Todo final de ano surgem as listas dos "melhores do ano". Aqui no Câmera Escura não poderia ser diferente, mas vou evitar falar em "melhores". Esta é uma lista para 2012. Filmes que, de alguma forma, chamaram a atenção, sem nenhuma ordem específica. Deixei de lado alguns que foram exibidos em 2012 aqui no Brasil, mas foram lançados ano passado nos Estados Unidos. Divirtam-se.
Argo - Filme comercial de primeira. Ben Affleck mostrando que é ótimo diretor.
Looper - A ficção-científica do ano. Inteligente, ousado, comercial.
Drive - Estiloso, cool, muito bem interpretado e dirigido. Filme cult instantâneo.
Valente - A Pixar incorporando a Disney e fazendo uma boa animação com uma personagem forte.
Elefante Branco - Pablo Tapero e Ricardo Darín mais uma vez chocando e denunciando.
O Som ao Redor - Estréia de Kleber Mendonça Filho no longa-metragem. Redondo, perto da perfeição.
Histórias que só existem quando lembradas - Filme nacional que quase ninguém viu. Uma joia escondida.
Eu receberia as piores notícias de seus lindos lábios - Beto Brant e Renato Ciasca em um filme pesado com grandes interpretações de Camila Pitanga (surpreendente) e Zecarlos Machado.
As Neves do Kilimanjaro - Bom filme europeu com mensagem social importante.
O Porto - Pequena obra-prima, para não perder.
Tomboy - História sensível de uma garota que pensa (ou quer) ser um menino.
As Mulheres do Sexto Andar - Gostosa comédia francesa sobre o choque de culturas e classes sociais.
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domingo, 30 de dezembro de 2012
sábado, 21 de julho de 2012
Valente
O estúdio Pixar se notabilizou por trazer à animação um sopro novo, fugindo das tradicionais histórias de princesas pelas quais Walt Disney construiu seu império. Filmes como "Toy Story", "Procurando Nemo", "Os Incríveis", "Monstros S.A", etc, eram não só tecnologicamente avançados como traziam histórias originais e divertidas. Os tempos mudaram. A Pixar cresceu tanto que acabou embarcando a Disney e hoje são um só gigante da animação, e a empresa vive uma crise de identidade. Se, por um lado, o ótimo "Enrolados" continuava a tradição dos filmes de princesa da Disney, os filmes da própria Pixar, como o desastroso "Carros 2" ou mesmo o bom "Toy Story 3" mostraram o desgaste do estúdio de John Lasseter. Entre os trailers para "Valente" estava um sobre uma continuação desnecessária de "Monstros S.A.", que não promete ser grande coisa. Será que a empresa perdeu a originalidade?
Chegamos então a "Valente", animação que, da Pixar, só tem a qualidade técnica excelente. Ele funciona melhor como filme de princesa da Disney, e deve ser encarado desta forma. Merida é uma princesa na Escócia medieval com longos cachos ruivos. Assim como a Pequena Sereia, ela não quer seguir a educação tradicional imposta pelos pais e vive brigando com a mãe, que é mandona e cheia de regras. Para complicar, três clãs rivais chegam ao reino com a intenção de disputar um torneio; a tradição diz que o primogênito do clã vencedor ganhará a mão da princesa. Merida foge dos pais e faz um pacto com uma bruxa que vive no meio da floresta. Um feitiço acaba transformando a mãe de Merida em um gigantesco urso pardo, o animal que o pai de Merida, o rei Fergus, mais odeia no mundo. Ele perdeu uma perna para um urso há muitos anos, quando a filha era criança, e havia jurado vingança.
"Valente" é escrito e dirigido por Branda Chapman e Mark Andrews; Chapman foi a primeira mulher a dirigir um longa-metragem de animação de um grande estúdio, o ótimo "Príncipe do Egito" (1998), na DreamWorks, e Andrews trabalhou como desenhista de storyboards em vários filmes. A técnica em "Valente" é excelente, embora o visual não seja exatamente original, lembrando muito "Como treinar seu dragão", filme da DreamWorks de 2010. Duas coisas difíceis de se fazer em computação gráfica, cabelo e água, em "Valente" são apresentados em sua melhor forma. O roteiro, que se arrasta um pouco na primeira parte, melhora bastante a partir da transformação da rainha em urso. Há uma cena muito boa (e tecnicamente impressionante) em que Merida tenta ensinar à mãe como pescar com as próprias mãos em um rio. Os três irmãos mais novos de Merida, gêmeos e ruivos como a irmã, servem para criar cenas engraçadas para as crianças da platéia. De inovação mesmo, "Valente" traz apenas o fato de que, produto genuíno do novo milênio, não há a necessidade de um "príncipe encantado" para criar um final feliz. Visto no Topázio Cinemas, em Campinas.
PS: Antes do filme começar, há a exibição de um curta-metragem chamado "La Luna", sobre três gerações de homens que poderiam ser descritos como "faxineiros" da Lua. O curta de animação é muito bem feito e extremamente poético.
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