terça-feira, 7 de junho de 2022

Stranger Things 4 (2022)

Stranger Things 4 (2022). Dir: Irmãos Duffer. Netflix. A criançada cresceu. Millie Bobby Brown, que interpreta 11, já está com dezoito anos. Os garotos, provavelmente, fazem a barba antes de subir nas bicicletas. Da escala hollywoodiana à longa duração dos episódios, tudo soa meio exagerado; mas é inegável que "Stranger Things" ainda tem aquele charme nostálgico que conquistou o mundo desde a primeira temporada, em 2016.

Esta quarta temporada (que foi dividida em duas partes) volta bem mais violenta e assume de vez o cinema de terror como influência. Como diria o Heath Ledger, "Why so serious?". Ao contrário da terceira temporada, talvez a mais leve e divertida, a série volta às origens de 11 (Millie Bobby Brown) em longas sequências de flashbacks sangrentos. Também são bastante violentas as mortes provocadas por um monstro chamado "Vecna", que ataca jovens que têm alguma culpa no passado e os destroça de forma bastante gráfica.

O garoto Will (Noah Schnapp) não é mais a vítima da vez. Aliás, ele pouco aparece nesta temporada, que separou os vários personagens em diversos "núcleos" (como nas novelas) distribuídos em cidades, estados e até países diferentes. Alguns desses núcleos são divertidos (as cenas passadas na cidade de Hawkins são as melhores); outros, porém, não funcionam direito. O coitado do David Harbour (que interpreta Jim Hopper) apanha a temporada inteira em uma prisão na antiga União Soviética. Quem ganhou destaque é a personagem Max (a ótima Sadie Sink), que protagoniza o melhor episódio da temporada, o quarto. Há um lance de ter uma "música favorita" que trouxe Kate Bush de volta às paradas de sucesso com a faixa "Running up that Hill", de 1985 (procurem no YouTube a versão ao vivo em que ela é acompanhada por David Gilmour, é sensacional).

Como veredito, diria que a série ainda é boa, mas talvez tenha crescido demais. Os episódios têm mais de uma hora de duração, alguns são como longa metragens, e nem sempre isso é necessário. Tecnicamente, é incrível a recriação fiel dos anos 1980, seja pelo figurino ou pela trilha sonora. A série volta em julho (e espero que termine de vez). Tá na Netflix.

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