segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Patrulha da Montanha

Boa opção para se checar em DVD é "Patrulha da Montanha", filme chinês escrito e dirigido por Lu Chuan. Ele trata de um grupo de voluntários que vive em uma região da China chamada de Kekexili, onde caçadores ilegais estão dizimando a população de antílopes, por causa de sua pele. Um homem chamado Ri Tai (Duo Bujie) formou esta patrulha para combater os caçadores e preservar os antílopes a todo custo, mas a luta já custou a vida de um de seus homens. A imprensa de Pequim envia o repórter Ga Yu (Zhang Lei) para cobrir a história. Ele é recebido pelo grupo de Ri Tai e já na manhã seguinte eles partem para mais uma patrulha em busca dos caçadores ilegais. Ga Yu fica fascinado com o grupo e seu senso de camaradagem, e com a determinação de Ri Tai em achar os caçadores. Tal determinação vai levá-los a uma jornada árdua e perigosa pelas paisagens da região de Kekexili, no platô tibetano.

Passado na década de 1990, o filme é baseado em uma patrulha real que existiu entre os anos de 1993 e 1996. O combate contra os caçadores ilegais e a reportagem de Ga Yu acabou por forçar o governo chinês a transformar a área em parque nacional. O filme tem por vezes um tom documental, mas é também extremamente cinematográfico. Ri Tai e seus homens encontram um grupo que trabalhava para os caçadores, tirando as peles dos antílopes abatidos. Um senhor do grupo explica ao repórter que ele era um pastor, mas que a desertificação da região matou o pasto e o gado, forçando-o a colaborar com os caçadores. Há algo de mambembe no modo como a patrulha é filmada prendendo estes homens, tendo que tirar as calças para atravessar um rio gelado antes de chegar a eles, por exemplo.

A dedicação de Ri Tai se transforma aos poucos em obsessão em achar os caçadores. Seu equipamento e seus homens, aos poucos, começam a quebrar e a fraquejar e vão ficando pelo caminho, mas ele persiste. Lembrei-me do clássico "Rastros de Ódio", de John Ford. O repórter se torna, na prática, membro da patrulha e acompanha Ri Tai até o final.
Com enxutos 88 minutos, o filme soa honesto o tempo todo, e é implacável nos momentos de violência, seja contra animais ou homens. O deserto é como um outro personagem, belo e fascinante, mas também implacável com quem se descuida.

Um comentário:

Anônimo disse...

Yowzer! Boas dicas, João! Vou checar!