Voyagers (2020). Dir: Neil Burger. Amazon Prime. Ficção-científica adolescente que foi bastante criticada, mas que não achei tão ruim (assisti com zero expectativas). A principal crítica é que o roteiro é basicamente uma versão espacial de "O Senhor das Moscas", livro de William Golding que mostrava o que acontecia a um grupo de crianças que naufragou em uma ilha deserta. Sem orientação de adultos e entregues à "natureza humana", o resultado era bem ruim.
Neste filme, 30 crianças são criadas desde bebês para partir em uma viagem sem volta; eles vão embarcar em uma nave que vai viajar por 86 anos até chegar a um planeta distante, em uma "nave geracional". Se tudo correr bem, só seus netos, nascidos na nave, chegarão ao destino. Richard (um competente Colin Farrell) é o único adulto a bordo. Dez anos depois, a nave é mantida pelos 30 (agora) adolescentes e por Richard. Só que alguns problemas começam a acontecer; os adolescentes descobrem que uma bebida azul, que eles tomavam depois das refeições, era uma droga que inibia o desejo sexual, entre outras coisas (as futuras gerações seriam criadas em laboratório, se dependesse dos cientistas). Eles param de tomar a droga e, aos poucos, começam a agir de forma desinibida, o que gera conflitos, revoltas, ciúmes e atração sexual.
O elenco adolescente é bom (Lily-Rose Depp, filha de Johnny Depp, está no elenco) e o filme tem bom visual e efeitos especiais competentes. O roteiro é um tanto previsível (mesmo para quem não leu "O Senhor das Moscas") mas, como disse, não é um filme ruim. Ele poderia, sim, ser bem mais ousado. A impressão que dá é que o diretor não pode (ou não quis) chocar o público, então o filme fica no meio do caminho quando trata de sexualidade ou violência. Disponível na Amazon Prime.
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segunda-feira, 13 de setembro de 2021
Voyagers (2020)
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terça-feira, 4 de novembro de 2014
O Senhor das Moscas (Netflix)
O começo de "O Senhor das Moscas" ("Lord of the Flies", 1990), disponível no Brasil pela Netflix, parece uma daquelas aventuras infanto-juvenis escritas por Júlio Verne, como "Dois Anos de Férias" (1888). Um grupo de uns 20 garotos sobrevive a um acidente de avião e naufraga em uma ilha deserta. Aparentando ter no máximo 13 anos, os garotos estão todos vestindo uniformes de um colégio militar e, a princípio, agem com maturidade diante da tragédia. O tempo, as adversidades e principalmente a natureza humana vai mudar este quadro.
O filme, dirigido por Harry Hook, é baseado no famoso livro escrito pelo britânico William Golding em 1954. Ao contrário do otimismo apresentado pelo colega francês Júlio Verne, Hook escreveu "Lord of the Flies" no período pós 2ª Guerra Mundial, com o mundo dividido entre Ocidente e Oriente, na Guerra Fria. Em uma alegoria não muito sutil, o livro de Golding não vê o ser humano com muita esperança. As crianças, sozinhas na ilha e tendo que lutar para sobreviver, acabam aos poucos abandonando a civilização e regredindo a estágios primitivos. (mais abaixo)
Filmado na Jamaica com bela fotografia de Martin Fuhrer, o que mais impressiona na versão cinematográfica de Hook é o ótimo elenco infantil. O grupo acaba se dividindo entre a liderança natural de dois garotos, o idealista Ralph (Balthazar Getty) e o rebelde Jack (Chris Furrh). Ralph acredita na ordem e na civilização. Ele convoca assembleias para discutir os rumos da colônia de garotos, criando grupos de pesca e coleta de frutas. Ralph também organiza a manutenção de uma fogueira para tentar atrair a atenção de um possível resgate. Já Jack valoriza a liberdade e organiza grupos de caça aos porcos selvagens que existem na ilha.
O filme, a princípio, pode parecer um bom programa de aventura para crianças, mas atenção; o desenrolar da história leva a alegoria de Golding a caminhos extremos e muito violentos. Há uma cena particularmente perturbadora, envolvendo a morte de uma criança, que surpreende pela forma gráfica com que é mostrada. Cuidado, portanto, pais que pretendem ver o filme com os filhos. Disponível na Netflix.
Obs: Fãs da série de TV "Lost" vão reconhecer e achar curiosas as referências apropriadas pelos criadores da série, como a queda do avião em uma ilha, a caça aos porcos selvagens, a divisão dos sobreviventes em grupos distintos e até mesmo a presença (ou não) de um "monstro" misterioso na floresta.
João Solimeo
Câmera Escura
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