domingo, 27 de julho de 2008

Belowars (Animamundi parte 2)

Continuando o relato abaixo, após a desastrada sessão de curtas das 17h saí antes do final da Sala 2 e corri para a Sala 1 acompanhar o único longa metragem brasileiro do Animamundi, chamado "Belowars". O filme foi dirigido por Paulo Munhoz e é baseado no livro "A Guerra dentro da Gente", de Paulo Leminski, que não li.

"Belowars" é uma animação em 2D que conta, de forma alegórica, a tragetória de um menino que sonhava em ser um soldado. A animação é extremamente simples e o visual me lembrou muito o usado na série da Cartoon Network, "Samurai Jack", de Genndy Tartakovski. Assim como na série, a tela se divide em vários enquadramentos, mostrando a mesma ação por ângulos diferentes, ou em momentos diferentes. Os fundos são simples e coloridos e quase não há diálogos. Quando os personagem falam alguma coisa, não é em nenhuma língua oficial, mas em uma mistura de línguas (como quando um personagem diz que algo é "dangerigoso"). A história do menino começa quando ele encontra um velho (com visual de "mentor oriental") em uma ponte. O velho joga sua sandália no rio e pede que o menino vá buscá-la. O menino então se torna discípulo do velho, que o leva para longe da família e o vende como escravo para um circo. O menino se mostra bom em lidar com elefantes, mas quando descobre que a dona do circo é, na verdade, uma bruxa que come pessoas, ele foge com o velho novamente. Sempre na companhia deste velho, o garoto vai passando por diversas situações ao longo dos anos, se tornando cada vez mais frio e e bom em matar (que é, no fundo, o que um soldado deve fazer).
A equipe de produção estava presente à apresentação e o diretor disse que estavam procurando por patrocínio para fazerem uma versão em alta definição. A versão apresentada no festival, em Beta, de fato apresentou alguns problemas. O filme é interessante e tem uma trilha sonora muito boa composta por alguém que se chama apenas de "Vadeco". A língua usada pelos personagens é poética e passa idéas a partir da junção de palavras. A simplicidade da animação e do design trabalham a favor do filme, que vai em um crescendo interessante, mas confesso que achei o final um anti clímax. Fiquei com a sensação de que o final foi apressado e que a "moral da história" ficou muito vaga. De qualquer forma é um trabalho interessante e, nos dias de hoje, corajoso da parte de Munhoz em investir em um longa brasileiro de animação.

3 comentários:

Anônimo disse...

João, gostei bastante do seu comentário sobre o filme BELOWARS.
Caso tenha interesse, gostaria de convidá-lo a conhecer a comunidade BELOWARS(http://belowars.ning.com).
O filme tem previsão de lançamento comercial para abril de 2009.
abraços,
Caio Cesaro

João Solimeo disse...

Muito interessante a comunidade, Caio, e bom saber que já há previsão de lançamento. Vou acompanhar as notícias.
Abraço.

Anônimo disse...

João, que bom que gostou.
estamos experimentando a rede Ning como ferramenta para divulgar o BELOWARS, já que as dificuldades para lançar um filme no Brasil são grandes. Pelo seu texto, me parece que apesar de algumas restrições, no todo você aprovou o filme, já que destaca vários pontos positivos. Para nós, isso é um feedback muito importante. Enfim, se você puder ajudar a divulgar a comunidade Belowars, eu agradeço.
abraços,
Caio Cesaro