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quinta-feira, 9 de novembro de 2023

Sly (2023)

Sly (2023). Dir: Thom Zimny. Netflix. Documentário estranhamente melancólico sobre a vida e carreira de Sylvester Stallone. Conhecido por personagens "musculosos" como Rocky e Rambo, pouca gente sabe que Stallone é, antes de tudo, um roteirista. É, também, produtor e diretor. Cansado de ser rejeitado pelos estúdios nos anos 1970, Stallone escreveu "Rocky" e se recusou a vender o roteiro a não ser que ele próprio interpretasse o personagem principal. "Rocky" ganharia o Oscar de Melhor Filme e Stallone seria indicado tanto como roteirista quanto por ator.
É uma história fascinante e, aos trancos e barrancos, Stallone conseguiu se manter no topo de Hollywood por décadas. Por que, então, este documentário acaba decepcionando? O próprio Stallone conta sua história em uma série de entrevistas, grande parte delas dadas dentro de uma de suas mansões, cercado por figuras dele mesmo. Bustos e estátuas de Rocky, Rambo e outros personagens cercam o ator; nas estantes, roteiros dos seus filmes. Nas paredes, quadros dele mesmo. Achei carregado demais. Há momentos intimistas, principalmente quando ele fala da relação complicada com o pai, um homem competitivo e violento. A morte do filho, Sage Stallone, no entanto, passa meio batida e sem muitas explicações. Há poucos depoimentos de outras pessoas (Quentin Tarantino, Talia Shire e Schwarzenegger os maiores destaques).
Há diversos trechos de seus filmes (principalmente Rocky e Rambo) mas, por questões de direitos autorais, as icônicas trilhas sonoras não são usadas. Faltou um olhar mais crítico sobre o papel de Stallone na cultura pop do cinema dos anos 1980. Há, porém, diversos bons momentos, principalmente nas cenas de bastidores das filmagens de Rocky (que tinha orçamento bastante modesto) e na ligação biográfica entre a vida de Stallone e seus personagens. Pessoalmente, achei mais interessante a minissérie recente sobre Schwarzenegger. Tá na Netflix.

segunda-feira, 12 de junho de 2023

Arnold (2023)

 
Arnold (2023). Netflix. Dir: Lesley Chilcott. Documentário em três partes sobre Arnold Schwarzenegger (ufa, sem copiar do Google), que focam nas três carreiras do astro: Atleta, Ator e Político. O tom é extremamente egocêntrico e autocongratulatório; Arnold narra o documentário e ocupa quase toda a duração do filme, seja falando direto para a câmera, narrando ou em centenas de imagens de arquivo. É inegável que ele teve uma vida e tanto.

Nascido em uma pequena cidade da Áustria, Arnold sempre se sentiu fora de lugar; o pai era veterano da 2ª Guerra Mundial e um policial rígido. A mãe também era dominadora. Um irmão mais velho era motivo constante de competição. Um dia Arnold estava no cinema e viu "Hércules", estrelado por Reg Park. Park era um fisiculturista inglês que venceu o título de Mr. Universo e foi descoberto pelo cinema. Arnold viu nele um modelo a ser seguido e passou a treinar todos os dias na academia. Ganhou tamanho, músculos e, ao longo dos anos, o mundo, vencendo diversos campeonatos de Mr. Universo e Mr. Olimpia.

Foi para os EUA e, depois de anos vencendo competições, decidiu mudar de rumo e se tornar ator. O físico e sotaque carregado (que tem até hoje) eram obstáculos mas, depois de alguns filmes sem importância, foi escalado para ser "Conan, O Bárbaro" (John Milius, 1982) e começou uma série de sucessos que incluiriam filmes de ação como a série "Exterminador do Futuro" e até comédias como "Irmãos Gêmeos" e "Um Tira no Jardim da Infância". O fato de que ele não sabia atuar era secundário. Com um carisma enorme e confiança tão grande quanto os músculos, Arnold surfou na onda nacionalista da era Reagan e conquistou Hollywood; teve também um adversário à altura, Sylvester Stallone. Stallone diz que não suportava o austríaco nos anos 1980. "Se eu fazia 'Rambo', ele fazia 'Comando para Matar', se eu matasse 15 pessoas em um filme, ele matava 30 no próximo". Pessoalmente, acho que Stallone era melhor (é diretor, roteirista e produtor, além de um ator menos ruim que Arnold), mas o próprio Stallone admite que Schwarzenegger se tornou o "rei".

O terceiro episódio, intitulado "Americano", fala da vida política de Arnold. Cansado dos sets de filmagens e depois de quase morrer em uma cirurgia cardíaca, o austríaco decidiu "defender o público da Califórnia" e se candidatou ao governo do estado (em uma eleição "diferente"; o governador da época estava com a popularidade em baixa e foi tirado do cargo em um plebiscito). Vale dizer que ele já havia se envolvido com a política ao se casar com uma herdeira da família Kennedy, Maria Shriver. A campanha para o governo de Arnold se tornou um verdadeiro circo, mas ele venceu a eleição (e se reelegeu alguns anos depois).

Apesar de bastante elogioso, o documentário não foge de algumas polêmicas que envolveram o astro. Cinco dias antes da eleição na Califórnia, o Los Angeles Times publicou uma reportagem em que mulheres acusaram Arnold e tê-las "apalpado" sem consentimento. A campanha ficou abalada por um momento, mas Arnold pediu desculpas e conseguiu se eleger de qualquer forma. No presente, ele diz para a câmera que o que fez foi errado, não importa há quanto tempo tivesse acontecido. Houve também um caso extraconjugal que terminou com o casamento com Maria Shriver.

Fiquei com a sensação, ao final do documentário, de que o Arnold atual é um homem rico, que realizou muitas coisas, mas que parece alguém sozinho em um grande castelo (o próprio modo como ele é filmado, sozinho em uma mansão enorme, reforça isso). As duas primeiras partes achei mais interessantes do que a terceira. Há depoimentos de James Cameron, Danny DeVito, Jamie Lee Curtis, Linda Hamilton e várias outras celebridades. Ninguém da família. Tá na Netflix.

quarta-feira, 19 de maio de 2021

Inferno Vermelho (Red Heat, 1988)

Inferno Vermelho (Red Heat, 1988). Dir: Walter Hill. Netflix. Bobagem divertida do final da Guerra Fria, nos anos 80, com Arnold Schwarzenegger interpretando um policial soviético chamado Ivan Danko. Ele vai para Chicago atrás de um traficante da Geórgia, Victor (Ed O´Ross), que havia matado o parceiro dele. É um "buddy cop movie", aquele gênero em que dois policiais que não se dão bem são obrigados a cumprir uma missão juntos (e acabam se tornando amigos). O parceiro, no caso, é interpretado por James Belushi, um "tira" de Chicago chamado Art. Americano e russo, então, se juntam para pegar o traficante.

Schwarzenegger estava no auge da carreira e, dentro das limitações, fazia bem esses papéis calados de androides, bárbaros ou policiais soviéticos. James Belushi (irmão do falecido John) fica soltando aquelas piadinhas da época. O diretor, Walter Hill, já havia feito um "buddy movie" antes, "48 Horas", com Eddie Murphy e Nick Nolte. Curioso ver, no resto do elenco, Laurence Fishburne (como Larry Fishburne) como um policial certinho e Gina Gershon, novinha, como a namorada americana do traficante. Tiros, explosões, perseguições a pé, de carro e até de ônibus, violência, nudez gratuita, trilha sintetizada de James Horner e tudo o que se espera de um filme policial dos anos 80, rs (mas é divertido). Tá na Netflix.