sábado, 14 de junho de 2014

No limite do amanhã

"No Limite do Amanhã" usa uma variação da mesma premissa da comédia "Feitiço do Tempo" (Harold Ramis, 1993) e a transporta para uma aventura de ficção-científica. O que aconteceria se uma pessoa, ao morrer, voltasse sempre para o mesmo momento no tempo? Ela poderia fazer algo diferente ou estaria fadada a repetir tudo? Esta é a situação em que se encontra o Major Cage (Tom Cruise, do inferior "Oblivion"), um assessor de imprensa do exército que é enviado para a linha de frente por um general cruel. Cage não tem treinamento militar e, bem ao estilo "Dia D" (a invasão da Normandia, no final da 2ª Guerra Mundial), é despejado em uma praia vestindo uma armadura robótica tendo que combater centenas de aliens que vieram conquistar o planeta. Despreparado, Cage morre em poucos minutos, apenas para se ver vivo novamente no dia anterior à invasão; o ciclo se repete infinitamente, para desespero do Major, que Tom Cruise interpreta muito bem.

Tudo muda quando ele interage com uma heroína de guerra chamada Rita (Emily Blunt, de "Looper"), que lhe revela que ela também havia passado por isso. Cruise passa a se encontrar com Rita a cada reset e, aos poucos, vai treinando para se transformar em um soldado experiente. Eles têm que descobrir onde é que o "cérebro" dos aliens está escondido, para destruí-lo e vencer a guerra. Assistir a "No limite do amanhã" acaba se tornando muito similar a se jogar videogame. Os personagens conseguem chegar até certo ponto da história, quando morrem e voltam na "jogada" seguinte, mais experientes e sabendo o que vão encontrar pela frente. O diretor Doug Liman (especialista em filmes de ação como "A Identidade Bourne") faz um bom trabalho em explicar a trama e em conseguir filmar as mesmas situações, repetidas dia após dia, de forma ligeiramente diferente. (leia mais abaixo)


Há momentos em que você acha que Cage está passando por uma experiência pela primeira vez, até que ele acaba revelando que já passou por aquilo antes. A relação dele com a personagem de Emily Blunt é delicada, porque ele passa a conhecê-la intimamente e querer protegê-la, enquanto que, para ela, Cage é um estranho a cada vez que ele volta. Outro filme de ficção-científica recente, "Contra o Tempo" (de Duncan Jones) também explorava esta situação.

Uma pena que as sequências finais sejam pouco inspiradas e, francamente, não fazem muito sentido. Um ataque final ao esconderijo dos aliens seria muito mais inteligente se fosse feito de surpresa; ao invés disso, preferiram fazer uma explosiva (e impossível) cena de ação. Apesar de tudo, "No limite do amanhã" é inventivo e inteligente. Tom Cruise, apesar de já aparentar ser um cinquentão, ainda consegue levar um filme de ação nas costas sem problemas.

Um comentário:

Unidade de Carbono no Palido ponto Azul disse...

Este é o problema do filme, o final. Do mais, estas situações já foram vistas em filmes como "Feitiço no Tempo", e episodios de Jornadas na Estrelas: A nova geração, Arquivo X e Lost.