domingo, 14 de agosto de 2022

A Fera (Beast, 2022)

 

A Fera (Beast, 2022). Dir: Baltasar Kormákur. Premissa simples e realização eficiente fazem deste filme uma boa pedida nos cinemas. Idris Elba é um viúvo que vai visitar a vila onde nasceu a esposa, na África, com as duas filhas adolescentes. Eles saem para passear em uma reserva de leões, com um amigo da família interpretado pelo sul-africano Sharlto Copley. O filme é feito com uma série de belos planos-sequência que nos coloca dentro da paisagem e um deles é incrível: vemos Copley saindo do jipe, caminhando pelo campo aberto e indo ao encontro de vários leões adultos, enormes, que o abraçam e brincam com ele em um take contínuo que não sei como foi feito (são leões de verdade?). Todo este início, imagino, serve para aplacar a possível fúria de defensores de animais, mostrando que os leões podem ser animais "dóceis" e sociáveis, em contraste com o que vem a seguir.


O que se segue é o típico filme de caça/caçador. Idris Elba, Copley e família são emboscados por um leão raivoso que havia devorado uma vila inteira e não está satisfeito. Seu comportamento não é comum, diz o especialista interpretado por Copley; o caso é que os humanos são presas quase indefesas diante de uma fera raivosa. O diretor/roteirista Baltasar Kormákur consegue criar cenas eficientes de suspense e os efeitos especiais são muito bem feitos ao retratar o leão. Há um bocado de cenas escuras (truque típico para esconder defeitos) mas há uma cena entre o leão e Idris Elba, em plena luz do dia, que é de tirar o fôlego. É um filme de sustos, que lembra vários outros do gênero (a cena do ataque do tiranossauro ao jipe, em Jurassic Park, é lembrada várias vezes), mas bem feito e bom de ver.

O filme está nos cinemas e abro aqui um parêntese: eu tinha um convite, então não paguei, e meu filho pagou meia (18 reais), mas fico pensando em como o modelo de negócios do cinema está insustentável. Um casal que pagasse duas entradas inteiras teria que desembolsar 72 reais para ver este filme. Sinceramente, eu não pagaria. Tanto que a sala, em pleno sábado no fim de semana de estreia, tinha só quatro pessoas na plateia (contanto eu e meu filho). Complicado.

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