segunda-feira, 16 de novembro de 2009

2012

"Roland Emmerich: orgulhosamente destruindo o mundo desde 1996". Este deveria ser o "slogan" deste diretor alemão que se especializou em elevar o gênero do "disarter movie" quase que a uma forma de arte. Em 1996 ele lançou "Independence Day", em que alienígenas hostis destruíam ícones americanos como a Casa Branca e o edifício Empire State com raios poderosos. Na época, as cenas de destruição em massa foram consideradas espetaculares. O próprio Emmerich foi mais longe na destruição do mundo em seu "O dia depois do amanhã", em 2004. Agora ele lançou o "disaster movie" mais espetacular de sua carreira e, provavelmente, de toda história do cinema. "2012" não se limita a mostrar alguns prédios explodindo ou pessoas morrendo. O filme mostra a Natureza engolindo cidades inteiras em gigantescos terremotos, que são seguidos por tsunamis, acompanhados por vulcões, chuva de lava fumegante, fumaça e assim por diante.

John Cusack interpreta o típico "herói" de Emmerich, um cara inteligente, abandonado pela mulher e sub-aproveitado em alguma ocupação inferior à sua real capacidade. Ele é pai de um casal de crianças e os olhos de sua ex-mulher Kate (Amanda Peet) ainda brilham quando ele aparece para buscar os filhos. Ele é um escritor que vendeu menos de 500 cópias de seu livro de ficção científica mas, ainda assim, é reconhecido quando é pego pelo governo em uma área proibida do parque Yellowstone. O elenco ainda conta com Chiwetel Ejiofor como o cientista que, auxiliado por colegas da Índia, descobre que o mundo está para terminar em alguns anos, devido a neutrinos perigosos enviados pelo Sol. A data, 2012, coincidiria com antigas previsões Maias que marcam a data como o fim do mundo. Ejiofor, Cusack e Peet são acompanhados no elenco por participações especiais de Woody Harrelson como um locutor de rádio maluco que também havia previsto o fim do mundo, por Danny Glover como o presidente dos Estados Unidos e por Thandie Newton como sua filha.

É um filme de efeitos especiais, e os 250 milhões de dólares do orçamento podem ser claramente vistos na tela. O roteiro é formado por uma série de sequencias que envolvem antecipação, desastre natural e fuga espetacular dos heróis de perigos cada vez maiores. E quem foi ao cinema para ver cenas de destruição não vai sair decepcionado. As fugas começam com uma limosine que consegue fugir da onda de choque de um terremoto em Los Angeles, seguida por outra sequencia espetacular em um avião particular em que o espectador é levado pelo ar enquanto edifícios inteiros se desintegram à sua volta. "2012" é desnecessariamente longo, com duas horas de quarenta minutos de duração, e a parte final se arrasta. Claro que é absurdo e não deve ser levado a sério nem por um segundo. Mas é o tipo do filme em que se deve deixar o cérebro na sala de espera do cinema e se divertir.


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