domingo, 2 de janeiro de 2022

Duna (Dune, 2021)

Duna (Dune, 2021). Dir: Denis Villeneuve. Não ia ao cinema desde janeiro de 2020. Em pandemia, havia prometido a mim mesmo que só "Duna" me faria arriscar uma sala de cinema, e isso no ano passado; o filme foi adiado em um ano e chegou finalmente às salas de todo mundo. Nos EUA, "Duna" estreou simultaneamente na HBO Max (o que causou protestos de Denis Villeneuve e de vários outros diretores). Mas é definitivamente para ser visto no cinema, e troquei a TV de casa por um IMAX maravilhoso.

Qualquer um que me conheceu desde os quatorze anos de idade já me viu com "Duna" debaixo do braço. A versão que David Lynch cometeu em 1984 é bem ruim e nunca vi inteira. Ai o grande diretor canadense Denis Villeneuve ("A Chegada", "Sicario", "Blade Runner 2049") assumiu o projeto e o filme que chega às telas agora é, com ressalvas, bastante bom. É daqueles filmes com visual impressionante (tudo em uma ESCALA gigantesca) ótimos figurinos, fotografia, trilha sonora, etc. Não faço ideia de como o filme é recebido por alguém que não leu o livro mas, do meu ponto de vista, o roteiro (de Villeneuve, Erik Roth e Jon Spaihts) fez um bom trabalho de adaptação do "tijolo" que é a obra original de Frank Herbert.

O elenco é de primeira; Timothée Chalamet, Oscar Isaac, Rebeca Ferguson, Josh Brolin, Stellan Skarsgård, Jason Momoa, Zendaya, Javier Bardem, Charlote Rampling, entre outros. Chalamet está bastante bem como Paul Atreides, o herdeiro da Casa Atreides que descobre que também foi criado para ser uma espécie de "messias" pelas Bene Gesserit, uma ordem de mulheres da qual a mãe de Paul, Jessica (Rebeca Ferguson) faz parte. Tudo isso está ligado à uma trama complicada envolvendo política imperial, maquinações da corte, traições, golpes de estado, etc. Apesar de algumas mudanças, Villeneuve conduz algumas sequências de forma bem próxima ao livro original, e foi emocionante ver como as imagens dele eram parecidas com as que imaginei na cabeça durante todos esses anos.

Uma crítica que se pode fazer é que, por questão de tempo, o filme simplesmente termina lá pelo meio do livro. Toda a promessa épica do começo do filme termina com um final que, apesar de fiel a um trecho do livro, me pareceu meio apressado. Nessa época de séries épicas de TV como "Game of Thrones", "Fundação", etc, é de se perguntar se um livro longo e complicado como este não funcionaria melhor como uma minissérie, mas (grande) parte de mim está feliz que não tenham ido por este caminho. O futuro de Duna no cinema, porém, é incerto. Ao contrário de "O Senhor dos Anéis", que foi produzido como uma trilogia desde o início, Villeneuve não filmou a segunda parte do livro ainda. "Duna" foi bem recebido pelos críticos, mas ainda não se sabe se a bilheteria justificaria o investimento de uma continuação. Ironicamente, talvez a continuação seja "salva" justamente pela HBO Max, que provavelmente gostaria de tê-lo no catálogo. Enquanto isso não acontece, eu pretendo rever este aqui.

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