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quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

Bar Doce Lar (The Tender Bar, 2021)

 
Bar Doce Lar (The Tender Bar, 2021). Dir: George Clooney. Amazon Prime. Filme bonito, muito bem dirigido por Clooney e com um surpreendente Ben Affleck em um dos papéis principais, "The Tender Bar" não foi muito bem recebido pela crítica. Eu gostei. O roteiro (de William Monaham) é baseado nas memórias de J.R. Moehringer. O bar to título é onde se passa grande parte da história, que revolve ao redor de um garoto chamado JR (Daniel Ranieri, uma graça de menino). Ele e a mãe (Lily Rabe) voltam para a casa dos pais porque ela não consegue mais pagar o aluguel. O pai de JR é um canalha que é "só uma voz na rádio" (ele é um locutor que liga para o menino de tantos em tantos anos). O avô do garoto é interpretado pelo grande Christopher Lloyd, meio sumido das telas ultimamente. Há uma bela sequência em que o avô leva o neto para a escola em um evento de dia dos pais.

Quem rouba a maioria das cenas, no entanto, é Ben Affleck como o Tio Charlie. Ele se torna uma espécie de pai substituto para o garoto, lhe ensinando sobre os fatos da vida e descobrindo o talento dele como escritor. Tye Sheridan interpreta JR quando adolescente e o acompanhamos a Yale, onde se matricula em Direito (sonho da mãe). Lá ele desenvolve uma paixão não correspondida por uma mulher manipuladora chamada Sidney (Briana Middleton), que enrola o rapaz por vários anos.

O filme é bem dirigido por George Clooney, que mantém um ar nostálgico, com uma fotografia quente e a câmera em movimento. Há um plano sequência muito bom que mostra a ideia de "uma volta com o filho" que o pai de JR faz um dia, aparecendo do nada e dirigindo com o garoto em uma volta pelo quarteirão. O foco, no entanto, está sempre na interação entre os atores, nos olhares e reações. Bonito. Disponível na Amazon Prime Video.

segunda-feira, 13 de setembro de 2021

Voyagers (2020)

Voyagers (2020). Dir: Neil Burger. Amazon Prime. Ficção-científica adolescente que foi bastante criticada, mas que não achei tão ruim (assisti com zero expectativas). A principal crítica é que o roteiro é basicamente uma versão espacial de "O Senhor das Moscas", livro de William Golding que mostrava o que acontecia a um grupo de crianças que naufragou em uma ilha deserta. Sem orientação de adultos e entregues à "natureza humana", o resultado era bem ruim.

Neste filme, 30 crianças são criadas desde bebês para partir em uma viagem sem volta; eles vão embarcar em uma nave que vai viajar por 86 anos até chegar a um planeta distante, em uma "nave geracional". Se tudo correr bem, só seus netos, nascidos na nave, chegarão ao destino. Richard (um competente Colin Farrell) é o único adulto a bordo. Dez anos depois, a nave é mantida pelos 30 (agora) adolescentes e por Richard. Só que alguns problemas começam a acontecer; os adolescentes descobrem que uma bebida azul, que eles tomavam depois das refeições, era uma droga que inibia o desejo sexual, entre outras coisas (as futuras gerações seriam criadas em laboratório, se dependesse dos cientistas). Eles param de tomar a droga e, aos poucos, começam a agir de forma desinibida, o que gera conflitos, revoltas, ciúmes e atração sexual.

O elenco adolescente é bom (Lily-Rose Depp, filha de Johnny Depp, está no elenco) e o filme tem bom visual e efeitos especiais competentes. O roteiro é um tanto previsível (mesmo para quem não leu "O Senhor das Moscas") mas, como disse, não é um filme ruim. Ele poderia, sim, ser bem mais ousado. A impressão que dá é que o diretor não pode (ou não quis) chocar o público, então o filme fica no meio do caminho quando trata de sexualidade ou violência. Disponível na Amazon Prime. 

terça-feira, 11 de março de 2014

Amor Bandido

O fugitivo Mud (lama, em inglês) é tão escorregadio quanto seu nome. Para os garotos Ellis (Tye Sheridan, de "Árvore da Vida") e Neckbone (Jacob Lofland) ele representa tanto uma fascinação quanto uma ameaça. A cena em que os dois garotos encontram Mud (Matthew McConaughey, de "Clube de Compras Dallas") pela primeira vez parece saída de algum sonho, ou pesadelo. Mud surge do nada na praia de uma pequena ilha do rio Mississippi. Os garotos haviam ido até lá ver um barco que fora carregado pela água até a copa de uma árvore. Mud já havia tomado posse do barco e o transformado em uma morada temporária. Quem é ele? Como foi parar sozinho naquela ilha? Por que ele carrega uma arma na cintura? Neckbone, o mais desconfiado, não quer ter nada a ver com ele, mas Ellis lhe promete voltar com comida e mantimentos. (leia mais abaixo)


"Amor Bandido" ("Mud", 2012) tem roteiro e direção de Jeff Nichols e lembra filmes como "Conta Comigo" ("Stand by me", de Rob Reiner, 1986), clássico juvenil com River Phoenix, Will Wheaton e Corey Feldman. Até o visual dos garotos lembram Phoenix (que morreu em 1993) e o filme também lida com pré-adolescentes de forma adulta e séria. Ellis e Neckbone têm 14 anos mas enfrentam problemas adultos no dia a dia. Ellis mora com os pais (Sarah Paulson, de "12 Anos de Escravidão" e Ray Mckinnon), que estão à beira do divórcio. Neckbone mora com um tio (Michael Shannon, de "Foi apenas um sonho" e "Homem de Aço") que vive de resgatar coisas do fundo do rio. O ambiente familiar fragmentado faz com que os garotos vejam em Mud uma espécie de figura paterna. Ellis, particularmente, é afetado pela história contada por Mud, que diz que está tentando encontrar uma namorada de infância, Juniper (Reese Whiterspoon) e fugir com ela. Ele é obcecado pela garota e está sendo procurado pela polícia pelo assassinato de um antigo namorado dela.

Ellis e Neckbone passam a ajudar Mud de diversas formas, inclusive se arriscando, pois um grupo de caçadores de recompensa chega à cidade (liderados pelo veterano Joe Don Baker). Estas sequências, aliás, são pouco verossímeis, e o filme se arrasta um pouco durante a segunda metade. Há um vai e vem entre a cidade e a ilha, com os meninos servindo ora como protagonistas, ora como garotos de recados. Há também um romance agridoce entre Ellis e uma garota mais velha que rende boas cenas, mas também desvia um pouco a trama. O grande Sam Shepard faz uma participação especial importante, particularmente nas sequências finais. Falando em final, "Amor Bandido" termina de forma um tanto aleatória, como se o diretor/roteirista não soubesse como finalizar a trama. É um bom filme, porém. Matthew McConaughey está muito bem e este é um dos exemplos recentes da sua escolha por filmes de qualidade.