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domingo, 2 de janeiro de 2022

Anos 90 (Mid 90s, 2018)

Anos 90 (Mid90s, 2018). Dir: Jonah Hill. HBO Max. Estreia na direção (e roteiro) do ator Jonah Hill (O Lobo de Wall Street), "Anos 90" é uma visão bem pessoal de um modo de vida anterior às redes sociais (e pré-11 de setembro) dos EUA. Hill fez o filme em 16mm, em formato 4:3, o que lhe dá um ar nostálgico e "cru", que parece um documentário.

Stevie (Sunny Suljic, excelente) é um garoto de 13 anos, de Los Angeles, que mora com a mãe solteira (Katherine Waterston) e o irmão mais velho (Lucas Hedges). A mãe faz o que pode para educar os garotos, mas ainda está meio perdida na vida, e o irmão mais velho surra Stevie sempre que pode. O garoto então passa a frequentar uma loja de skate em que faz amizade com um grupo de "garotos perdidos", alguns bem mais velhos que ele; os rapazes acabam aceitando o garoto no grupo e o iniciam em uma vida que consiste em andar de skate, experimentar drogas, álcool e ir a festas em que Stevie não deveria estar.

O filme foi criticado pela quantidade de palavrões que os garotos falam e até classificado como racista e homofobico (em uma cena, um garoto fala para Stevie que ele parece "gay" por dizer "obrigado" o tempo todo), mas este é um filme passado nos anos 90, retratando um bando de skatistas... imagino que diálogos politicamente corretos eram bastante raros. É um "filme independente" até a medula, com trilha sonora composta por canções da época e fotografia que lembra algo que Gus Van Sant poderia ter feito (pensei também em "Kids", o polêmico filme de Larry Clark sobre adolescentes nos anos 1990).

É curtinho, uma hora e vinte e cinco minutos, e bastante honesto. Disponível na HBO Max. 

domingo, 25 de julho de 2021

Boy Erased: Uma Verdade Anulada (Boy Erased, 2018)

Boy Erased: Uma Verdade Anulada (Boy Erased, 2018). Dir: Joel Edgerton. Netflix. Filme baseado na história real de um rapaz de 18 anos, Garrard Conley, filho de um pastor batista, que foi matriculado em uma "terapia de conversão" no estado de Arkansas, EUA. Dirigido pelo ator australiano Joel Edgerton, "Boy Erased" é, talvez, comportado demais (e, sem dúvida, longo demais), mas é conduzido de forma sensível por Edgerton. O rapaz, Jared, é interpretado por Lucas Hedges. Filho de um pastor (o grande Russell Crowe) e sua esposa fiel (Nicole Kidman), Jared sente que há algo "errado" com ele; a namorada não consegue interessa-lo e, como finalmente confessa aos pais, ele frequentemente "pensa em homens". O pai, desesperado, segue o conselho de outros pastores e coloca o filho em uma "terapia de conversão" comandada por um "especialista" chamado Victor Sykes (Joel Edgerton). A "terapia" consiste em tarefas como identificar, entre os familiares, os "pecadores" como homossexuais, alcoólatras, entre outras coisas. Eles também devem escrever e confessar os próprios pecados. A história dos "pecados" de Jared é mostrada em flashbacks.

O tema da "terapia de conversão" é polêmico e o filme mostra como os chamados "especialistas" no assunto, no fundo, são apenas gays enrustidos. O filme estica uma meia hora a mais, o que achei desnecessário. Ao contrário de filmes como "Um Estranho no Ninho" ou "Garota Interrompida", a "prisão" do personagem é mais mental do que propriamente física (há apenas uma cena angustiante em que Jared é impedido de sair por alguns minutos). Há uma boa cena entre o rapaz e a mãe (bem interpretada por Nicole Kidman). Já a relação com o pai é mais complicada e Crowe poderia ter sido melhor aproveitado. Tá na Netflix.