Mostrando postagens com marcador homossexualismo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador homossexualismo. Mostrar todas as postagens

domingo, 25 de julho de 2021

Boy Erased: Uma Verdade Anulada (Boy Erased, 2018)

Boy Erased: Uma Verdade Anulada (Boy Erased, 2018). Dir: Joel Edgerton. Netflix. Filme baseado na história real de um rapaz de 18 anos, Garrard Conley, filho de um pastor batista, que foi matriculado em uma "terapia de conversão" no estado de Arkansas, EUA. Dirigido pelo ator australiano Joel Edgerton, "Boy Erased" é, talvez, comportado demais (e, sem dúvida, longo demais), mas é conduzido de forma sensível por Edgerton. O rapaz, Jared, é interpretado por Lucas Hedges. Filho de um pastor (o grande Russell Crowe) e sua esposa fiel (Nicole Kidman), Jared sente que há algo "errado" com ele; a namorada não consegue interessa-lo e, como finalmente confessa aos pais, ele frequentemente "pensa em homens". O pai, desesperado, segue o conselho de outros pastores e coloca o filho em uma "terapia de conversão" comandada por um "especialista" chamado Victor Sykes (Joel Edgerton). A "terapia" consiste em tarefas como identificar, entre os familiares, os "pecadores" como homossexuais, alcoólatras, entre outras coisas. Eles também devem escrever e confessar os próprios pecados. A história dos "pecados" de Jared é mostrada em flashbacks.

O tema da "terapia de conversão" é polêmico e o filme mostra como os chamados "especialistas" no assunto, no fundo, são apenas gays enrustidos. O filme estica uma meia hora a mais, o que achei desnecessário. Ao contrário de filmes como "Um Estranho no Ninho" ou "Garota Interrompida", a "prisão" do personagem é mais mental do que propriamente física (há apenas uma cena angustiante em que Jared é impedido de sair por alguns minutos). Há uma boa cena entre o rapaz e a mãe (bem interpretada por Nicole Kidman). Já a relação com o pai é mais complicada e Crowe poderia ter sido melhor aproveitado. Tá na Netflix.
 

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Contracorrente

Em uma pequena vila de pescadores, no Peru, Miguel (Cristian Mercado) está casado com Mariela (Tatiana Astengo), que espera seu primeiro filho. É uma vila bem tradicional, com um padre, um bar e pequenas casas de frente para o mar. Uma figura distoa da paisagem, o pintor Santiago (Manolo Cardona), um rapaz alto, que anda pela vila bem arrumado, tirando fotos que usa para suas pinturas. O espectador descobre então que Miguel tem uma vida de aparências; o pescador, marido e futuro pai, na verdade, mantém um caso secreto com o pintor Santiago. Os dois se encontram em praias escondidas e Santiago, na verdade, está um pouco cansado de manter o romance em segredo.

"Contracorrente" é escrito e dirigido por Javier Fontes León, que conduz o filme com sensibilidade. O roteiro demora um pouco para engrenar, mas o começo expositivo serve para explicar uma reviravolta, com tons sobrenaturais, que ocorre em seguida. O que parecia ser "apenas" a história de um amor homossexual escondido, ganha contornos mais interessantes quando Miguel (e o espectador) descobrem que o pintor Santiago pode estar morto. Ele teria batido a cabeça em uma pedra, na praia, e seu corpo está perdido em alguma "contracorrente", no mar. Enquanto isso, seu "espírito" passa a aparecer para Miguel, que é o único que pode vê-lo. Isso causa uma situação interessante; Miguel, que não queria assumir sua identidade e muito menos ser visto em público com Santiago, passa a desfrutar de sua companhia o tempo todo, o que não deixa de ser conveniente; ele acredita poder manter seu "segredo" e seu casamento.

Tudo isso se passa em uma bela paisagem filmada na costa do Peru, em Cabo Blanco. O elenco é muito bom, principalmente Tatiana Astengo, que interpreta a esposa de Miguel como uma mulher forte e decidida a lutar pelo marido. A vida dos pescadores é mostrada de forma sensível e vemos seu modo de trabalhar e sua religiosidade. Como curiosidade, os moradores são fãs das telenovelas brasileiras. Em vários momentos eles estão vendo "Direito de Amar", produzida pela Globo. O roteiro, naturalmente, tem semelhanças com "O Segredo de Brokeback Mountain", mas o filme peruano é bem menos ambicioso e, talvez por isso mesmo, melhor resolvido. "Contracorrente" ganhou o prêmio de público no Festival de Sundance e foi o vencedor do Festival Mix Brasil em 2010.