terça-feira, 11 de janeiro de 2022

Não olhe para cima (Don´t look up, 2021)

Não olhe para cima (Don´t look up, 2021). Dir: Adam McKay. Netflix. Lançado na véspera do Natal, este filme ficou na minha lista de "a assistir" por alguns dias, devido a compromissos familiares, festas, etc. Só que era impossível abrir qualquer rede social sem ver algum comentário sobre "Não olhe para cima"; memes, spoilers, críticas positivas, negativas, gente me perguntando o que eu achei. Ufa, assisti. Tanto se falou do filme que, acho, não tenho muito a acrescentar. É melhor do que eu esperava (eu tenho medo quando a Netflix junta um monte de atores famosos e faz uma porcaria qualquer para movimentar o algoritmo).

O diretor/roteirista Adam McKay já havia feito uma grande sátira com "A Grande Aposta", também cheio de atores famosos e muito veneno, sobre a crise gerada pela bolha imobiliária. "Não olhe para cima" começou como uma sátira ao aquecimento global. Só que nosso "amigo" Covid apareceu em plena produção e o filme tomou outro rumo. O cometa descoberto por dois cientistas desconhecidos (Leonardo DiCaprio e Jennifer Lawrence) acabou se tornando um símbolo para muito do que vimos nos últimos anos, como o negacionismo, os movimentos anti vacina e contra as máscaras, etc. É como se o vírus estivesse ali, brilhando no céu e vindo em nossa direção, mas muita gente fica dizendo que não devemos olhar para cima.

"Não olhe para cima", aliás, tem outro significado. Quando você olha para cima, você tira os olhos do celular. Um dos personagens do filme, interpretado com muita ironia por Mark Rylance, é um magnata das comunicações que é uma mistura de Jeff Bezos, Elon Musk, Steve Jobs, entre outros. Enquanto DiCaprio e Lawrence tentam convencer a todos de que o mundo vai acabar se nada for feito, Rylance vê no cometa uma oportunidade de "monetizar". A mídia, cheia dos sorrisos de Tyler Perry e Cate Blanchett, está mais preocupada com a "separação" de uma estrela teen (interpretada por Ariana Grande) do que em realmente escutar os cientistas. DiCaprio é classificado como um AILF (procure no google) enquanto que a personagem de Lawrence se torna um meme "engraçado".

Em meio a tudo isso, me surpreendi emocionado com os momentos finais. A Natureza é bela, mas pode ser letal. Há uma cena de jantar em família que vale o filme. E a Netflix segue surpreendendo... fazendo porcarias como "Alerta Vermelho" e "Imperdoável" mas lançando bons filmes como "Ataque de Cães", "A Mão de Deus" e "Não olhe para cima". Faz parte do jogo.

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