quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Eu, Anna

Saber "quem matou" é a coisa menos importante neste filme de suspense. "Eu, Anna" tem muito "clima" e boas interpretações da dupla principal de atores veteranos. Charlotte Rampling (também nas telas em "Trem Noturno para Lisboa") está com 67 anos e, ao contrário de muitas atrizes por aí, nunca fez questão de esconder a idade. Ela é Anna, uma mulher divorciada que, solitária, procura por um companheiro em reuniões de solteiros. Em uma destas reuniões entra Bernie (Gabriel Byrne, sempre sóbrio), um inspetor de polícia que está ali para...vamos por partes.

Bernie está investigando o assassinato de um homem, George Stone (Ralph Brown) que morreu com uma pancada na cabeça; Bernie chega à cena do crime às cinco da manhã e encontra, saindo do prédio, uma bela mulher (Rampling), com quem fica intrigado. Uma mistura de interesse pessoal e faro profissional o faz investigar Anna, a quem segue pelas ruas de Londres. Anna mora com a filha Emmy (Hayley Atwell, de "Capitão América: O Primeiro Vingador") e uma neta de dois anos, Chiara. Em flashbacks sangrentos, ficamos sabendo que Anna havia estado com o homem que foi assassinado, mas ela é culpada? Há outros suspeitos, como o filho do morto, Stevie (Max Deacon), que estava devendo dinheiro para traficantes; teria sido o crime motivado por um problema com drogas? Mas, como disse, saber quem foi o culpado ou culpada fica em segundo plano; o que importa ao filme é o estranho relacionamento entre o policial Bernie e Anna. Ele a segue até uma das reuniões de solteiros, se apresenta e os dois se sentem à vontade um com o outro, apesar de ser claro que ambos guardam segredos e mágoas do passado. Bernie está realmente interessado romanticamente ou quer desvendar um crime?


"Eu, Anna" foi escrito e dirigido pelo filho de Charlotte Rampling, Barnaby Southcombe (enteado do músico francês Jean-Michel Jarre), em sua estréia em longas metragens. Southcombe faz um filme com muita atmosfera, aproveitando muito a boa direção de fotografia de Ben Smithard e a trilha sonora (de alguém que assina "K.I.D."). O roteiro, baseado em um livro de Elsa Lewin, guarda surpresas para o final. Visto no Topázio Cinemas, em Campinas.

Câmera Escura

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