Mostrando postagens com marcador taylor sheridan. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador taylor sheridan. Mostrar todas as postagens

sábado, 14 de outubro de 2023

Operação Lioness (Special Ops: Lioness, 2023)

 
Operação Lioness (Special Ops: Lioness, 2023). Paramount+. Série em 8 episódios da Paramount+ criada e escrita por Taylor Sheridan, que é um cara bastante ocupado. Como roteirista, escreveu "Sicário", "A Qualquer Custo", "Terra Selvagem", "Sicário: Soldado", entre vários outros filmes. É criador e roteirista de séries de sucesso como "Yellowstone" (e suas spin-offs "1883" e "1923"), "Tulsa King", "Mayor of Kingstown", etc. "Operação Lioness" é mais uma série da sua linha de produção e é, ao mesmo tempo, muito boa e decepcionante.

A trama gira em volta de um grupo especial da CIA encabeçado por uma mulher durona chamada Joe (Zoe Saldaña). O objetivo desse grupo é infiltrar uma agente feminina (conhecida como "Leoa") no círculo íntimo de famílias no oriente médio. A mais nova agente é Cruz (a canadense de origem brasileira Laysla de Oliveira). Cruz é o clichê do "Marine" americano, capaz de suportar treinamentos exaustivos e/ou tortura. Ela entrou para a vida militar para fugir de uma vida de abusos.

É tudo muito rápido e bastante bem feito, mas isso também esconde um roteiro um tanto superficial e cheio de furos. Há boas cenas de ações militares filmadas com precisão (claramente influenciadas por "Sicário"). Mas há também um lado "novela mexicana" forte; a família de Zoe Saldaña é o oposto do que aconteceria em um filme de 20 anos atrás; é a mulher que chega em casa, depois de meses em operação, para encontrar o marido fiel e pai devotado que toma conta da casa e de duas filhas adolescentes.

Do lado da agente infiltrada, há todo um drama tanto nas questões éticas enfrentadas por ela quanto pela forte amizade (que, claro, acaba virando algo mais) com a herdeira de uma rica família de Petróleo (interpretada por Stephanie Nur). Nicole Kidman (com uma plástica bem estranha que mudou seu rosto) é uma chefe "fodona" da CIA que também tenta balancear a vida pessoal com as operações militares que comanda. Ah, e Morgan Freeman aparece mais no pôster do que na série.

Isso posto, "Operação Lioness" consegue manter sua atenção e você quer ver o que vai acontecer em seguida, mesmo que o roteiro não seja dos melhores. Disponível na Paramount+ (da Amazon Prime Video). 

quinta-feira, 19 de agosto de 2021

Aqueles que me desejam a morte (Those who wish me dead, 2021)

Aqueles que me desejam a morte (Those who wish me dead, 2021). Dir: Taylor Sheridan. HBO Max. Em breve, na sua "Tela Quente". Nos dias de hoje não faz muito sentido chamar um filme de "telefilme", mas este é claramente um. Daquele tipo de produção competente (para o que se propõe), com meia dúzia de astros recebendo seu cheque tranquilos, tecnicamente ok, tiroteios, perseguições... ei, que tal colocarmos um grande incêndio também?
Angelina Jolie é Hannah, uma bombeira que está traumatizada por não ter conseguido salvar uns garotos em um incêndio florestal. Junta-se à trama um contador que está fugindo de dois assassinos profissionais (Aidan Gillan, de "Game of Thrones", e Nicholas Hoult); ele tem informações sigilosas sobre um desvio de dinheiro feito por pessoas poderosas, que o querem morto. Junto dele está seu filho, um garoto de uns dez anos bem interpretado por Finn Little. Os assassinos conseguem matar o contador mas, incompetentes, deixam o garoto escapar na floresta. E quem ele encontra durante a fuga? Angelina Jolie, claro, que precisa salvar o garoto para ficar em paz com o passado e satisfazer o roteirista.
Os assassinos quase roubam o filme. Gillan (que interpretava "Littlefinger", em "Game of Thrones"), é naturalmente repugnante e um bom vilão; Nicholas Hoult, com seu rosto de "bom moço", surpreende como assassino. O elenco ainda conta com Jon Bernthal como um policial (com a obrigatória esposa grávida). O filme apresenta um grande grupo de bombeiros no início mas, curiosamente, eles praticamente não são mais vistos, nem mesmo quando um grande incêndio acontece na floresta. Não é um filme ruim, embora nunca ouse muito e, como disse, está destinado à uma noite na Globo, depois da novela. Disponível na HBO Max.

 

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

A Qualquer Custo (Hell or High Water, 2016)

"HELL OR HIGH WATER" ("A Qualquer Custo", no Brasil) é um western moderno dos bons. Ele é lindamente fotografado por Giles Nuttgens (o filme abre com um plano sequência belíssimo), dirigido por David Mackenzie (de "Sentidos do Amor") e escrito por Taylor Sheridan (do matador "Sicario").

Chris Pine e Ben Foster são dois irmãos que acordam cedo, entram no carro e vão assaltar bancos em pequenas cidades das vastas paisagens texanas. Pelo caminho vemos a decadência da economia local; anúncios de casas, negócios à venda e ofertas de empréstimos estão por toda parte. Só os bancos e as bombas de petróleo parecem estar rendendo bem.
Aos poucos o roteiro vai nos informando o porquê dos assaltos feitos pelos irmãos e o filme é bastante eficaz na humanização dos personagens. Há também o outro lado, protagonizado pelo grande Jeff Bridges como o policial velho que está para se aposentar e quer resolver um último caso antes de pendurar o distintivo. Sim, é um clichê, mas o roteiro e Bridges são tão bons que você perdoa. Um policial mestiço de índio com mexicano (interpretado muito bem por Gil Birmingham) é o parceiro de Bridges na investigação dos assaltos. O personagem de Jeff Bridges se refere a ele o tempo todo através de insultos racistas, mas aos poucos percebe-se que há grande respeito e amizade entre os dois.
O roteiro traça bons paralelos entre as ações dos irmãos e dos policiais, com cenas que se espelham (há duas cenas envolvendo garçonetes que são muito bem escritas). Sempre gostei de Ben Foster (que está brilhante aqui), mas a interpretação de Chris Pine me surpreendeu bastante, ele nunca esteve tão bem nas telas. E quando você acha que já sabe como tudo vai terminar as coisas ficam bastante sérias e o filme te pega de surpresa. As ações tanto dos irmãos quanto dos policiais trazem consequências sérias que levam o filme a um nível mais amargo e soturno. Assim como em Sicário, o roteiro de Sheridan mostra personagens moralmente ambíguos em uma trama que não é simplesmente a luta do "bem" contra o "mau". Grande filme.

João Solimeo