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domingo, 1 de agosto de 2021

Nem um Passo em Falso (No Sudden Move, 2021)

Nem um Passo em Falso (No Sudden Move, 2021). Dir: Steven Soderbergh. HBO Max. Detroit, 1954. Dois capangas, interpretados por Don Cheadle e Benicio Del Toro, são contratados por um mafioso (Brendan Fraser) para um trabalho rápido. Ele precisam manter refém a família de um empregado da GM (David Harbour) enquanto este vai até a empresa pegar um documento secreto. As coisas dão bastante errado e Cheadle e Del Toro se descobrem no meio de uma trama complicada que envolve segredos corporativos, disputas entre mafiosos, a polícia, entre outras coisas.

Soderbergh está à vontade como diretor, editor e diretor de fotografia (sob pseudônimos) do filme. Para representar a desorientação dos personagens, Soderbergh uma uma lente grande angular que distorce os cantos da imagem, aumentando alguns personagens e diminuindo outros. A direção de arte recria muito bem os anos 1950 e o elenco é cheio de figuras conhecidas, como Jon Hamm, Ray Liotta e Bill Duke (além de uma surpresa não creditada).

Apesar de não ser exatamente um "filme de assalto" como a série "Onze Homens e um Segredo" (também de Soderbergh), a trama envolve uma série de golpes e traições envolvendo o tal "documento secreto". O roteiro fica bastante confuso conforme avança e o final poderia ser melhor, mas não importa. É bem dirigido, tem bom elenco e vale ser visto. Na HBO Max.
 

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

O Voo

É bom ver o diretor Robert Zemeckis de volta ao cinema com atores de carne e osso. Desde o ano 2000, quando lançou "O Náufrago" e "Revelação", Zemeckis trabalhou apenas com animações ("O Expressso Polar", "A Lenda de Beowulf" e "Os Fantasmas de Scrooge"). Diretor da série "De Volta para o Futuro" e de filmes como "Forrest Gump", Zemeckis sempre esteve envolvido com produções que lidavam com muitos efeitos especiais ou novas tecnologias. "O Voo", apesar de uma sequencia espetacular de desastre aéreo, mostra um cinema mais humano de Zemeckis, principalmente pela escolha de Denzel Washington para interpretar o papel principal.

Washington é William Whitaker, um piloto de avião que é alcoolatra e também usa drogas. Na noite anterior a um voo para Atlanta, Whitaker passa a noite com uma comissária de bordo e aparece no avião com claros sinais de embriaguez, assustando o co-piloto. Apesar do estado, Whitaker é bom piloto e, após uma falha mecânica na aeronave, consegue evitar um desastre maior realizando uma manobra ousada e pousando em um campo aberto. Quatro passageiros e dois tripulantes morrem no acidente, mas Whitaker consegue salvar mais de 90 passageiros da morte e, normalmente, seria considerado um herói. O problema é que seu exame de sangue revela alta quantidade de alcool e drogas e o advogado do sindicato dos pilotos tenta, a todo custo, proteger a companhia aérea da má publicidade e, ainda por cima, impedir que Whitaker seja condenado a prisão perpétua por homicídio. A sequência do acidente aéreo é muito bem feita, apesar da manobra absurda utilizada por Whitaker para estabilizar a aeronave (ele coloca o avião para voar de cabeça para baixo a poucos metros do solo). O cena do acidente é tão forte que causa um problema de ritmo ao resto do filme que, em comparação, fica muito lento. A ação dá lugar a várias cenas em que o alcoolismo do personagem de Washington o coloca em situações cada vez piores. Ele se junta a uma outra viciada chamada Nicole (Kelly Reilly) que tenta levá-lo a reuniões do AA, sem sucesso. Enquanto isso, Don Cheadle e Bruce Greenwood tentam mantê-lo longe da bebida até que a investigação criminal chegue ao fim. John Goodman faz uma participação especial muito engraçada como o traficante que fornece drogas ao piloto.

Denzel Washington mantém o filme nos eixos, apesar de algumas turbulências no roteiro. Washington consegue transmitir os problemas causados pelo alcoolismo e o dilema moral pelo qual tem que passar no final, quando tem que decidir se assume sua doença ou não. O roteiro de John Gatins está concorrendo ao Oscar, assim como Denzel Washington. É o filme mais adulto feito por Robert Zemeckis, com cenas de nudez, consumo de drogas e álcool.

Câmera Escura

Obs: O trailer abaixo revela praticamente o filme todo. Esteja avisado.

domingo, 2 de maio de 2010

Homem de Ferro 2

O primeiro Homem de Ferro foi uma boa surpresa quando saiu dos quadrinhos empoeirados e se transformou em um grande filme de ação e aventura. Robert Downey Jr, que quando jovem era um ator promissor, havia aparentemente se destruído com as drogas e várias passagens pela prisão. Em um bom exemplo de renascimento, Downey Jr transformou o milionário playboy Tony Stark em um cara verossímil e humano, que descobre que armas e guerras não fazem parte do "caminho do bem". O filme foi um grande sucesso não só pelas cenas de ação e ótimos efeitos especiais, mas principalmente pelas relações humanas entre Downey Jr e bons atores como Jeff Bridges, Terrence Howard e Gwyneth Paltrow.

