segunda-feira, 18 de julho de 2022

Passado Violento (Clean, 2022)

 
Passado Violento (Clean, 2022). Dir: Paul Solet. Netflix. O filme é o típico "vanity project", aquele tipo de projeto feito por algum ator para exibir seu talento ou mostrar como é sério e relevante. Adrien Brody, no caso, assina interpretação, roteiro, produção e, vejam só, até a trilha sonora deste filme sombrio e violento. Brody é conhecido como Clean ("limpo"), um cara que trabalha como lixeiro (entendeu?) durante a noite. Quieto e com a cara fechada, ele esconde um passado violento (como explica o título) e um lado de bom samaritano; ele usa as horas vagas para pintar e limpar as casa abandonadas da vizinhança. Também é o protetor de uma garota negra chamada Dianda (Chandler DuPont), para quem cozinha e leva para a escola. Todos os dias ele acorda do mesmo pesadelo/flashback, em que o vemos mais novo, abraçado a uma garotinha negra, sua filha.


Como se vê, o filme é cheio de clichês. A inspiração óbvia é "Taxi Driver", de Scorsese; Brody até narra algumas partes, enquanto dirige pelas ruas desertas (dá quase para escutar De Niro falando sobre como ele deseja que, um dia, uma chuva lave toda a sujeira da cidade). Outra inspiração é aquele filme com Joaquin Phoenix em que ele também parte para a violência para proteger uma garota, "Você nunca esteve realmente aqui" (2017). Reconhecendo tudo isso, até que não é um filme ruim. A direção de fotografia (de Zoran Popovic) faz bom uso das sombras. A sequência final é um banho de sangue que, também, faz referência a Scorsese. Tá na Netflix.

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