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sábado, 22 de abril de 2023

Os Três Mosqueteiros: D´Artagnan (Les trois mousquetaires: D'Artagnan, 2023)

Os Três Mosqueteiros: D´Artagnan (Original title: Les trois mousquetaires: D'Artagnan, 2023). Dir: Martin Bourboulon. Filme de aventura francês à moda antiga, baseado no livro popular de Alexander Dumas (lançado em 1844). "Os Três Mosqueteiros" teve dezenas de versões para o cinema, começando com o cinema mudo, animações, comédias e até uma versão americana "teen" com Kiefer Sutherland, Charlie Sheen e Chris O´Donnell, nos anos 1990. Os espadachins do rei voltam agora às telas na versão original francesa, na primeira de duas partes que vão contar a história dos heróis.

É um filme de "capa e espada" legítimo, com bastante ação mas não só isso; há também espaço para intrigas palacianas, romance (e "bromance") e várias cenas de esgrima, filmadas com uma câmera que balança demais em longos planos sequência. Ao contrário do figurino colorido geralmente mostrado nas versões americanas, este filme francês é um pouco mais realista e mostra os mosqueteiros como homens com roupas escuras (e sujas), mulherengos e rápidos em desafiar alguém para um duelo. A cena em que o jovem D´Artagnan (François Civil) chega a Paris e, em poucas horas, acaba ofendendo e sendo desafiado por Athos (Vincent Cassel), Porthos (Pio Marmaï) e Aramis (Romain Duris) é famosa e engraçada.

A trama é um pouco confusa e envolve uma conspiração dos protestantes para derrubar o Rei da França, Luís (Louis Garrel) e caluniar a Rainha Anne (Vicky Krieps, de "Trama Fantasma"); embora "caluniar" talvez não seja a palavra certa, porque a Rainha tem culpa no cartório, um romance secreto com um Príncipe da Inglaterra. Eva Green (de "Cassino Royale") é uma misteriosa Milady que está envolvida em várias tramas com o Cardeal Richelieu (Eric Ruf). Há várias cenas de lutas de espadas intercaladas por conspirações na corte e tentativas de D´Artagnan em conquistar uma criada da Rainha, Constance Bonacieux (Lyna Khoudri). A segunda parte foi filmada junto e, creio, ainda será lançada este ano. Nos cinemas. 

terça-feira, 22 de julho de 2014

Sentidos do Amor

Ninguém sabe onde a doença surgiu, ou o que a causa. Os sintomas incluem depressão intensa, choro e desespero, seguidos da perda do olfato. O fenômeno se espalha lentamente pelo mundo, forçando a mudança de hábito das pessoas. O sabor dos alimentos passa a ser mais forte, para compensar a falta de aroma. Quando tudo parece ter voltado ao normal, outra crise começa a atacar as pessoas, agora com uma fome insaciável. Depois disso, todos perdem o sentido do paladar.

"Sentidos do Amor" (tradução boba para o título original, "Perfect Sense") é um tipo diferente de "filme catástrofe". Embora eventualmente testemunhemos cenas de revoltas, saques, destruição e outras comuns ao gênero, o filme do diretor David Mackenzie está mais interessado em focar no como a perda dos sentidos afeta psicologicamente a vida de pessoas comuns. Uma destas pessoas é Susan (Eva Green, "Cassino Royale", "Sonhadores"), uma epidemiologista que é uma das primeiras a tomar contato com a doença. Outro é Michael (Ewan McGregor, "Escritor Fantasma"), um chef de cozinha que é ótimo no serviço mas péssimo nas relações pessoais. Michael e Susan têm um caso, mas Michael é insensível a ponto de, depois da primeira transa, pedir para ela ir embora porque ele não consegue dividir a cama com outra pessoa. (leia mais abaixo)


Conforme a doença vai se espalhando e os personagens principais começam a perder os sentidos (no início, apenas olfato e paladar), o roteiro do dinamarquês Kim Fupz Aakeson abre espaço para mostrar como o resto do mundo está enfrentando o problema, seja na Inglaterra (onde se passa a ação principal), no Kenya, México ou Índia. A princípio, o filme pinta um quadro otimista. Privadas do paladar, as pessoas ainda assim não deixam de frequentar restaurantes, onde passam a explorar outros sentidos. A comida não é mais classificada pelo sabor, mas pela temperatura, textura, consistência. Susan e Michael são aproximados pela crise e passam a buscar outros prazeres no tato, no sexo, na intimidade física e psicológica.

Ao saber que o sentido da audição provavelmente será o próximo a ser perdido, há uma ótima cena em que Michael e Susan ficam apenas sentados no carro, janelas abertas, escutando o barulho dos sinos, dos carros e do grito das pessoas. A perda total dos sentidos, aparentemente, é inevitável, mas as pessoas tentam viver com algum grau de normalidade, enquanto é possível. Ewan Mcgregor e Eva Green são ótimos atores e nos interessamos pelo casal. Poucos fazem uma trilha sonora tão triste a angustiante como Max Ritchter (de "Valsa com Bashir" e "Ilha do Medo"). "Sentidos do Amor" (lançado em 2011) está disponível no Brasil via Netflix.

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