domingo, 13 de março de 2022

O Projeto Adam (The Adam Project, 2022)

O Projeto Adam (The Adam Project, 2022). Dir: Shawn Levy. Netflix. Ryan Reynolds deve ganhar por palavra. O problema é que desde que ele fez "Deadpool" ele acha que é um cara engraçadíssimo, que tem que falar constantemente ou, sei lá, seu coração vai parar de bater. Aqui está ele novamente em um "Netflix Movie: The Movie", aquele tipo de filme que o serviço de streaming lança de tantos em tantos meses com um grande elenco (todos felizes em receber seu cheque) sem se preocupar muito com o conteúdo (afinal, o público já pagou a mensalidade, então vai acabar assistindo, certo? Culpado).

Ok, vamos ser justos; "O Projeto Adam" é muito melhor do que coisas como "Alerta Vermelho" (também com Reynolds), o que não quer dizer muita coisa. O roteiro original, segundo o "The Hollywood Reporter", havia sido escrito para Tom Cruise; só que o projeto não vingou, outros roteiristas foram trazidos para mexer na trama (há pelo menos quatro escritores nos créditos) e o resultado é um filme com bons momentos, principalmente nos poucos momentos em que Reynolds toma fôlego e fica em silêncio.

Ryan Reynolds é Adam, um piloto de 2050 que viaja para o ano de 2022. Ele queria ir para 2018, mas cometeu um erro e chegou em 2022; coincidentemente (ou não, o roteiro não deixa isso claro) ele cai praticamente no quintal da sua casa, quando ele tinha 12 anos. Lá vive a versão pré-adolescente de Adam, um garoto que sofre bullying todos os dias na escola porque, assim como Reynolds adulto, o garoto não para de contar piadinhas e ser sarcástico.

O jovem Adam é interpretado por Walter Scobell, que até se parece um pouco com Reynolds. A mãe dele é interpretada por Jennifer Garner, que ainda está de luto pela morte do marido, dois anos antes. Quem era o marido? Ninguém menos que Mark Ruffalo, sim, o par romântico de Garner em "De repente, 30". Assim, de referência pop em referência pop, o filme mistura "O exterminador do futuro" com "De volta para o futuro" e outros filmes relacionados. Mark Ruffalo acaba aparecendo na versão 2018 do filme, o que garante ao menos uma cena dele com Jennifer Garner. Zoe Saldaña interpreta Laura, a esposa por quem Ryan Reynolds viajou no tempo, e os dois têm cenas ainda mais curtas. Catherine Keener, veja você, interpreta a vilã do filme, em duas versões: "velha" em 2050 e digitalmente nova em 2018.

Há algumas boas sequências e o roteiro tem momentos genuinamente comoventes, principalmente quando Mark Ruffalo está envolvido (quem não gosta de Mark Ruffalo?). De resto, há muita correria, mortes inofensivas em computação gráfica e Ryan Reynolds falando, falando, falando... Tá na Netflix.

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