quinta-feira, 27 de julho de 2023

Nimona (2023)

Nimona (2023). Dir: Nick Bruno e Troy Quane. Netflix. Esta animação teve uma produção bem conturbada. Originalmente, "Nimona" seria produzido pela "Blue Sky Studios", que pertencia à Fox, e seria lançado em 2020. A toda poderosa Disney, porém, comprou a Fox e o projeto foi cancelado em 2021. A produtora "Anapurma" acabou comprando os direitos do filme e, com o estúdio inglês DNEG, finalizou a animação (que seria distribuída pela Netflix). Baseado em uma HQ de ND Stevenson, "Nimona" tem uma primeira metade bastante corrida e "barulhenta" demais para o meu gosto; a partir do meio, porém, o filme "se encontra" e fica bastante bom.

A trama se passa em um reino de fantasia. É um mundo futurista e tecnológico, mas há rainhas e cavaleiros medievais. Um destes cavaleiros, Ballister (voz de Riz Ahmed), é acusado de um crime que não cometeu e jogado na prisão. Ele acaba sendo solto por uma menina chamada Nimona (voz de Chloë Grace Moretz), que é bastante irritante rs e que tem poderes mágicos; ela pode se transformar em diversos animais, do tamanho de um camundongo a uma baleia gigante. A personagem me lembrou um pouco, em design e comportamento, a menina de "Detona Ralph" (2012). A motivação de Nimona, no começo, é só causar confusão e "quebrar coisas". O comportamento dela contrasta com o de Ballister, que ainda acredita na honra de ser um cavaleiro. O filme fica bem melhor quando Nimona, cansada de não ser aceita pelo que ela é, para um pouco de gritar e fica introspectiva. Há um belo flashback que mostra o porquê dela agir dessa forma e o tom da animação se torna mais sério e interessante.

O tema da "aceitação", aliás, está por toda trama. Há um lado LGBT bastante presente na animação; ao contrário das tentativas modestas da Disney/Pixar em introduzir estes temas em seus filmes, fica bastante claro aqui, desde o início, que o cavaleiro Ballister tem como companheiro outro cavaleiro, Ambrósio (voz de Eugene Lee Yang). Há declarações de amor, mãos dadas e, perto do final, até um beijo entre os personagens. Há quem diga que a Disney abandonou o projeto por causa disso (embora seja discutível). Apesar de evidente, a questão LGBT também não é o tema central do filme. Questões de aceitação de tolerância estão presentes em várias animações recentes (eu me lembro de "Valente", da Pixar, entre outras). Como disse, a primeira parte pode ser um pouco irritante e barulhenta demais para um cara como eu (um velho do século XX), mas "Nimona" fica bastante bom mais para o final. Há quase 17 minutos de créditos! Tá na Netflix. 

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