sábado, 31 de julho de 2010

Salt

É como se Jason Bourne tivesse uma irmã gêmea na figura esguia e sedutora de Angelina Jolie. "Salt" é um daqueles filmes de ação que só Hollywood consegue fazer, absurdo, fisicamente impossível, cientificamente inexplicável e tão verossímil quanto James Bond. Aceitando tudo isso e se deixando levar pela trama de ação e espionagem, "Salt" é diversão garantida, com a vantagem de ter um diretor de talento (Phillip Noyce) técnicos afiados e bom elenco.

Angelina Jolie é Evelyn Salt, uma agente da CIA que, no começo do filme, está prestes a largar a vida de ação pela pacata função de esposa e dona de casa quando, no último minuto, entra em cena Orlov (Daniel Olbrychski), um desertor soviético. Como todos que já viram o trailer sabem, Orlov faz uma revelação bombástica: Evelyn Salt seria uma espiã russa infiltrada nos EUA. Seu superior, Ted Winter (Liev Schreiber), até tenta ajudá-la, mas o agente Peabody (Chiwetel Ejiofor) quer prendê-la. Começa então o que pode ser resumido como uma série quase ininterrupta de cenas de perseguição, em uma mistura de Jason Bourne com "Corra, Lola, Corra".

Angelina Jolie é boa atriz. Seu início de carreira foi no telefilme "Gia", da HBO, em que interpretava uma top model viciada em drogas que foi das primeiras vítimas do vírus HIV. Ela ganhou um prêmio Emmy pelo papel e, em seguida, um Oscar pelo filme "Garota Interrompida". Mas sua beleza e corpo atlético a levaram para filmes de ação como a série "Tomb Raider" ou "Sr. e Sra. Smith", com o atual marido Brad Pitt e, a não ser em "A Troca", de Clint Eastwood, vimos pouco de Jolie como atriz "séria". Em "Salt" há pouco espaço para grandes interpretações, mas Jolie faz um bom trabalho em mostrar as várias facetas da suposta agente dupla soviética. Quem é "Salt", afinal? Seria membro do lendário programa soviético que teria treinado crianças para serem infiltradas nos Estados Unidos como agentes? Ou ela é uma americana leal que está sendo incriminada?

O roteiro, claro, é completamente absurdo. Há várias reviravoltas e surpresas que, apesar de funcionarem no momento do filme, não resistem a uma análise posterior. Apesar disso, o filme é competente o suficiente para prender a atenção e criar situações interessantes. O final deixa aberta a possibilidade de uma sequência. Jason Bourne que se cuide.


2 comentários:

Thaís Inocêncio disse...

Se n tiver o 2 eu vou ficar c raiva! Odeio filme sem ponto final de verdade, daqueles q fura a folha.
Assisti ontem e gostei, mas saí de lá c a impressão d q eles querem passar a imagem de q os EUA são os amiguinhos bonzinhos da nação. Eles não atacam ninguém, os outros é q treinam crianças para atacá-los qndo adultos. Sei lá. Mas é legal, sim. Claro que o Json Bourne me agrada mto mais aos olhos q a Jolie! hahahha

João Solimeo disse...

Os americanos (quase) sempre vão pagar de bonzinhos nos filmes. Esse tema da criança criada desde pequena para atacar os Estados Unidos já foi tratado muito bem em "Sem Saída", com Kevin Costner.