quinta-feira, 1 de julho de 2010

A Riviera não é aqui

Comédia divertida, leve e despretensiosa, "A Riviera não é aqui" brinca com estereótipos e preconceitos. Philippe (Kad Merad) é funcionário público dos Correios e faz de tudo para agradar a esposa Julie (Zoé Félix). Para conseguir uma transferência para uma agência na Riviera francesa, ele se finge de paralítico para ganhar uma "vaga de deficiente". Mas o plano não dá certo e ele tem duas escolhas: ser demitido ou enviado para o norte da França, perto da Bélgica, a uma cidade chamada Bergues. Para Philippe, a notícia parece uma sentença de morte. Ele e a esposa tem várias idéias pré concebidas sobre o "norte", que seria habitado por pessoas ignorantes e permanentemente embriagadas, vivendo sob um frio congelante. Além disso, falariam um dialeto estranho, ininteligível. A esposa decide ficar no Sul com o filho pequeno e Philippe parte sozinho para seus dois anos de "exílio".

O diretor do filme, Dany Boon, interpreta Antoine, funcionário dos correios de Bergues que, debaixo de um temporal, recebe Philippe à cidade. Ele ainda mora com a mãe super controladora e é apaixonado por Annabelle (Anne Marivin), que está namorando um motoqueiro. Como era de se esperar, Philippe tem todo tipo de problemas nos primeiros dias na cidade. Ele não consegue entender o que os nativos falam, o que por vezes é um problema também para o espectador. Imagino que muitas piadas foram perdidas na tradução, mas uma solução encontrada foi escrever várias legendas erradas, propositalmente, para tentar traduzir a confusão dos personagens. Também de forma previsível, aos poucos Philippe acaba sendo conquistado pelo povo da pequena cidade e a se familiarizar com seus costumes. O toque cômico é dado pela relação de Philippe com a esposa. Ela é do tipo que só fica feliz quando o marido está passando por problemas, de modo que ele começa a mentir para ela, reforçando os preconceitos que ele mesmo tinha. Há uma sequência engraçada em que a esposa vai visitá-lo em Bergues e todos começam a agir como os "bêbados ignorantes" que ela esperava encontrar.

O filme é bastante previsível e há várias situações que poderiam render soluções melhores. Mas ele funciona como comédia de costumes leve e divertida.


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