segunda-feira, 29 de abril de 2013

Homem de Ferro 3

As primeiras imagens da campanha publicitária de "Homem de Ferro 3" prometiam algo sombrio para Tony Stark (Robert Downey Jr) e seu alter-ego de titânio. Cenas em câmera lenta mostravam a casa do playboy milionário sendo destruída por mísseis; outras imagens mostravam as armaduras do herói sendo destruídas, tudo indicando um filme mais maduro. Pura ilusão. Para desgosto de alguns (e delícia de milhares) de fãs, "Homem de Ferro 3" é tudo aquilo que se poderia esperar da continuação de uma franquia de sucesso: maior e muito mais barulhento.

O início até tenta criar um clima mais denso na psicologia de Tony Stark. Depois dos eventos vistos em "Os Vingadores", em que ele havia quase morrido ao salvar o planeta de uma invasão alienígena, Stark tem ataques de ansiedade, insônia e falta de foco. Sua namorada, Pepper Potts (Gwyneth Paltrow) foi promovida a presidente das indústrias Stark (além de morar definitivamente com ele). Do passado surge um ambicioso empresário e cientista chamado Aldrich Killian (o sempre cometente Guy Pierce, de "Os Infratores") que, após ter sido humilhado por Stark, se transformou em um homem inescrupuloso. Através de manipulação genética, ele criou uma nova raça de super-soldados que parecem saídos de X-Men. Ao mesmo tempo, um terrorista (muito parecido com Bin Laden) chamado de "Mandarim" (ninguém menos que Sir Ben Kingsley, de "A Ilha do Medo") comete uma série de atentados a bomba. Stark leva para o lado pessoal e desafia o terrorista em rede nacional de televisão, o que causa a já citada cena em que sua casa e suas armaduras são feitas em pedacinhos, mandando Tony de volta à estaca zero.

O roteiro e direção deixaram as mãos competentes de Jon Favreau (que interpreta o guarda-costas Happy Hogan) e passaram para o lendário roteirista Shane Black, criador de mega sucessos dos anos 1980 como a série "Máquina Mortífera". A influência da década de 80 é sentida de diversas formas; a mais irritante se vê na forma do (antigamente) obrigatório coadjuvante mirim que divide a tela com o super-herói em cenas que beiram o ridículo. A suposta seriedade do herói é jogada fora em favor de cenas em que Stark contracena com um garoto que, sem pai, mãe ou família, ajuda o gênio milionário a reconstruir a armadura do Homem de Ferro. Outra influência oitentista se vê no final, passado em um daqueles cenários cheios de containers, cabos e muitas explosões. Stark, que passa grande parte do filme fora da armadura de titânio, tira da cartola dezenas (não é força de expressão) de "Homens de Ferro" que surgem para salvar a pátria. O que havia de verossimilhança (mesmo que de HQ) no primeiro filme da série se transforma naquelas intermináveis sequências em que Stark desafia as leis da física saltando de um guindaste a outro, mergulhando dentro de uma armadura, saindo e caindo dentro de outra. Sim, as cenas de ação são impressionantes e, sem dúvida, os fãs adolescentes vão vibrar em cada segundo de projeção. Para quem (como eu) que não tem familiaridade com os quadrinhos, fica a pergunta: onde estão os outros Vingadores enquanto isso tudo está acontecendo? Por que simplesmente não chamam o Hulk para fazer purê de Guy Pierce?

Para quem gosta de muito barulho e de explosões, "Homem de Ferro 3" é o filme perfeito. Visto no Topázio Cinemas, em Campinas.

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