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quarta-feira, 5 de maio de 2021

Dois Estranhos (Two Perfect Strangers, 2020)

Dois Estranhos (Two Perfect Strangers, 2020). Dir: Travon Free e Martin Desmond Roe. Curta metragem (32 minutos) vencedor do Oscar, "Dois Estranhos" pega a premissa de "Feitiço do Tempo" (e vários outros filmes depois) e coloca forte componente social e racial. Um cartunista, Carter James (Joey Bada$$) acorda toda manhã ao lado de uma garota (Zaria), com quem ele passou a noite. Está tudo ótimo, Bruce Hornsby toca na trilha sonora, mas cada vez que ele tenta sair do prédio e ir para casa ele é interpelado por um policial racista chamado Merk (Andrew Howard). O resultado é sempre trágico, mas Carter acorda novamente com a garota, na mesma manhã, tenta ir embora...e assim por diante. Bastante bem feito e atual. Tá na Netflix.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

"Argentino", "Off Making" e "Qual queijo você quer?" (Fest. Cinema de Paulínia)

"Argentino" abriu a exibição de curtas-metragens do 4º Festival de Cinema de Paulínia de hoje. O filme é dirigido por Diego da Costa e foi rodado em Campinas e Paulínia no ano de 2009. O diretor, antes da exibição do curta, explicou que é chamado de "argentino", no Brasil, qualquer estrangeiro que tenha sotaque espanhol, caso do personagem principal do filme, um Uruguaio. A trama é interessante. O "argentino" faz carteiras de identidade falsas e, em narração em off, diz que gosta de inventar nomes novos para seus clientes. A narração também é usada para conhecermos melhor a história deste uruguaio que veio ao Brasil fugindo da ditadura militar e deixou para trás uma mulher chamada Rosa e uma filha. Rosa lhe envia diversas cartas falando como sente falta de notícias dele e sobre a filha; ela também pergunta o porquê dele não ter voltado. Há uma curiosa trama paralela em que uma moça, observada pelo "Argentino em um telefone público, discute diversas vezes com um namorado. É um curta-metragem bem feito, com um clima "retrô" e boas interpretações. Várias perguntas ficam no ar (em que época se passa a história? quem é aquela moça?), mas faz parte do ar de mistério do filme.

Já "Off Making" é um curta-metragem muito bem bolado e tecnicamente original, com direção de Beto Schultz. O filme usa de forma muito inteligente a metalinguagem; enquanto a trama se desenrola (o sequestro relâmpago de um universitário e a tentativa de negociação entre os bandidos com a família do rapaz), o público acompanha a equipe de produção gravando as imagens com diversas câmeras. É estranho no início, mas o roteiro é tão bem bolado que logo o público aceita a presença da equipe na tela e, incrivelmente, não deixa de prestar atenção ao enredo. O que parece ser um drama policial muda rapidamente para uma comédia quando o sequestrador, ao tentar ligar para o pai do rapaz, disca o número errado e é atendido por outro adolescente. Segue-se uma comédia de erros muito engraçada e original. "Off Making" foi muito aplaudido e desponta como favorito ao prêmio de melhor curta-metragem do festival.


OFF MAKING from Zero Grau Filmes on Vimeo.


"Qual queijo você quer?", de Cíntia Domit Bittar, é uma simpática comédia dramática que mostra a reação desproporcional de uma velha senhora (Amélia Bittencourt) ao pedido do marido (Henrique César), que gostaria que ela lhe trouxesse um queijo da venda. O inocente pedido causa uma série de questionamentos; o que aconteceu à vida deles? Qual o sentido da vida? Eles nasceram apenas para procriar, envelhecer e morrer? O que aconteceu com aquela viagem à Itália que ele havia prometido? A casa espaçosa? O futuro? O curta-metragem é todo passado em um apartamento simples, cheio das quinquilharias que um casal acumula ao longo da vida (o que gera mais questionamentos da senhora). A interpretação de César e Bittencourt é competente e a atriz veterana, antes da exibição do filme, agradeceu ao companheiro de cena, que diz conhecer "há 500 anos". Curta-metragem bem feito, com boa direção de arte (Bruna Granucci), fotografia (Denny Sach) e trilha sonora (Mateus Mira).

sábado, 11 de julho de 2009

Morte Corporation e Vida Vertiginosa

Fico imaginando se foi apenas coincidência que colocaram estes dois curtas no mesmo dia no II Festival Paulínia de Cinema. Um com a morte no título e o outro com a vida? É no mínimo curioso.

Assisti a ambos. "Morte Corporation" é um produto sem muitas ambições, mas divertido. É uma comédia feita em digital sobre a visita da Morte a um homem e a incapacidade dela em levá-lo porque a internet está fora do ar. A direção é de Léo de Castilho e é uma produção bem campineira, da Paprika Filmes e Bank Filmes, além da trilha sonora de Nelson Pinton, da Vitrola Digital, o mesmo músico que trilhou meu curta "Mudanças". Nada de excepcional, mas interessante, com Tony Mastaler e Roseli Silva.

Já "Vida Vertiginosa" é o oposto. Pretensioso e estrelado por Ney Latorraca e Paula Burlamaqui, o curta pretende fazer uma homenagem ao escritor João do Rio. É um curta "de época", com figurino e locações antigas, mas com uma qualidade técnica sofrível, principalmente com relação ao som. Há um amadorismo impressionante na forma como o som muda em cada corte de câmera, como se estivéssemos escutando realmente o áudio do modo como foi captado na hora, sem edição nem equalização final.