
Um dia, após uma jornada particularmente estressante, Rafael sofre um ataque cardíaco e vai parar na UTI, onde fica 15 dias internado. A pausa forçada o faz repensar sua vida e sua rotina, e a princípio ele começa a ter sonhos vagos de querer largar tudo e ir para o México. Isso magoa sua atual namorada, a jovem e bela Naty (Natalia Verbeke), que tinha planos a longo prazo com Rafael.
O roteiro, do próprio diretor em parceria com Fernando Castets, é muito bem escrito e, mesmo lidando com todo este drama, muito bem humorado. Rafael tem aquela mentalidade parecida com a do brasileiro, e pergunta a um investidor: "Crise? Que crise? Quando não é inflação é recessão, estamos sempre em crise". A trama tem várias ramificações interessantes, como um amigo de infância de Rafael, Juan Carlos (Eduardo Blanco, muito engraçado), que reaparece do nada e passa a se interessar pela família dele (Juan Carlos havia perdido a própria em um acidente de carro). Ou o fato do pai de Rafael, Nino, querer se casar na igreja com sua mulher após 44 anos de união não oficial. O padre da igreja fica comovido com a história, mas argumenta que o direito canônico provavelmente não aceitaria o fato de que a noiva não tem capacidade para decidir por conta própria o que quer (a contra argumentação de Rafael, que diz que se casou sem nenhum discernimento com o consentimento da igreja, e quando quis se separar de forma consciente foi proibido pela mesma igreja, é ótima).
Há vários filmes sobre o Mal de Alzheimer, como o belo "Longe Dela" ou "Íris", mas o foco em "O Filho da Noiva" não é apenas a doença. O filme se concentra com carinho nos personagens, pessoas comuns enfrentando os problemas do dia a dia e lidando com as complicações do amor. Boa pedida para ver em DVD.
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