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quarta-feira, 17 de abril de 2013

Oblivion

Terra, 2077. O planeta foi invadido por extraterrestres que, ao destruírem a Lua, causaram uma série de catástrofes naturais que arrasaram com todas as cidades e quase extinguiram a Humanidade. Ainda assim, eles foram derrotados e os humanos sobreviventes estão todos em órbita, em uma nave gigantesca, aguardando o momento de partir para um novo lar em Titã, uma das luas de Saturno. Apenas alguns poucos humanos ainda estão na Terra fazendo trabalho de manutenção nos drones, robôs automáticos que estão à caça dos extraterrestres que permanecem escondidos.

Tom Cruise é Jack Harper, um destes técnicos de manutenção. Ele vive em uma belíssima casa tecnológica que flutua acima das nuvens, acompanhado de Victoria (Andrea Riseborough), sua companheira e encarregada. Faltam apenas duas semanas para que o trabalho termine e eles possam embarcar para Titã, mas as coisas não são tão simples. Jack (que tem o nome gritado uma centena de vezes durante o filme, "Jack!", "Jack!") tem tido uns sonhos estranhos com uma mulher desconhecida, em uma época antes da guerra, em um claro "empréstimo" dos roteiristas da trama de "O Vingador do Futuro" (versões de 1990 e 2012). Para complicar as coisas, um dia cai do céu uma nave; contrariando ordens superiores, Jack vai investigar e resgata uma única sobrevivente, Julia (a modelo Olga Kurylenko), que é exatamente a mulher que tem aparecido em seus sonhos. Jack também descobre que há um grupo de rebeldes humanos na Terra liderados por Beech (Morgan Freeman e sua voz de Deus), que pretendem revelar a verdade sobre a guerra e o que aconteceu com o planeta.

Dirigido por Joseph Kosinski (de "Tron: O Legado"), "Oblivion" tem um visual fantástico, embora nada original, que mostra a cidade de Nova York, sempre ela, praticamente enterrada por toneladas de lama. A trama tem todos os ingredientes para um bom filme de ficção-científica, envolvendo memórias apagadas, preocupações ambientais, rebeldes e um herói que conhece muito pouco sobre ele mesmo. Por que, então, o filme não funciona? Apesar do todo o carisma de Tom Cruise (que simplesmente se recusa a envelhecer), os personagens não empolgam. Há diversas sequências de ação que causam menos entusiasmo do que um jogo de videogame e o roteiro, quando começa a revelar os "segredos" da trama, simplesmente desmorona. 

ATENÇÃO, SPOILERS, NÃO LEIA DAQUI PARA FRENTE SE NÃO VIU O FILME.

SPOILERS. ESTEJA AVISADO.

Por que os alienígenas precisariam de auxiliares como Jack e Victória? Por que se dar ao trabalho de criar estas histórias na cabeça deles? Se eles são tão superiores tecnologicamente, como claramente se pode ver, qual a necessidade de ter "técnicos de manutenção" humanos e, pior, cheios de memórias complicadas na cabeça? Por que não clonar um outro humano qualquer, criar milhares de escravos? Por que os alienígenas parecem saber tudo e ver tudo no planeta, em certas partes do filme, e serem completamente cegos em outros momentos? Como é que o personagem de Cruise (ou um de seus clones) estava exatamente no lugar certo na hora que a nave Odisseu caiu no planeta, e como é que ele conseguiu salvar, de todos os humanos presentes, exatamente sua mulher? Por que é que Cruise pode parar os drones com um comando de voz durante praticamente todo o filme, mas quando eles atacam o esconderijo dos rebeldes ele não faz isso? Por que é que os alienígenas iriam querer que ele levasse Julia para a nave mãe, convenientemente abrindo a porta para que ele entrasse com a bomba? O que eles teriam a ganhar ao vê-la?