Sucesso estrondoso, é claro que uma continuação seria feita a toque de caixa, e o homem de lata está de volta aos cinemas. Infelizmente, como costuma acontecer, a continuação não está no nível do original. Há, claro, muito mais dinheiro envolvido. O filme é rico em cenas extravagantes que mostram o estilo playboy de ser de Stark, mais egocêntrico do que se julgava possível, abrindo uma feira mundial que leva seu nome, cheia de mulheres, luzes e bandeiras americanas. Um vilão surge na forma deformada de Mickey Rourke, ex-galã dos anos 80 que também renasceu há alguns anos no papel de "O Lutador", pelo qual foi indicado ao Oscar. Rourke interpreta um antigo fantasma da Guerra Fria, um vilão russo, com direito a sotaque carregado e corpo cheio de tatuagens, chamado Ivan Vanco. Apesar dele parecer um monstro descerebrado, o roteiro quer que nós acreditemos que ele é um físico capaz de construir um aparelho semelhante ao coração nuclear do Homem de Ferro. Vanco adiciona uns chicotes elétricos ao objeto e ataca Tony Stark em Mônaco durante uma corrida de automóveis. Stark sobrevive, claro, mas Vanco é contratado por um construtor de armas americano, Justin Hammer (o ótimo Sam Rockwell, feliz em ganhar um alto salário para interpretar uma caricatura), que quer construir réplicas do Homem de Ferro para o governo americano.

O elenco estelar ainda conta com Don Cheadle, substituindo Terrence Howard, e a presença sexy (mas não mais do que isso) de uma muda Scarlett Johansson. O diretor Jon Favreau, provavelmente apenas uma engrenagem em uma enorme máquina de marketing, brinca consigo mesmo interpretando um guarda costas de Stark. O filme nunca chega a decolar. Há uma série de cenas ensurdecedoras de ação entrecortadas por algumas tentativas de deixar o personagem mais sério. O coração tecnológico estaria contaminando seu sangue e Stark acha que está à beira da morte. A seriedade soa falsa e não combina com o estilo de Stark (muito mais verdadeiro no primeiro filme, quando se dá conta do mal que sua fábrica de armas causa).

Downey Jr ainda é a coisa mais interessante na tela, mas Homem de Ferro 2 é apenas diversão rasa, sem muito a oferecer.


sexta-feira, 2 de abril de 2010

Atraídos pelo Crime

Não há nada de novo em "Atraídos pelo crime", filme policial que estréia neste final de semana. O que o impede de ser dispensável, no entanto, é um bom elenco sob a direção segura de Antoine Fuqua. O filme conta a história de três policiais, em situações que você já viu antes: Eddie (Richard Gere) é um policial que está a uma semana da aposentadoria. Ele é alcoólatra e mal visto pelos colegas de farda. Sal (Ethan Hawke) é casado, tem vários filhos e a esposa está grávida de gêmeos. Para complicar, ela é asmática e sofre com o mofo nas paredes da casa velha onde vivem. Sal não é exatamente um tira corrupto, mas vem roubando dinheiro apreendido em batidas policiais para comprar uma casa nova para a família. Tango (Don Cheadle) é um policial infiltrado na comunidade negra e amigo do chefão local, Caz (Wesley Snipes), que acabou de sair da prisão. O sonho de Tango é deixar o trabalho infiltrado e ter um trabalho policial "normal", atrás de uma mesa de escritório.

Todas essas histórias são clichês do gênero policial, assim como a estratégia do roteiro de mantê-las em linhas separadas de ação, entrecortadas pela montagem. Mas, como disse, a direção e interpretação mantêm a experiência interessante. Don Cheadle, particularmente, está muito bem como o policial infiltrado que, como costuma acontecer nestas situações, não sabe mais direito a quem deve lealdade. Todas as suas cenas com Wesley Snipes são muito bem conduzidas, em diálogos rápidos e bem interpretados. Ethan Hawke é um ótimo ator, apesar de estar se repetindo. Ele já interpretou o mesmo "tipo", até com o mesmo penteado e barba, em vários outros filmes, como "Antes que o diabo saiba que você está morto", ou "Dia de Treinamento", do mesmo Antoine Fuqua. Richard Gere faz o que pode com o velho clichê do policial que está para se aposentar. As três histórias (ou quatro, contando Wesley Snipes) se cruzam em alguns momentos, mas vão em um crescendo até um ótimo (e violento) final, que vale o filme.

ps: há várias cenas neste filme em que as legendas brancas do cinema são praticamente invisíveis. Para quem entende inglês, tudo bem, mas várias pessoas estavam reclamando. As distribuidoras deveriam investir no tipo de legenda com borda ou sombra, mais visíveis.