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sábado, 28 de maio de 2022

Top Gun: Maverick (2022)

Top Gun: Maverick (2022). Dir: Joseph Kosinski. "Tom Cruise: Maverick" talvez fosse um título mais apropriado. Digam o que quiserem sobre Cruise, seu egocentrismo, perfeccionismo em fazer cenas de ação e, provavelmente, um pacto para parecer jovem eternamente. O fato é que ele construiu seu lugar como o último astro de cinema. Mais de 30 anos depois do sucesso dos anos 1980, Top Gun, Cruise volta parecendo quase o mesmo, embora mais maduro, seguro e determinado em entregar um filme anti-Netflix, um espetáculo audiovisual para ser visto no telão do cinema.

"Top Gun: Maverick" não tem nada de memorável e bebe abertamente da fonte da nostalgia de onde tantos buscam "inspiração" hoje. Mas, caramba, como é eficiente. É também um filme "para meninos", não espere grandes mensagens inclusivas ou coisas do gênero; no máximo, entre os garotões cheios de testosterona que aparecem na tela há também uma mulher no cockpit de um dos caças. É tecnicamente bonito de se ver, com bela fotografia e uma edição que consegue o feito de não deixar o espectador perdido entre tantos aviões passando pela tela.

O roteiro? Bom, há uma missão que lembra muito o clímax de Star Wars (que já havia copiado filmes de aviação da 2ª Guerra Mundial); um inimigo não identificado está para colocar uma usina nuclear clandestina em funcionamento em poucas semanas. Maverick tem que treinar uma equipe de pilotos para voar por um desfiladeiro estreito, desviando de baterias antiaéreas e acertar um alvo com apenas três metros. "Use a Força, Cruise". As cenas aéreas são brilhantes e foram feitas dentro de caças de combate de verdade. Fica nítida a sensação de realidade na expressão dos atores quando enfrentam altas "forças G" e tem o rosto distorcido pela velocidade.

Há também o lado humano da trama, representado pela presença de Miles Teller interpretando o filho de "Goose", parceiro de Maverick que morreu no primeiro filme. Jennifer Connelly não tem muito o que fazer além de ser Jennifer Connelly como o "interesse amoroso" de Cruise (no lugar de Kelly McGillis que, aos 64 anos, está sendo vítima de várias postagens maldosas na internet). Jon Hamn, ainda tentando se encontrar pós Mad Men, é um almirante. O grande Val Kilmer, que interpretou o antagonista de Maverick em 1986, tem uma participação especial em uma cena realmente comovente com Cruise. Ao final, não tem como não se empolgar pelas cenas de batalhas e pela "vibe" geral do filme. Não sei se vai ter o status de "clássico", mas é bastante bom. Nos cinemas.

terça-feira, 10 de agosto de 2021

Val (2021)

Val (2021). Dir: Ting Poo e Leo Scott. Amazon Prime. Bom documentário sobre a vida do ator Val Kilmer. O filme apareceu sem nenhuma propaganda na Amazon Prime, mas eu o aguardava há algum tempo. Val Kilmer nunca chegou ao status de "astro" como Tom Cruise ou Harrison Ford, longe disso, mas foi sempre um ator marcante mesmo nas produções "B" que fizeram parte de seu currículo nos últimos anos. Recentemente foi atacado por um câncer de garganta que acabou com sua voz forte e debilitou sua aparência. Ele sobreviveu, mas é triste ver o que a doença fez com sua figura.

Sem poder falar (a não ser tampando um buraco na garganta com os dedos), Val Kilmer resolveu contar a própria história, usando centenas de horas de filmagens feitas por ele mesmo desde criança. Sim, é um projeto cheio de vaidade, mas Kilmer é um ator, acostumado à própria imagem a vida inteira. Ele e os irmãos brincavam de fazer filmes amadores em um rancho na Califórnia e Kilmer continuou gravando a própria vida; bastidores de filmes, testes para diretores como Scorsese (ele tentou o papel de Ray Liotta em "Os Bons Companheiros") e Stanley Kubrick, ensaios, conversas com a família, etc. Há cenas curiosas dos bastidores de "Top Gun", "Batman", "The Doors", "Fogo contra Fogo", "Tombstone" e o caos que foram as filmagens de "A Ilha do Dr. Moreau", com Marlon Brando.

Todo o "glamour" do passado contrasta com a situação presente de Kilmer. Há uma sequência bem desconfortável em que o vemos assinando centenas de autógrafos para fãs em uma convenção qualquer; Kilmer passa mal e tem que interromper a sessão de autógrafos. Sem poder fazer mais filmes, ele agora depende de aparições públicas para ganhar algum dinheiro. O documentário é narrado pelo filho de Kilmer, Jack, que tem a voz bem parecida com a do pai. O trabalho de edição é muito bem feito, misturando centenas de imagens de várias décadas diferentes para contar a história de um grande ator. Disponível na Amazon Prime.