domingo, 13 de abril de 2014

Capitão América 2 - O Soldado Invernal

Eis que o Capitão América, que teve um primeiro filme simpático e bastante tranquilo, retorna em uma aventura de ação de tirar o fôlego. Steve Rogers (Chris Evans), o soldado americano que ficou congelado desde a 2ª Guerra Mundial e é o protótipo do "bom moço", volta nesta continuação quase como um Jason Bourne vestido de vermelho, azul e branco. Rogers se tornou soldado durante a última guerra "justa" da Humanidade, a 2ª Guerra Mundial, em que derrotar os nazistas era sinônimo de integridade e luta pela liberdade. Já este segundo filme embarca de cabeça na mentalidade pós guerras do Iraque e atentado de 11 de setembro. Nada é preto e branco e os interesses militares dos americanos no mundo são bastante discutíveis.

A aventura abre com uma operação de resgate em que o Capitão América e um grupo de soldados especiais retomam o controle de um navio da agência SHIELD invadido por piratas. Rogers desce primeiro e, armado apenas com seu escudo inviolável e as habilidades de um ninja, neutraliza uma dúzia de piratas com golpes de artes marciais. Ele e os companheiros conseguem salvar os reféns, mas a Viúva Negra/Natasha Romanoff (Scarlett Johansson, que já interpretou o papel em "Homem de Ferro 2" e "Os Vingadores") quase põe tudo a perder durante uma operação de transferência de dados dos computadores do navio. O Capitão América tem uma grande discussão com o líder da SHIELD, Nick Fury (Samuel L. Jackson), sobre um plano fascista da agência de colocar em órbita grandes naves armadas que assassinariam qualquer pessoa considerada uma "possível ameaça" à Humanidade. "Antigamente a pena capital era aplicada somente depois do crime", diz o Capitão América. É então que tudo começa a acontecer muito rápido. Fury (em uma cena de ação espetacular) sofre um atentado e o Capitão América é considerado fugitivo depois de um "acontecimento" (que não vou revelar para não estregar a surpresa). O grande ator veterano Robert Redford (de "Até o fim") interpreta um conselheiro da SHIELD chamado Alexander Pierce, que tem um passado com Nick Fury e motivações discutíveis. (leia mais abaixo)



E o tal "Soldado Invernal"? Para quem tem o nome no título do filme, ele aparece bastante pouco. É um assassino profissional que usa uma máscara, tem um dos braços mecânicos e um passado que envolve o Capitão América. Para um filme supostamente infanto-juvenil, "Capitão América 2 - O Soldado Invernal" é bastante violento, com provavelmente a maior quantidade de mortes mostradas na tela de todos os filmes da Marvel. Há uma cena em que Robert Redford mata uma pessoa desarmada à queima roupa, e mesmo heroínas como a Viúva Negra tem uma quantidade de mortes impressionante. O grande problema do filme, a meu ver, é comum a todos os filmes de super heróis: quão vulnerável (ou invulnerável) é o herói? Steve Rogers é visto caindo de prédios altos, atravessando paredes e redomas de vidro e sobrevivendo a explosões. No entanto, em vários momentos os inimigos tentam matá-lo com armas comuns e até mesmo facas. Ele pode realmente morrer com uma simples facada ou tiro? A qualidade da maioria das cenas de ação e luta é bastante alta, o que é incomum nos filmes do gênero. Outro problema é a pergunta que não quer calar: onde estão os outros Vingadores enquanto tudo isso está acontecendo?

É o melhor filme da Marvel até o momento? É uma pergunta válida. É melhor que as continuações desnecessárias do "Homem de Ferro" e que qualquer filme de "Thor" e "Hulk". É menos divertido, no entanto, que "Os Vingadores". "Capitão América 2 - O Soldado Invernal" surpreende favoravelmente e termina com várias questões em aberto a serem resolvidas nos próximos filmes da franquia.

Câmera Escura

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