sábado, 10 de março de 2012

Românticos Anônimos

Há várias lendas sobre os poderes do chocolate. Ele seria tão viciante, e teria o mesmo efeito, de drogas como a maconha; ele serviria para atenuar a depressão e, nas mulheres, curaria a TPM; no cérebro, afetaria as mesmas regiões que ficam agitadas quando a pessoa está apaixonada.

Amor e chocolate são os temas da comédia "Românticos Anônimos", com roteiro e direção de Jean-Pierre Améris. O filme é leve e passageiro como uma caixa de bombons. Angélique (Isabelle Carrére, de "O Refúgio") é uma especialista em chocolates que sofre de síndrome de pânico. Ela frequenta um grupo de auto-ajuda para pessoas "emotivas" e, apesar de bonita e talentosa, tem tanto medo das pessoas que chega a desmaiar ao se apresentar. Ela vai procurar emprego em uma fábrica de chocolates e o dono, Jean-René (Benoît Poelvoorde, de "Coco antes de Chanel"), gosta dela e a contrata imediatamente. Jean-René tem uma fachada de homem duro e controlado mas, no fundo, tem tanto medo das pessoas quanto Angélique. O psiquiatra dele o aconselha a convidar a moça para sair, e o jantar dos dois em um restaurante fino é uma das cenas mais engraçadas do filme.

Não se pode esperar muito de "Românticos Anônimos"; ele serve para mostrar que "filme europeu" não é sinônimo de obra profunda e hermética. Com apenas 80 minutos de duração, a comédia romântica abusa da doçura e da previsibilidade. Há um momento em que até flerta com os musicais, como na cena em que Angélique canta uma versão em francês de "I have confidence in me",  música que Julie Andrews canta em "A Noviça Rebelde" (Robert Wise, 1965). Há poucos conflitos e o filme parte para soluções fáceis, como a cena final no grupo de auto-ajuda. Vale como passatempo. Visto no Topázio Cinemas, em Campinas.


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