domingo, 20 de junho de 2021

Luca (2021)

 

Luca (2021). Dir: Enrico Casarosa. Lançado diretamente na Disney+, esta animação da Pixar realmente está mais para um "filme de TV" do que para um lançamento de cinema. O nome "Pixar" traz um monte de expectativas, claro, então talvez "Luca" receba uma crítica menos favorável minha do que se fosse de qualquer outro estúdio. O visual, claro, é lindo. Passado na costa da Itália, a animação mostra um mundo ensolarado, de cores quentes, em que a gente pode imaginar as pessoas vivendo dentro de cada casinha daquela vila de pescadores. O mundo submarino também é bonito, embora a Pixar já o tenha explorado melhor em "Procurando Nemo" (2003).

"Luca" trata de criaturas que são "monstros do mar" quando estão embaixo d´água, mas que adquirem a forma humana quando estão em terra. O personagem título, Luca (voz de Jacob Tremblay) é um garoto que (como a Pequena Sereia) sonha em conhecer o mundo terrestre. Assim como Ariel, ele coleciona objetos que caíram dos barcos, como um relógio, um copo, etc. Um dia ele conhece outro garoto chamado Alberto (Jack Dylan Grazer) que também é um "mostro do mar" mas que gosta de viver na superfície, em uma pequena ilha. Os dois formam uma grande amizade e sonham em ter uma Vespa (a icônica scooter italiana) para conhecer o mundo. Eles então partem para um vila próxima (chamada Portorosso, no que me parece uma homenagem à animação de Hayao Miyazaki, "Porco Rosso").

É tudo bem leve e, no mau sentido, "para crianças", coisa que a Pixar não costuma fazer. O roteiro lança um bocado de ideias que são esquecidas ou deixadas de lado (por exemplo, Alberto diz que seu pai simplesmente o abandonou e foi embora; por que? Quem era ele?). Há uma garota, Giulia (Ema Berman), que quer vencer uma competição local de natação, bicicleta e comer macarrão (risos); ela faz amizade com Luca e Alberto e os recruta para a competição, mas o roteiro parece usá-la mais para criar intriga entre os garotos do que para ser uma personagem de verdade. Há um vilão chamado Ercole (Saverio Raimondo), que é o valentão da cidade... e só. Roteiros da Pixar costumam ser muito mais elaborados (às vezes, até demais), mas aqui temos apenas motivações genéricas dos garotos (serem "livres"), da menina ("vencer") e do vilão (ser um vilão). Há quem diga que a trama é, no fundo, uma alegoria LGBT, e você até pode ver o filme por esta ótica (embora a amizade entre os dois garotos seja bem platônica).

Resumindo, "Luca" é visualmente belo e é "bonitinho", para crianças. Poderia ter sido muito mais. Disponível na Disney+.

Nenhum comentário: