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sexta-feira, 15 de março de 2013

O Quarteto

"O Quarteto" marca a estréia do ator Dustin Hoffman na direção. Aos 75 anos, Hoffman escolheu temas próximos a sua realidade: a arte e a velhice. O filme tem muitas semelhanças com o recente "O Exótico Hotel Marigold", inclusive dividindo uma atriz em comum, Maggie Smith, e trata do tema da terceira idade da mesma forma fantasiosa e edificante. Ou seja, a anos luz do soco no estômago que é "Amor", de Michael Haneke.

A trama se passa na Inglaterra, em uma casa de repouso exclusiva para músicos aposentados. O som de andadores, bengalas, tosse e juntas doloridas se mistura à música constante de quartetos de câmara, solistas, tenores e todo tipo de músicos praticando diariamente. Um diretor tirano (Michael Gambon, ótimo) está ensaiando vários números para um show de gala anual que a casa de repouso apresenta no aniversário de Giuseppe Verdi. A renda do show vai para a manutenção da casa, que corre o risco de fechar. A chegada da diva Jean Horton (Maggie Smith) causa rebuliço; ela havia sido casada com Reggie Paget (Tom Courtenay), que ainda guarda a mágoa de ter sido traído por ela décadas atrás. Já Wilf (Billy Connolly) e Cissy (Pauline Colins) vêm na chegada de Horton a chance deles reunirem o quarteto que fez muito sucesso apresentando o "Rigoletto" de Verdi.

O filme tem boas intenções e é gostoso de se ver, mas não passa de uma série de clichês envolvendo personagens da terceira idade e artistas em decadência. Há o personagem "safado" que ainda só pensa em sexo; há as inevitáveis piadas envolvendo a perda da memória ou outras enfermidades relacionadas à idade; há várias sequências musicais mostrando os diversos grupos se preparando para a apresentação final, e assim por diante. Tudo filmado sob o sol dourado da primavera, como se a Inglaterra fosse sempre um país ensolarado e agradável. Os créditos finais mostram como vários dos figurantes e personagens secundários são músicos e artistas de verdade, em uma montagem de fotos que os mostra no passado e agora. Divertido e inofensivo. Em cartaz no Topázio Cinemas, em Campinas.

terça-feira, 15 de maio de 2012

O Exótico Hotel Marigold

O lugar se chama "The Best Exotic Marigold Hotel for the Elderly and Beautiful". Apesar dos panfletos mostrarem fotos "photoshopadas" de um imponente edifício indiano, o hotel real está caindo aos pedaços e é gerenciado por um rapaz (Dev Patel, de "Quem quer ser um milionário?") que é tão entusiasmado quanto incompetente. Para lá se mudam sete aposentados ingleses que, atraídos pela propaganda enganosa, esperavam encontrar paz e tranquilidade.

É um grupo e tanto. Judi Dench (maravilhosa) é uma mulher que ficou viúva após um casamento de 40 anos e que vive sua primeira aventura. Douglas (Bill Nighy, sempre uma figura) e a esposa Jean (Penelope Wilton) perderam as economias e foram atraídos pelo falso luxo do lugar. Jean odeia cada minuto passado na Índia e não consegue ver a beleza do país. Não é o caso de Grahan (Tom Wilkinson), que cresceu na Índia e diz adorar suas cores e sorrisos. Muriel Donelly (Maggie Smith) é uma governanta aposentada que vai à Índia fazer uma operação de quadril. Racista e preconceituosa, a convivência com os indianos acaba por revelar um lado que ela própria desconhecia. E há Norman (Ronald Pickup) e Madge (Celia Imrie), o casal que se recusa a aceitar a própria idade e está à caça de um par romântico.

O filme é dirigido por John Madden (de "Shakespeare Apaixonado", 1998) e tem um grande coração. Apesar de alguns clichês inevitáveis, o roteiro de Ol Parker consegue lidar com o grande número de personagens e tem alguns ótimos momentos. A trama vivida por Tom Wilkinson, que revela ter voltado à Índia para reencontrar um grande amor da juventude, surpreende pelo modo natural com que se desenrola. Bill Nighy, sempre engraçado, tem cenas muito boas com Judi Dench, que quase rouba o filme sozinha. A personagem de Maggie Smith também tem um bom momento quando é convidada para visitar a família de uma das empregadas do hotel. Há ainda uma trama paralela que conta o romance complicado entre o gerente do hotel, Sonny (Patel) e uma operadora de telemarketing chamada Sunaina (Tena Desae). A trilha sonora de Thomas Newman é vibrante e acompanha a fotografia quente de Ben Davis.

Comédia leve e divertida, o filme tem ecos com o recente "Late Bloomers", com William Hurt e Isabella Rossellini, que também tratava dos problemas (e alegrias) de se chegar à terceira idade. O filme está em cartaz no Kinoplex, em Campinas.

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