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quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Os Belos Dias

Caroline acabou de entrar na "terceira idade" (ou "melhor idade", ou "velhice", depende de como se queira chamar esta fase), mas ainda carrega um "fogo" que a impede de sossegar. Interpretada por uma lenda do cinema francês, Fanny Ardant (ainda bela aos 64 anos), Caroline é uma dentista aposentada que ganha de presente das filhas um "vale" para uma clínica de repouso. Ela vai visitar o lugar e não aguenta passar uma tarde por lá. "Fui humilhada por uma moça de 30 anos", diz ela ao marido, o também dentista Philippe (Patrick Chesnais). Apesar disso, na casa ela conhece um jovem professor de informática, Julien (Laurent Lafitte), que é um conquistador nato. Eles saem para almoçar, ela bebe uma garrafa de vinho e, quando menos se espera, os dois estão se agarrando dentro do carro dele.

Este poderia ser o começo de um drama pesado, mas "Os Belos Dias" não é este tipo de filme. Não chega a ser uma comédia como "Copacabana", com Isabelle Ruppert, sendo um pouco mais sofisticado. Fanny Ardant, com 64 anos, está à vontade no papel e seu personagem é melhor que o próprio filme. Com relação ao tema da terceira idade, "Os Belos Dias" está muito longe da realidade cruel de "Amor", de Michel Haneke. O roteiro e direção de Marion Vernoux é bastante leve, sem muita profundidade, como em "O Quarteto" ou "O Exótico Hotel Marigold". O relacionamento entre Julien e Caroline é aquela mistura de atração carnal com amor materno que existe entre casais com grande diferença de idade. Mesmo quando a traição é exposta, os personagens são muito civilizados (talvez até demais) para fazer muito drama. O filme está em cartaz no Topázio Cinemas, em Campinas.


sexta-feira, 15 de março de 2013

O Quarteto

"O Quarteto" marca a estréia do ator Dustin Hoffman na direção. Aos 75 anos, Hoffman escolheu temas próximos a sua realidade: a arte e a velhice. O filme tem muitas semelhanças com o recente "O Exótico Hotel Marigold", inclusive dividindo uma atriz em comum, Maggie Smith, e trata do tema da terceira idade da mesma forma fantasiosa e edificante. Ou seja, a anos luz do soco no estômago que é "Amor", de Michael Haneke.

A trama se passa na Inglaterra, em uma casa de repouso exclusiva para músicos aposentados. O som de andadores, bengalas, tosse e juntas doloridas se mistura à música constante de quartetos de câmara, solistas, tenores e todo tipo de músicos praticando diariamente. Um diretor tirano (Michael Gambon, ótimo) está ensaiando vários números para um show de gala anual que a casa de repouso apresenta no aniversário de Giuseppe Verdi. A renda do show vai para a manutenção da casa, que corre o risco de fechar. A chegada da diva Jean Horton (Maggie Smith) causa rebuliço; ela havia sido casada com Reggie Paget (Tom Courtenay), que ainda guarda a mágoa de ter sido traído por ela décadas atrás. Já Wilf (Billy Connolly) e Cissy (Pauline Colins) vêm na chegada de Horton a chance deles reunirem o quarteto que fez muito sucesso apresentando o "Rigoletto" de Verdi.

O filme tem boas intenções e é gostoso de se ver, mas não passa de uma série de clichês envolvendo personagens da terceira idade e artistas em decadência. Há o personagem "safado" que ainda só pensa em sexo; há as inevitáveis piadas envolvendo a perda da memória ou outras enfermidades relacionadas à idade; há várias sequências musicais mostrando os diversos grupos se preparando para a apresentação final, e assim por diante. Tudo filmado sob o sol dourado da primavera, como se a Inglaterra fosse sempre um país ensolarado e agradável. Os créditos finais mostram como vários dos figurantes e personagens secundários são músicos e artistas de verdade, em uma montagem de fotos que os mostra no passado e agora. Divertido e inofensivo. Em cartaz no Topázio Cinemas, em Campinas.