domingo, 14 de dezembro de 2008

Um Crime de Mestre (2007)

Filme mediano de suspense elevado a "algo mais" pela produção e elenco, "Um Crime de Mestre" é boa pedida em DVD. Dirigido por Gregory Hoblit e produzido pela New Line Cinema, "Fracture" (no título original) tem Anthony Hopkins como Ted Crawford, um homem extremamente inteligente e manipulador que descobre que está sendo traído pela esposa. Ele a espera chegar em casa, conversa educadamente com ela, fala sobre o caso e, sem mais delongas, lhe dá um tiro na cabeça. A polícia é chamada e o leva para a delegacia, onde ele assina uma confissão de tentativa de assassinato (a esposa, gravemente ferida, é internada em estado de coma e mantida viva por aparelhos).

Parece um caso simples para um jovem e ambicioso promotor chamado Willy Beachum (Ryan Gosling), que está de mudança marcada para um emprego muito melhor em uma empresa privada. Mas conforme a polícia investiga, ele percebe que não será tão fácil condenar Crowford. A arma encontrada no local do crime não combina com a balística. A confissão assinada na delegacia não pode ser aceita no tribunal depois que uma nova descoberta põe tudo a perder: o policial que prendeu Crowford teria tido um caso com a vítima, o que invalida a confissão. A arma do crime não é encontrada em parte alguma e o desprepado de Beachum, o promotor, por achar que o caso era tão fácil, podem acabar levando o réu a ser libertado.

Anthony Hopkins, claro, é a estrela do filme. Eternizado no papel do assassino em série Hannibal Lecter em "O Silêncio dos Inocentes", ele está à vontade novamente como um criminoso inteligente e educado. Mas não é apenas uma repetição de Lecter; reparem nos detalhes e nuances que Hopkins trás ao personagem nas suas cenas de tribunal, ou em suas conversas com Beachum. Também no elenco, em um papel secundário, está o ótimo David Strathairn (de Boa Noite, e Boa Sorte), como o chefe de Ryan Gosling (que faz o possível ao contracenar com atores como estes). A bela fotografia de Kramer Morgenthau dá ao filme tons dourados e um ar de cinema "noir" moderno. O roteiro, quando tudo se esclarece, não se sustenta. Mas o filme, enquanto se desenrola, faz um bom trabalho em deixar o espectador interessado na resolução do caso e em imaginar o que teria acontecido.



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