sábado, 11 de dezembro de 2010

Harry Potter e as Relíquias da Morte

O último livro da saga Harry Potter foi dividido em dois filmes. Os fãs vão adorar, pois isso significa que praticamente cada palavra do enorme livro vai ser transposta para as telas. Para quem tem só um interesse cinematográfico ou passageiro no personagem, no entanto, a idéia soa como um grande golpe de marketing, para atrair duas bilheterias em lugar de uma.

Não é um filme ruim. Dirigido por David Yates, "As Relíquias da Morte" é bem feito, tem uma bela direção de fotografia e direção de arte inventiva. Mas sofre do problema de ter um público muito específico. É extremamente lento, pesado e, a bem da verdade, apenas um meio para se chegar ao final verdadeiro, em episódio que será lançado em julho de 2011.

Após a morte de Alvo Dumbledore (Michael Gambon) no final do filme anterior, o mundo está tomado pelos poderes das trevas, lideradas pelo malígno Lorde Voldemort (Ralph Fiennes, ótimo ator, escondido sob uma maquiagem que faz seu rosto parecer com o de uma cobra). Harry Potter (Daniel Radcliffe) e os amigos inseparáveis Ron Weasley (Rupert Grint) e Hermione (Emma Watson) têm que encontrar as "horcruzes", artefatos que contem partes da alma de Voldemort, e destruí-las. Só assim o vilão poderia ser destruído. Mas onde estariam os tais artefatos? Dumbledore deixou algumas pistas na herança que deixou para Potter e seus amigos, e eles partem para encontrá-los.

Ao contrário dos filmes anteriores, que se passavam na escola de Hogwarts e arredores, "Relíquias da Morte" tem longas sequências passadas em florestas cobertas de neve ou penhascos cheios de pedras. O grande número de personagens do início do filme dá lugar a cenas intermináveis em que os três amigos, agora adolescentes, caminham por estes cenários desolados enquanto escutam, no rádio, o nome dos bruxos mortos ou desaparecidos na guerra que está acontecendo à distância. O fato deles não serem mais crianças traz problemas novos entre os três, como o ciúme de Ron por Harry Potter por causa do suposto interesse dele por Hermione.

Com 147 minutos de duração, é realmente um filme voltado exclusivamente aos fãs fervorosos da série. Boas sequências, como quando Potter volta à sua terra natal e encontra o túmulo dos pais, estão perdidas em meio a cenas intermináveis, deprimentes e sombrias. Personagens importantes como Snape (Alan Rickman) aparecem momentâneamente para nunca mais voltar. Hermione passa grande parte do tempo tentando explicar o próprio enredo a Potter e Weasley, que também parecem cansados. Há, porém, uma sequência extraordinária quando um personagem conta a história das "Relíquias da Morte" para Harry Potter. Toda feita em animação, a sequência é como um curta metragem à parte, magnificamente projetado e criado em computação gráfica. É um exemplo de síntese que, infelizmente, não foi aplicado ao resto do filme.


2 comentários:

Renata Cunha disse...

Discordo quando vc disse que o filme é voltado apenas para os fãs fervorosos da saga. Eu confesso que há um tempo atrás, era bastante fã de Harry Potter, tinha lido todos os livros e acompanhado os filmes de cabo à rabo. Porém, eu dei uma "crescidinha" e parei de ligar. Simplesmente parei. Assim sendo, não li o último - e mais importante - livro e perdi totalmente o interesse. Porém, eu fui assistir esse filme pra acompanhar minha cunhada, que gosta bastante, e acabei mais uma vez voltando às origens, lembrei o quanto a história é envolvente e boa. Não posso dizer com certeza, mas esse filme me soou super compreensível àqueles que não acompanham a história pelo livro. Enfim, como ex-fã de HP, eu adorei, tá? :P
Bjocas.

João Solimeo disse...

Olá. Bom, Renata, como vc mesma mostrou, vc era uma fã fervorosa, rs. Mas eu não disse que quem não é fã não vá entender o filme. Só acho que o interesse vai ser bem menor, e as falhas do filme mais evidentes. Bjo.