Hughes, representado no cinema por Leonardo DiCaprio em "O Aviador", filme de Martin Scorsese. O final de "Capitão América" deixa aberto o caminho para o aguardado filme de "Os Vingadores", quando vão se juntar os personagens vistos nos filmes "Homem de Ferro", "Homem de Ferro II" e "Thor". Como entretenimento, "Capitão América: O Primeiro Vingador" é diversão garantida.