Kate (2021). Dir: Cedric Nicolas-Troyan. Netflix. Comecei a ver achando que iria parar depois de uns dez minutos, mas "Kate" é bem melhor do que esperava. Passado no Japão moderno, parece que estamos vendo um "anime" em live action. O roteiro é uma bobagem, mas o diretor francês tem bastante estilo e entrega alguns planos bem feitos seja em cenas de correria pelas ruas de Tokyo ou nas várias lutas corpo a corpo em restaurantes, ruelas escuras ou arranha-céus. A fotografia noturna usa luzes neon, projeções em prédios e luminosos que lembram um pouco "Akira" ou "Ghost in the Shell".
Mary Elizabeth Winstead cresceu e não é mais (faz tempo) aquela adolescente de "Scott Pilgrim". Aqui ela é uma assassina profissional chamada Kate, que trabalha para uma espécie de figura paterna interpretada por Woody Harrelson, que a treinou desde criança. (Meio spoiler, mas é a premissa do filme>>) Kate acaba envenenada mortalmente após assassinar o membro de um clã da Yakuza. Com apenas alguma horas de vida, ela parte para se vingar pelas ruas de Tokyo, matando um bocado de gente mesmo com a saúde se deteriorando a olhos vistos.
Winstead está bem no papel. Ela é boa atriz e se garante tanto nas cenas dramáticas quanto nas de ação. Há bastante violência em cenas de tiroteio, lutas com facas e até katanas. Kate acaba formando uma parceria (meio forçada) com uma adolescente (Miku Martineau) que é a sobrinha do chefão que ela pretende matar. Eu acho que o filme poderia terminar uns 15 minutos antes (como sempre) mas há um clímax bem feito, com muita pancadaria e tiros em um arranha-céu. Bobagem clichê divertida. Tá na Netflix.
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segunda-feira, 13 de setembro de 2021
Kate (2021)
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sexta-feira, 28 de setembro de 2012
Looper: Assassinos do Futuro
"Looper" é uma ficção-científica que tem viagens no tempo, cidades futuristas, mutantes, uma boa dose de "animê" japonês e até uma bem bolada releitura do clássico "O Exterminador do Futuro" (1984). Na década de 2040 as viagens no tempo ainda não foram inventadas. Mas, como explica o narrador, elas seriam criadas 30 anos depois e usadas para um fim macabro: organizações criminosas, quando quisessem executar uma pessoa e se livrar do corpo, enviariam a vítima para o passado onde "loopers", assassinos profissionais contratados, as matariam a sangue frio. Sim, é uma premissa um tanto exagerada; afinal, se os criminosos têm o poder de enviar pessoas para o passado, por que não enviá-las para o meio do Oceano Atlântico, por exemplo, onde morreriam afogadas? Não importa. A partir desta ideia o diretor e roteirista Rian Johnson criou um dos filmes mais originais dos últimos anos.
A trama é focada em um "looper" particular, Joe (Joseph Gordon-Levitt), que um dia tem que enfrentar um dilema: o homem que aparece à sua frente para ser assassinado é uma versão 30 anos mais velha dele mesmo (interpretado por Bruce Willis). O "velho Joe" consegue escapar e, com isso, cria um paradoxo que deve ser evitado, a todo custo, pelo chefão dos "loopers", Abe (o bom Jeff Daniels). Viagens no tempo quase sempre rendem boas histórias, ainda mais quando envolvem pessoas encontrando elas mesmas. O que aconteceria se o "velho Joe" matasse a sua versão mais nova? E se fosse o contrário? Há uma cena muito bem bolada em que o Joe mais novo quer se encontrar com o mais velho e "manda um recado" a si mesmo cortando uma frase no próprio braço, o que faz surgir uma cicatriz no braço do Joe mais velho. O roteiro de "Looper" está cheio destas situações criadas pela relação de causa e efeito. Como se não bastasse a trama da luta do "velho Joe" contra o "novo Joe", o roteiro ainda acrescenta uma segunda trama que, de forma inteligente, faz uma releitura do filme de 1984 de James Cameron, "O Exterminador do Futuro". Um dos motivos do "velho Joe" em voltar para o passado é o de matar uma criança que, no futuro, se tornará um cruel criminoso conhecido como "Rainmaker". A referência fica escancarada quando se descobre que a mãe desta criança se chama Sara (Emily Blunt), o mesmo nome da mãe de John Connor nos filmes de Cameron. As cenas com o menino, interpretado pelo jovem Pierce Gagnon, são assustadoras e têm ecos do animê "Akira" (1988), de Katsuhiro Ohtomo.
Assim, Rian Johnson consegue a proeza de equilibrar todas estas referências e tramas em um filme envolvente, violento na dose certa e muito interessante. O final, surpreendentemente, não decepciona. Visto no Kinoplex, Campinas.
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