sexta-feira, 4 de março de 2022

West Side Story (2021)

West Side Story (2021). Dir: Steven Spielberg. Disney+. Chega ao streaming a versão de Spielberg para o clássico musical de 1961 (que, por sua vez, era baseado em uma peça musical). Apesar de saber que Spielberg trabalhou com vários gêneros durante sua longa carreira, ainda me causa certa estranheza sua decisão de refazer um musical. O que não deveria ser surpresa é o quão bom ele é como diretor; poucos cineastas sabem posicionar e mover uma câmera como Steven Spielberg, e sua versão de "West Side Story" é realmente bonita de se ver. É também bem mais "realista", parecendo se passar na Nova York dos anos 1950, ao invés de em um cenário ou em um palco da Broadway. Por outro lado, como estamos vendo um musical, leva um tempo para se acostumar com o fato de que as pessoas, de repente, saem dançando e cantando pela tela.

O roteiro de Tony Kushner mudou algumas canções de lugar e tentou dar mais "relevância" à trama; há diversas falas em espanhol que não são legendadas, para dar mais "autenticidade". A briga entre as gangues "Jets" e "Sharks" agora tem como pano de fundo a destruição de parte da cidade para dar lugar a prédios modernos (e ao Lincoln Center). Tecnicamente é um deslumbre, da direção de fotografia de Janusz Kaminski (colaborador de Spielberg desde "A Lista de Schindler"), aos belos cenários de Adam Stockhausen e figurinos de Paul Tazewell.

Tenho que confessar que não sou grande fã de musicais (apesar de gostar de vários... "Cantando na Chuva" é um dos meus filmes favoritos); com duas horas e trinta e oito minutos de duração, há alguns números musicais que, sinceramente, são bem chatinhos (e eu posso ter acelerado alguns para chegar à próxima cena). É inegável, porém, que a trilha original de Leonard Bernstein e letras de Stephen Sondheim tem alguns grandes clássicos, como "Maria", "Tonight", "Somewhere", ou "America". Há também números bem chatinhos como "One Hand, One Heart" ou "I feel pretty". O elenco é também bem mais diverso e "realista" do que na versão de 1961 (que escureceu a pele dos atores que interpretavam porto-riquenhos). Ariana DeBose está excelente como Anita, e Rachel Zegler é mais natural do que Natalie Wood como Maria. Já Ansel Elgort, apesar de bastante esforçado, às vezes parece estar em outro filme. Rita Moreno, que venceu um Oscar na versão de 1961, está de volta em um papel especialmente criado para ela.

Com altos e baixos, o filme de Spielberg é bastante sólido e tem grandes momentos. Talvez ele devesse ter tido menos reverência às fontes originais e cortado uma canção ou outra. O filme está indicado a vários Oscar (Melhor Filme, Diretor, Fotografia, Atriz coadjuvante, Figurino, Som e Direção de Arte). Disponível na Disney+.

 

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