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terça-feira, 11 de janeiro de 2022

King Richard: Criando Campeãs (King Richard, 2021)

King Richard: Criando Campeãs (King Richard, 2021). Dir: Reinaldo Marcus Green. HBO Max. Cinebiografia do pai das campeões de tênis Venus e Serena Williams, Richard Williams (Will Smith). É melhor ver o filme sem pesquisar muito sobre o personagem principal, acho. Dei uma lida agora na vida dele e o seu retrato, no filme, é muito mais generoso. Como filme, "King Richard" é uma boa história de esportes e superação. Richard Williams alegava ter criado um plano de carreira para as filhas antes mesmo delas terem nascido. Usando bolinhas e raquetes de segunda mão (ou roubadas de um clube), Williams colocou Venus e Serena para treinar desde pequenas em quadras públicas da cidade de Compton (parte do condado de Los Angeles). Usando de muita determinação (e algumas atitudes questionáveis), Williams conseguiu levar as meninas a grandes treinadores profissionais de tênis, que concordaram em treiná-las de graça.

Como nós sabemos que o plano dele funcionou (Venus e Serena se tornaram as maiores vencedoras da história do tênis), o método de Richard Williams parece justificável. Mesmo sabendo "o final", o filme não deixa de manter o interesse, principalmente pela boa interpretação de todo elenco. Will Smith há anos tenta ser aceito como ator dramático; seu Richard Williams é, várias vezes, um cara egocêntrico, egoísta ou simplesmente um "mala", mas ele tem carisma de sobra. Deve-se notar as boas interpretações das meninas que fazem as filhas de Williams, com destaque para Saniyya Sidney (Venus) e Demi Singleton (Serena). Nomes como Tony Goldwyn e o incansável Jon Bernthal interpretam os técnicos das meninas. Aunjanue Ellis está muito bem como a mulher de Richard, Oracene, que é quem mantinha a casa funcionando e, muitas vezes, tinha que colocar o marido no lugar.

O resultado é um filme bem feito e "para cima", embora não brilhante. O Richard Williams real, segundo li, era ainda mais controverso, sendo acusado de abandonar os filhos do primeiro casamento, autopromoção, exploração do talento das meninas, entre outras coisas. O filme não deixa muito claro de onde veio seu talento para treinar as garotas ou mesmo como elas se sentiam tendo a vida toda planejada desde o nascimento (elas nunca quiseram ser outra coisa?). Disponível na HBO Max.

domingo, 9 de junho de 2013

Depois da Terra

Mil anos depois que a Terra foi abandonada, os últimos seres humanos estão vivendo na colônia de Nova Prime. A Humanidade teve de abandonar o lar original depois de ter exaurido todos os recursos naturais. A vida em Nova Prime tambén não é fácil, já que uma raça alienígena começou a atacar os seres humanos com animais assassinos geneticamente fabricados chamados "Ursa" que, apesar de serem cegos à luz, podem sentir a presença de feromônios do medo no ar. Só um soldado incapaz de sentir medo poderia se tornar um "fantasma" e não ser visto pela "Ursa". Ele é o general Cypher Raige (Will Smith, "Eu sou a Lenda", "Eu, Robô"), um "Ranger" exemplar, mas péssimo pai. Seu filho Kitai (Jaden Smith, "Karate Kid"), sofre com a indiferença paterna e com o trauma de ter visto a irmã ser morta por uma "Ursa". O destino faz com que um dia, em uma viagem interplanetária, a nave em que pai e filho se encontram sofra um acidente, caindo no esquecido planeta Terra, mil anos depois de ter sido abandonado.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Karate Kid

Em 1984, o diretor John G. Avildsen usou sua experiência adquirida em “Rocky” (1976), com Sylvester Stallone, para fazer outro tipo de “filme de luta”. Baseado em um personagem em quadrinhos, “Karate Kid” era um bom filme “família” que contava a história de Daniel Larusso (Ralph Macchio) e sua amizade com um zelador japonês, o Sr. Miyagi (Pat Morita), que lhe ensinava karatê. O filme fez grande sucesso e gerou algumas continuações, das quais apenas “Karate Kid II” ainda tinha algo para dizer. Nos violentos anos 80, com seus “Rambos” e “Rockys”, “Karate Kid” se destacava ao falar sobre usar as artes marciais apenas para se defender.

Vinte e seis anos depois, o personagem está de volta, repaginado. Estamos no século XXI e o “futuro” agora está na China. A noção de adolescência também mudou, e o novo Karate Kid se transformou em um garoto negro de 12 anos chamado Dre Parker. Ele é interpretado por Jaden Smith, filho de Will Smith e Jada Pinkett Smith. A mãe de Dre (Taraji Henson) foi transferida para um trabalho na China e os dois partem para o país de Mao, uma surpreendente economia capitalista em um país comunista. É patente o lado “relações públicas” de algumas cenas. A vizinhança para onde Dre e a mãe se mudam é uma China idealizada, com crianças jogando basquete na praça e velhos fazendo exercícios. Não há nada culturalmente diferente na tela, e Dre já está jogando basquete alguns minutos depois que chegou ao país. Quando o zelador lhe explica que a eletricidade do chuveiro é controlada, o garoto lhe diz que isso não existe nos Estados Unidos. Ao que o zelador responde “desligue o interruptor e salve o mundo”, em uma mensagem ecológica. Vinda de um dos países mais poluidores do mundo, a frase parece ter sido escrita por algum relações públicas.