Estas são apenas algumas das perguntas que podem ser feitas a partir dos absurdos apresentados pelo roteiro. Isso sem falar no final inacreditável, em que o marqueting de Tom Cruise é tão grande que ele pode, ao mesmo tempo, se "sacrificar" pelo planeta e ainda "voltar" para um final feliz (o que fizeram com os outros 50 clones de Jack Harper que, teoricamente, existem espalhados pelo planeta?). Assim, "Oblivion" pode ter visuais espetaculares e uma premissa interessante, mas não consegue responder às próprias perguntas.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

007 - Quantum of Solace

Bond, James Bond. Eu sempre me perguntei a lógica por trás desta frase. Por que um agente secreto sairia declarando seu nome verdadeiro o tempo todo, para todo mundo? Brincadeiras a parte, o espião mais famoso do cinema sobreviveu a seis atores diferentes, vinte e dois filmes oficiais e quarenta e seis anos de história. A ultima encarnação de Bond voltou na forma do ator Daniel Craig, escolha que desagradou muita gente. Loiro, durão e com cara de poucos amigos, Craig estava longe do charme normalmente associado ao personagem, ainda mais quando comparado a seu antecessor, Pierce Brosnan. Mas Craig atendia às demandas dos filmes de ação do século XXI, pós Jason Bourne. A trilogia estrelada por Matt Damon impôs um ritmo e um realismo impressionantes ao gênero dos filmes de ação, o que forçou uma reformulação do próprio James Bond. Foram-se o charme, o ar refinado e os brinquedos tecnológicos, dando lugar a um James Bond muito mais frio, preciso e indestrutível.

Após "Cassino Royale" (2006), o filme de estréia de Daniel Craig, Bond retorna com "Quantum of Solace", a primeira continuação da história do personagem. "Solace" continua a trama desfiada em "Royale", filme em que o primeiro amor de Bond, a bela Vésper Lynd (Eva Green) o traiu e morreu. Bond diz que não está buscando por vingança contra a organização responsável pela morte dela, mas nem sua chefe, M (a grande Judy Dench), acredita nisso. O filme já começa à toda velocidade, com uma perseguição de carros, na Itália, que dá lugar à um grande festival medieval em Siena. Após M quase ser morta por um agente duplo, segue-se outra perseguição ainda mais impressionante, em que Bond persegue o vilão pelos telhados, em uma seqüência que me lembrou muito cenas de "O Ultimato Bourne". Lá estão os pulos impossíveis de um telhado para outro, os vôos entre as janelas dos sobrados, a luta corpo a corpo, tudo.
A trama envolve um vilão chamado Dominic Greene (Mathieu Amalric) que tem uma "empresa" que, segundo ele, promove golpes de estado em países da América do Sul em troca de favores especiais. Tudo isso com o olhar complacente da CIA e, aparentemente, da MI-6 de 007. Greene se esconde por trás de uma fachada ecológica para conseguir apoio para depor o presidente da Bolívia e substituí-lo por um ditador próprio. Bond, seguindo pistas deixadas pelo traidor da MI-6, chega até Greene no Haiti, onde ele conhece a bela Camille (a estonteante Olga Kurylenko). Ela tem planos próprios, que envolvem matar o ditador Boliviano por vingança (ele teria matado a família dela). Assim, além dos olhos bonitos, Bond vê em Camille uma parceira na vingança. Há uma tentativa de humanizar o personagem, que sofre a perda de Vésper e que, agindo por vingança, estaria fora de controle. Mesmo assim, Bond continua o personagem "macho" de sempre, desfrutando de carros possantes, alto estilo de vida e belas mulheres.

"Quantum of Solace" não tem muito a dizer, é verdade. Mas é sem dúvida um filme de ação espetacular, feito em um estilo "cinemão", em largo cinemascope. É visível que rios de dinheiro foram gastos na produção bem cuidada e nos aspectos técnicos. Quanto ao ser humano 007, ele continua o velho Bond, James Bond.