Política à parte, o filme é bastante envolvente. Jaden Smith, apesar de ter herdado vários maneirismos do pai, é basicamente um garoto comum. Atraído por uma garota, ele é atacado por um garoto valentão simplesmente por conversar com ela. Ele leva uma surra e Smith não tem vergonha de mostrar lágrimas de dor. Sua situação fica pior ao descobrir que o valentão estuda na mesma escola, e Dre passa por humilhações e surras diárias. Um dia ele é salvo pelo Sr. Han (Jackie Chan), o zelador do prédio, que se revela um mestre em kung-fu. Algumas cenas e diálogos foram tirados diretamente do “Karate Kid” original, como a cena em que o Sr. Han e Dre vão conversar com o cruel professor de kung-fu do garoto. O Sr. Han consegue uma “trégua” nas surras de Dre, desde que ele participe do torneio de kung-fu que vai ocorrer meses depois.

Sim, kung-fu. “Karate Kid” é apenas o nome da “marca” que vai atrair os fãs dos filmes originais. Jackie Chan, que já está com 56 anos, interpreta o Sr. Han de forma surpreendente. Sempre sério, Chan não se parece em nada com os personagens que costumava interpretar em seus filmes de artes marciais ou em comédias americanas. Há uma bela cena (também baseada em passagem do original), que o Sr. Han conta a Dre sobre a morte precoce da esposa e do filho pequeno. Há também boas passagens de amor adolescente entre Dre e uma garota chinesa e várias sequências turísticas mostrando as paisagens da China. É difícil acreditar que um zelador tivesse acesso à Muralha da China para treinar seu aluno, por exemplo, mas é esteticamente bonito.

A duração, com duas horas e vinte minutos, é excessiva. Produzido por Will Smith e a esposa, a sensação que dá é que nenhuma cena interpretada pelo filho deles foi cortada, e ele está em praticamente todos os planos. E quando o torneio chega, mesmo os que não viram o filme original sabem o que vai acontecer, mas torcemos por Dre da mesma forma.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Sete Vidas

"Deus criou o mundo em sete dias", diz Ben Thomas (Will Smith), "eu destrui o meu em sete segundos". Esta é uma das várias informações que o espectador recebe nos primeiros minutos de "Sete Vidas" (Seven Pounds, 2008), a mais nova colaboração entre o astro Will Smith e o diretor Gabriele Muchino. Os dois trabalharam juntos no bem sucedido "À Procura da Felicidade", e aqui retomam a parceria. O filme, deliberadamente lento, vai nos apresentando informações e situações que, perplexos, tentamos entender. Ben Thomas é visto em cenas aparentemente desconexas. Ele é cruel com um operador de telemarketing cego em uma cena para, em seguida, ser gentil e atencioso com uma senhora que está sendo maltratada em uma casa de repouso. Ele é visto como o diretor de uma empresa de engenharia aeronáutica, feliz, casado e bem sucedido, dirigindo um carro esporte. Em outra cena, ele se apresenta como um fiscal do imposto de renda. Ele encontra uma bela moça chamada Emily Posa (Rosario Dawson), que sofre de problemas cardíacos. Thomas diz que ela está passando por uma auditoria (o chamado "pente fino" do imposto de renda). Mas ele não age como um fiscal comum. Ele a visita no hospital, inconsciente; ele a segue pelos corredores; ele se oferece para levar o cachorro dela para passear. Por fim, ele lhe diz que ela terá uma "trégua" do imposto de renda por mais seis meses, livre de multa.

Quem é Ben Thomas, afinal? Algum tipo de "anjo" disfarçado? É alguém tentando simplesmente ajudar? Ele teria motivos ocultos? Há um ditado americano que diz que só há duas coisas certas na vida: a morte e os impostos. Ben Thomas parece, em alguns momentos, a personificação de ambos. "Sete Vidas" faz parte daquele gênero de filme destinado a fazer o espectador se emocionar. Há um bocado de gente passando por dificuldades, doente ou realmente morrendo, como é o caso de Emily. Grande parte da força do filme está no elenco. Will Smith é o tipo de astro que, se nem sempre chega a ser um grande ator, sem dúvida tem um carisma imenso. E Rosário Dawson está muito bem no filme. Dona de um corpo invejável, ela geralmente aparece em outro tipo de papel. Neste filme ela parece realmente frágil, como se qualquer esforço pudesse fazer seu coração parar de bater. E quando ela, naturalmente, acaba por se apaixonar por Will Smith, há algo de genuíno na relação entre os dois (ela, interessada; ele, reservado e assustado).

Mas o filme não é livre de percalços. Os enigmas da trama, que no início a deixavam interessante, com o passar do tempo (que é longo) começam a se tornar um problema. Sim, o espectador já entendeu que Smith sofreu algum tipo de trauma no passado, por que demorar tanto para revelar o que está acontecendo? A trilha sonora new age (de Angelo Milli) é onipresente a ponto de ser cansativa (embora haja um momento muito interessante, em que o piano propositalmente toca as notas erradas, representando o problema cardíaco de Emily). E o final, francamente, não faz muito sentido. Sim, a "mensagem" pode ser edificante, mas os métodos, além de não serem muito verossíveis, chegam a ser moralmente questionáveis. Para complicar, como o filme é destinado ao público americano médio (que precisa de tudo mastigado), há ainda uns dez minutos além do final para que se tente explicar tudo nos mínimos detalhes. O final, se explica algumas coisas, deixa outras questões em aberto. Com o cuidado para não revelar muitos detalhes, mas a pergunta que fica é como seria possível a Ben Thomas organizar tudo daquela maneira? Saber a quem se destinaria realmente cada "presente"? Não haveria outras maneiras de se "fazer o bem"?

Assim, como mensagem, o filme tem pontos válidos. Mas não se pode raciocinar muito.